Sexta-feira, 11 de abril de 2025 - 11h40
Incrível como as vistas da
janela da escrita vêm se digladiando, no processo de divulgação de conteúdos,
ao longo dos últimos anos, como se a vista da visão estivesse cedendo espaço à
da audição. É fato que o mais comum seria a
interação dos sentidos, visão e audição, se possível, podem e devem se
completar, como vem ocorrendo nas últimas versões dos podcasts. O livro, os
textos, para uso da visão, estão sendo superados pelo arquivo de voz,
direcionado à audição; ainda que, em muitos casos, o arquivo de áudio, não
passe de um texto lido. O atrativo é o público alvo de um texto gravado:
milhares de ouvintes grudados, no dia a dia, ao fone de ouvido. Cuidado ao
atravessarem a faixa de pedestres, o sinal pode estar fechado!
No entanto, pelo andar da carruagem, a tecnologia vai no sentido
da substituição do texto a ser lido. Não é à toa que os livros estão em
processo de extinção, substituídos pelo arquivo de áudio e vídeo. É fato que um
tablet substitui vários livros… Pobre de mim, escravo do texto no papel, para
leitura! Tenho que me conformar, o futuro pertence aos netos…
A
escrita cuneiforme, os hieróglifos, o papiro, o alfabeto, foram algumas das
primeiras vistas da janela da escrita, restritas à visão, registrando
manifestações consuetudinárias, colaborando com a memória e dando aos
historiadores farto material de estudo. Com o aprimoramento do alfabeto, a
invenção do papel e da prensa de Gutemberg, então, foi uma festa, a visão
mandava e desmandava. Daí às gráficas modernas foi um salto extraordinário. Hoje
estas mesmas gráficas estão em processo de extinção, cedendo espaço às telas de
vídeo e aos arquivos de áudio.
No
avanço de todas as civilizações, foi de suma importância o registro feito pela
escrita. Imaginem quanto se perdeu e quanto teria se perdido dos ensinamentos
orais de Sócrates, por exemplo, se Platão não tivesse registrado para a
posteridade seus métodos e máximas! Praticamente todo o conhecimento humano,
nos quatro cantos do Universo, foi registrado em livros, destinados à leitura,
logo para o exercício do sentido da visão.
No
passado recente, líamos um, dois e até três livros por semana e ainda
discutíamos a qualidade do texto, o enredo, com colegas do mesmo nível.
Atualmente a leitura é tida como cansativa, sonolenta e foi substituída por
novelas, séries, filmes dublados e, principalmente, áudios. Quem tem o costume
da leitura sabe que não é a mesma coisa. Se não gosta de textos longos, leia ao
menos livros da literatura minimalista, como os textos do escritor Viriato
Moura, um mestre dos nanocontos, mini contos, contos, aldravias etc.
Hoje
todas as mídias não se cansam de divulgar podcasts. A autoria do termo é
atribuída a um artigo do jornal britânico The Guardian, em 12 de fevereiro de
2004. É como um programa de rádio com conteúdo de mídia sob demanda,
você pode ouvir o que quiser, na hora que bem entender. Vale lembrar que, hoje,
a maioria dos podcasts são gravados em áudio e vídeo, tornando-os mais
atraentes. Os temas são os mais abrangentes
possíveis: cinema, TV, literatura, ciências, profissionais, política, notícias,
games, culturais, religiosos, educacionais, humorísticos, musicais, esportivos…
E tem muito mais. Haja tempo! Recomendo os podcasts políticos do jornalista
Robson Oliveira, não só pela qualidade dos seus convidados, como pela
perspicácia e ousadia de seus comentários.
Segundo os divulgadores, o podcast aumenta tua produtividade, te
ajuda a crescer e a evoluir. Com a correria de hoje o tempo precisa ser bem
administrado, e o conselho é não largar o celular nem os fones de ouvido,
quando estiver perdendo tempo no trânsito, viajando, lavando louça, arrumando a
casa, ou até mesmo no sanitário.
Antigamente
víamos, no transporte coletivo, jovens lendo romances impressos, ou uma
revista, um jornal, hoje, todos estão concentrados nos fones de ouvido ou na
telinha do celular, enquanto isso as bibliotecas, as livrarias e as bancas de
revistas vão desaparecendo aos poucos do cenário cultural. As crianças, logo logo, não mais ouvirão suas
mamães lendo um livrinho de histórias infantis, ou cantando canções de ninar,
ouvirão podcasts da mamãe, entrevistando o papai, em formato babá eletrônica,
gravados anteriormente. E viva a família. Rsrsr!
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