Domingo, 23 de junho de 2019 - 19h39
Na
manhã desta segunda-feira, 24 de junho, o parlamento estadual, por iniciativa
do deputado Eyder Brasil, do Partido Social Liberal, realiza audiência pública
sobre o terceiro setor. É de se esperar que os dirigentes de organizações da
sociedade civil se façam presentes e aproveitem essa oportunidade para
contribuir com a formulação de estratégias governamentais (que eu jamais
chamaria de política pública, por uma questão de convicção conceitual) para a
otimização das parcerias entre o Estado e essas entidades.
Primeiramente,
cabe observar que a legislação denominada erroneamente Marco Regulatório das
Organizações da Sociedade Civil, quando na verdade é um Marco Regulatório das
Parcerias do Poder Público com as Organizações da Sociedade Civil, não se
restringe ao Poder Executivo, mas abrange todos os poderes, razão pela qual é
de se esperar que à tal audiência se façam presentes, também, partes
interessadas como o Judiciário e o Ministério Público, sem que, entretanto, tal
oportunidade de ouvir a sociedade se converta em simulacro de sessão solene,
com voz preferencial a autoridades convidadas à mesa, um vício procedimental em
que, por vezes, se tem visto incorrer-se.
Assim,
considerando que a audiência pública tem por fim precípuo ouvir do público
contribuições à solução de um problema, bem como oportunizar o debate orgânico
e efetivamente dialético (busca da verdade), é irrefutável o questionamento que
se toma por título ao presente artigo: “Aonde nos leva a audiência pública
convocada pelo deputado Eyder Brasil?”.
Sabe-se
que esse parlamentar é homem de formação acadêmica em Administração e,, mais
que isso, é mestrando (se já não mestre) em Administração Pública pela prestigiosa
Fundação Getúlio Vargas, razão pela qual é mais do que certo que em suas
tomadas de decisão tenha fulcro na observância do princípio magno da
Administração Pública, qual seja, conforme preleciona o célebre mestre Elly
Lopes Meireles, a Finalidade. Em nome da qual, ensina tal pensador jurídico, é
admissível, até, que se flexibilize a observância de outros princípios,
inclusive aqueles consignados em nossa Carta Magna.
Assim,
cumprido o requisito de haver uma finalidade norteadora e observado, também,
que se deva primar pela efetividade, o que se esperaria da audiência pública
desta segunda-feira? Cabe aí considerar os itens que constam expressos no documento
subscrito pelo eminente autor da iniciativa, onde consta uma bem elaborada
pauta, de inconteste importância, porém de igualmente inconteste complexidade.
De tal
sorte que, à luz da ciência da Administração, seja recomendável, hierarquizar
os tópicos, não por sua importância, visto ser ela igual para todos, mas pela
aplicação da inteligência, no sentido de eleger(em)-se o(s) tópico(s) que
encerrem em sua solução um embrião da solução dos demais, a fim de que a
audiência não se resuma a mero encontro social e vitrine para a exibição de
erudições que se prestem mais à promoção pessoal do que à busca de soluções para os problemas
do chamado terceiro setor, área em que atuo desde 1984, quando no Rio de
Janeiro presidia a – observem o nome – União dos Cooperadores pelo
Aperfeiçoamento da Qualidade da Vida.
O
tempo me tornou menos pretensioso, a idade me fez menos sonhador, mas a
experiência e a formação científica em Administração Pública me tornaram ainda
mais engajado, com mais certeza dos terrenos onde piso, das pessoas com quem
lido; e com mais visão metodológica.
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*Edson
Lustosa é jornalista, presidente do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito e
Justiça (fundado em 2005) e membro da diretoria do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais do Estado de Rondônia.
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Formei-me em 1958 em Direito na FDUSP e desde o início da década de 60,quando cinco dos atuais Ministros ainda não tinham nascido, atuo perante a Su