Segunda-feira, 17 de junho de 2024 - 16h10
Comecei a perceber que algo não estava certo na
minha vida quando, mesmo sendo bem-sucedida, me sentia constantemente inferior.
Por mais que recebesse elogios e reconhecimentos, sempre encontrava uma maneira
de me colocar para baixo ao comparar-me com outras pessoas.
Era uma armadilha mental da qual não conseguia
escapar. Mesmo estando em uma posição privilegiada no trabalho e na vida
pessoal, me flagrava constantemente medindo meu próprio valor em relação aos
outros.
Um ciclo vicioso que parecia não ter
fim. Quanto mais me comparava, mais me sentia inadequada. E quanto mais me
sentia inadequada, mais procurava por pontos de referência externos para
validar meu próprio valor.
E, infelizmente, não sou a única. Um levantamento
da Fundação Getúlio Vargas investigou a comparação no mercado de trabalho. A
pesquisa descobriu que 67% dos profissionais relataram se comparar com colegas,
o que influenciava negativamente a satisfação com o trabalho e a produtividade.
A Síndrome do Impostor não é apenas sobre
sentir-se como um fraudador em seu próprio sucesso, mas também sobre nunca se
sentir bom o suficiente. Por mais que racionalmente soubesse que cada pessoa
tem sua própria jornada e que o sucesso é relativo, eu ainda me encontrava
presa nesse ciclo de comparação.
E esse sentimento constante minava minha
autoestima e minhas conquistas. Em vez de celebrar meus próprios sucessos, eu
os minimizava em comparação com os de outras pessoas. Isso criava um ambiente
tóxico de auto-depreciação que afetava todas as áreas da minha vida.
Percebi que precisava fazer uma mudança drástica
para sair dessa situação. Comecei, então, a estudar sobre a Síndrome do
Impostor e como ela afeta a maneira como nos vemos e nos valorizamos.
Aprendi que a comparação constante é uma
armadilha que nos impede de reconhecer nosso próprio valor. Ao nos
concentrarmos nas realizações dos outros, negligenciamos nossas próprias
habilidades e conquistas.
Para superar esse padrão destrutivo, é importante
desenvolver uma consciência maior de nossos pensamentos e sentimentos.
Precisamos desafiar ativamente essas comparações negativas e substituí-las por
pensamentos mais positivos e compassivos em relação a nós mesmos.
E, para atingir esse objetivo, uma prática
importante é cultivar a gratidão e o autoelogio. Em vez de focar no que os
outros têm e nós não, devemos aprender a apreciar nossas próprias realizações e
qualidades únicas.
Além disso, é fundamental estabelecer limites
saudáveis em relação às mídias sociais e outras fontes de comparação. Uma
pesquisa do Instituto Penso abordou a comparação
nas redes sociais e o resultado foi que 85% dos entrevistados afirmaram se
comparar com outros perfis, gerando sentimentos de inveja, inadequação e baixa
autoestima.
Lembre-se sempre de que as pessoas geralmente
compartilham apenas os destaques de suas vidas! E as aparências nem sempre
refletem a realidade… Ter isso em mente pode ajudar a desfazer essa ilusão de
inferioridade.
Por fim, buscar apoio profissional, seja por meio
de terapia ou coaching, pode ser uma ferramenta valiosa para lidar com a
Síndrome do Impostor e suas ramificações, como a compulsão pela comparação.
A jornada de superação da Síndrome do Impostor
pode ser longa e desafiadora, mas é possível encontrar um caminho para uma
maior autoaceitação e confiança. Ao reconhecer e desafiar esses padrões
destrutivos, podemos começar a reconstruir uma imagem mais saudável e autêntica
de nós mesmos. E lembre-se, você é único e valioso, independente das
realizações dos outros.
*por Thereza Cristina Moraes,
formada em Gestão Comercial pela Anhembi Morumbi, com MBA em Ciências da Mente
e Liderança Humanizada, especializada em essência feminina, conexões e Síndrome
do Impostor. É mentora e palestrante com 15 anos de experiência em negócios e
nas principais plataformas de eventos de networking corporativo e
multinacional.. Mais informações no link
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