Quarta-feira, 19 de outubro de 2022 - 11h10
Dentro do quadro evolutivo do
ser humano sobre a Terra, a Medicina talvez seja a profissão que mais evoluiu,
no qua tange a seus propósitos de salvar vidas, de estudar as doenças, de criar
meios preventivos, de mitigar a dor, enfim a Medicina é a arte/ciência, pelos
seus profissionais, que mais se aproxima de Deus, principalmente no quesito
prolongamento da vida. Contudo, na grande maioria dos chamados milagres, o
médico aparece como coadjuvante, embora seja protagonista. Diz a História que a Medicina se constituiu como Ciência, na Grécia, com
os primeiros relatos e experimentos de Hipócrates, há mais de 2 500 anos.
Ao ego do doente importa reconhecer
um ser da suprema corte divina, como autor da cura, do que aceitar que foi um simples
humano, dotado de conhecimentos especiais, que o resgatou dos braços da morte. Essa
paixão do homem pelo sobrenatural vem desde a época em que se reconheceu
pequeno, insignificante diante da natureza, impotente diante da morte, sem
respostas convincentes, para o início, o fim e um possível novo início. Daí a
busca por divindades, santos, modus vivendi, locais sagrados que recompensem a
pobreza, no pós mortem, e onde não existam pandemias, nem doenças graves. Se o
homem desconhecia como ocorria o movimento de rotação da Terra e não sabia
fazer o pôr do sol, precisava nomear um autor, mesmo sem o conhecer. Nessa
época, a imaginação ultrapassava as fronteiras do real.
A evolução diferenciada do
cérebro humano, único da fauna com dois hemisférios, de certa forma alimentou o
exclusivismo, a vaidade humana, permitindo que o pensamento inquisidor fosse
além da matéria, convencendo a maioria dos membros da mesma espécie. Rituais de cura já existiam há cerca de 10.000 anos: a trepanação, por
exemplo, usada desde o período Neolítico, constava de pequenos buracos feitos nos
crânios dos indivíduos, para a saída dos espíritos: possivelmente, seriam eles
a causa de doenças, como epilepsia, enxaqueca, distúrbios mentais, etc. Ademais,
em caso de morte, os ossos perfurados eram usados como amuletos para afastar
maus espíritos. Talvez tenha sido no Egito onde a Medicina, associada a
religião, mais se desenvolveu.
De médico e de louco, todo mundo tem um pouco. A automedicação e as receitas caseiras, às vezes, são a parte
louca da razão humana. Se pararmos para
pensar um pouco, veremos que a Janela da Medicina foi a que mais vistas
produziu, ao longo de seus mais de dois mil anos de existência, desautorizando
a centenária máxima popular. Quanto ao qualificativo louco está ligado, segundo
o filósofo francês Michel Foucault, às respostas do ser às instituições de
controle, como família, igreja, justiça, etc. São essas instituições que dizem
como devemos agir, falar, nos vestir, enfim, como ser “normal”.
Se você não se
ajusta aos padrões impostos por essas instituições, é tido como louco,
desajustado. Onde estivermos, sempre haverá alguém manipulando receitas
caseiras, para alguma doença, e ao mesmo tempo outro, muito diferente,
cometendo certo tipo de loucura que não entendemos. Ainda bem que a referida
máxima restringe seu significado geral, com o uso do advérbio “pouco”. Entretanto
é fato a existência do louco/louco, fora dos padrões da máxima e do médico
açougueiro, formado em faculdade deficiente, que o nivela a muitos seres
humanos curiosos, os chamados práticos. E há os pajés históricos e modernos,
que se utilizam de crendices e religiões para efetuar “curas”.
A medicina, no sentido da formação de
sua palavra, enquanto ciência, com o adjutório da biologia, física, química,
etc. refere-se à arte de curar, e sempre foi desenvolvida por pessoas que se
propunham a sanar os males dos outros. Quem nunca se viu necessitando de
cuidados médicos ou do uso de medicamentos para recuperar a saúde? Difícil
imaginar como seriam nossas vidas sem a atuação desses profissionais.
As vistas da janela da Medicina estão
sempre se renovando, acompanhando a evolução do conhecimento e o surgimento de
novas descobertas. Hoje, cada vista equivale a uma nova especialização e a
inteligência artificial desponta, como a vista mais produtiva e confiável da
Medicina. Salve! salve os médicos. Salve 18 de outubro, dia dos Médicos! Salve
a vida!!!
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