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Como as comparações me fizeram prisioneira da Síndrome do Impostor


Thereza Cristina de Moraes - Gente de Opinião
Thereza Cristina de Moraes

Comecei a perceber que algo não estava certo na minha vida quando, mesmo sendo bem-sucedida, me sentia constantemente inferior. Por mais que recebesse elogios e reconhecimentos, sempre encontrava uma maneira de me colocar para baixo ao comparar-me com outras pessoas. 

Era uma armadilha mental da qual não conseguia escapar. Mesmo estando em uma posição privilegiada no trabalho e na vida pessoal, me flagrava constantemente medindo meu próprio valor em relação aos outros. 
Um ciclo vicioso que parecia não ter fim. Quanto mais me comparava, mais me sentia inadequada. E quanto mais me sentia inadequada, mais procurava por pontos de referência externos para validar meu próprio valor. 

E, infelizmente, não sou a única. Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas investigou a comparação no mercado de trabalho. A pesquisa descobriu que 67% dos profissionais relataram se comparar com colegas, o que influenciava negativamente a satisfação com o trabalho e a produtividade. 

A Síndrome do Impostor não é apenas sobre sentir-se como um fraudador em seu próprio sucesso, mas também sobre nunca se sentir bom o suficiente. Por mais que racionalmente soubesse que cada pessoa tem sua própria jornada e que o sucesso é relativo, eu ainda me encontrava presa nesse ciclo de comparação. 

E esse sentimento constante minava minha autoestima e minhas conquistas. Em vez de celebrar meus próprios sucessos, eu os minimizava em comparação com os de outras pessoas. Isso criava um ambiente tóxico de auto-depreciação que afetava todas as áreas da minha vida. 

Percebi que precisava fazer uma mudança drástica para sair dessa situação. Comecei, então, a estudar sobre a Síndrome do Impostor e como ela afeta a maneira como nos vemos e nos valorizamos. 

Aprendi que a comparação constante é uma armadilha que nos impede de reconhecer nosso próprio valor. Ao nos concentrarmos nas realizações dos outros, negligenciamos nossas próprias habilidades e conquistas. 

Para superar esse padrão destrutivo, é importante desenvolver uma consciência maior de nossos pensamentos e sentimentos. Precisamos desafiar ativamente essas comparações negativas e substituí-las por pensamentos mais positivos e compassivos em relação a nós mesmos. 

E, para atingir esse objetivo, uma prática importante é cultivar a gratidão e o autoelogio. Em vez de focar no que os outros têm e nós não, devemos aprender a apreciar nossas próprias realizações e qualidades únicas. 

Além disso, é fundamental estabelecer limites saudáveis em relação às mídias sociais e outras fontes de comparação. Uma pesquisa do Instituto Penso abordou a comparação nas redes sociais e o resultado foi que 85% dos entrevistados afirmaram se comparar com outros perfis, gerando sentimentos de inveja, inadequação e baixa autoestima. 

Lembre-se sempre de que as pessoas geralmente compartilham apenas os destaques de suas vidas! E as aparências nem sempre refletem a realidade… Ter isso em mente pode ajudar a desfazer essa ilusão de inferioridade. 

Por fim, buscar apoio profissional, seja por meio de terapia ou coaching, pode ser uma ferramenta valiosa para lidar com a Síndrome do Impostor e suas ramificações, como a compulsão pela comparação. 

A jornada de superação da Síndrome do Impostor pode ser longa e desafiadora, mas é possível encontrar um caminho para uma maior autoaceitação e confiança. Ao reconhecer e desafiar esses padrões destrutivos, podemos começar a reconstruir uma imagem mais saudável e autêntica de nós mesmos. E lembre-se, você é único e valioso, independente das realizações dos outros. 

*por Thereza Cristina Moraes, formada em Gestão Comercial pela Anhembi Morumbi, com MBA em Ciências da Mente e Liderança Humanizada, especializada em essência feminina, conexões e Síndrome do Impostor. É mentora e palestrante com 15 anos de experiência em negócios e nas principais plataformas de eventos de networking corporativo e multinacional.. Mais informações no link 

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