Quinta-feira, 27 de agosto de 2020 - 11h32
A corrupção alcança qualquer regime politico e faz parte da
história do homem desde que o mundo é mundo. A corrupção é muito pior nas
ditaduras, nos sistemas fechados, de estruturas autoritárias, porque a
informação é sufocada com rigor, no interesse do poder. A população não toma
conhecimento dos fatos e a verdade quase sempre nunca aflora.
Na democracia, porém, a corrupção vem à tona. Evidentemente
que, nem sempre, na sua dimensão real, mas, pelo menos, consegue deixar o seu
rastro. Com o passar do tempo e, consequentemente, com o aprimoramento do
regime e o fortalecimento das instituições, vai-se mapeando o quadro e, aqui e
ali, expurgando-se tumores purulentos, mas é preciso evitar a metástase para
não comprometer o corpo social.
No Brasil, a situação, além de preocupar, assusta. Há
indícios claros de que a corrupção tornou-se algo compulsivo. Agora, mesmo,
chega ao conhecimento da população rondoniense mais um escândalo envolvendo
servidores da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM, a
partir de uma operação desencadeada pela 2ª. Delegacia de Repressão ao Crime
Organizado (DRACO). E repare que não é a primeira vez, nem a segunda. Os
delitos vão desde corrupção passiva, passando por crimes contra o meio
ambiente, até a administração ambiental.
A cada nova descoberta, a cada novo desmantelamento das
irregularidades e, logicamente, a adequada punição dos responsáveis, o Brasil
reposiciona-se na forma de enfrentar o quadro crônico de um sistema corrompido.
Por isso é importante o fortalecimento das instituições e a exigência da
transparência nas administrações, como parte de um dever não somente dos
gestores, como também dos funcionários e da própria sociedade. O legado de
irregularidades deixado é gigantesco e possui raízes profundas, tanto que para
significativa parcela da população brasileira a corrupção é aceita com
naturalidade. Sair dessa condição, danosa para o conjunto da sociedade, requer
o a formação de frentes de combate no Executivo, Judiciário e no Legislativo,
como se vê hoje, provavelmente, não no ritmo desejado pela população, mas
dentro dos espaços construídos em meio a estruturas muito apodrecidas.
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Formei-me em 1958 em Direito na FDUSP e desde o início da década de 60,quando cinco dos atuais Ministros ainda não tinham nascido, atuo perante a Su