Sexta-feira, 8 de abril de 2022 - 20h55
As vistas da janela do
silêncio se confundem com a expressão facial do taciturno, elas falam pelo
silêncio, nos dão pistas se ele é um silêncio bom ou ruim, mas são dos olhos as
vistas silenciosas mais verdadeiras. Por outro lado, não podemos esquecer que a
palavra, falada ou escrita, formadora dos signos da comunicação, foi
responsável, em maior grau, pela evolução do cérebro humano.
Os poetas compõem os versos do silêncio, os cronistas, em
quarentena pela Covid 19, produzem A janela do silêncio, os
compositores conseguem ouvir a música do silêncio, os cineastas já filmaram o
silêncio dos inocentes, na verdade os artistas são unânimes em afirmar que o
silêncio é eloquente, basta saber lidar com ele.
Interpretar
o silêncio alheio não é fácil, depende de uma série de fatores, como expressão
corporal, flexão dos músculos da face, suor e o olhar, este é tagarela. Não é à
toa que o povo repete, diante de uma confusão ocasionada por palavras ferinas,
cortantes, ditas no calor da emoção: o silêncio é a melhor resposta. Ainda
assim, na maioria das vezes o silêncio como resposta é pior do que mil
palavras.
Evidente
que não estamos falando do silêncio absoluto, do silêncio da morte, quando
todas as expressões do morto se calam e se subdividem entre os vivos. Na
antessala da morte, parece que, entre as horas do tempo, existem raras pontes
de sabedoria a serem ultrapassadas, para alcançarmos o âmago do silêncio, o
sentido da vida.
Em uma das vistas das janelas do silêncio, em momento
extremo de meditação, segundo os praticantes, o mundo das palavras comuns é
esquecido, como se existisse, em outra dimensão, uma nova classe de palavras
silenciosas, sem sentido, em que a expressividade da vista é interior e
transcendente, advinda do equilíbrio do yin com o yang, como se estivesse
em estado de nirvana!!!
Ainda
que exista muita euforia nos pensadores orientais, sobre os ensinamentos do
silêncio, a tradição oral no budismo é muito forte – Buda gostava de discursar
aos seus discípulos. O repouso das palavras não significa que elas não estejam
em ebulição interior. O ato espontâneo de calar emudece muitos sentimentos, mas
não apaga as palavras milenares que circulam entre os neurônios humanos, muitas
com força para sobrepujar a morte.
Vale
lembrar que sem a palavra (falada ou escrita) não existiria doutrinação, logo é
a palavra quem doutrina o cérebro humano, para que ele alcance a compreensão do
silêncio, e não seria exagero afirmar que a principal vista da janela do
silêncio é a palavra.
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