Terça-feira, 24 de setembro de 2024 - 08h17
Tive
um primo – digo: "tive", porque há muito faleceu, – que embarcara, na
companhia dos pais, para o Rio de Janeiro. Rondava, nessa ocasião, os quatro
anos.
Após
imensas dificuldades, o pai empregou-se nos bondes; mais tarde, conhecendo
melhor a cidade, ocupou lugar de escriturário, numa importante empresa.
Entretanto,
o menino cresceu. Tornou-se "guapo" adolescente, trabalhador, e
extremoso pelos pais.
Chegou,
porém, a idade de cumprir o serviço militar.
Mas
o rapaz possuía duas nacionalidades: a portuguesa, pelo sangue e nascimento, e
a adotiva, onde foi criado. Nessa época o Brasil concedia, generosamente, aos
cidadãos portugueses, a nacionalidade.
Apresentou-se o mancebo, à inspeção, e declarou ser
português.
Os
militares, então disseram-lhe: " Como português, tem que se apresentar às
autoridades do seu país."
Ao
escutar isso, o rapaz, refletiu: "Por certo não me mandarão para a Europa,
mas dizem-me: quem não cumpre o serviço, tem de pagar taxa anual” – e pensou:
"O melhor é não dar cavaco".
Deslizaram
décadas. Bateu-lhe a saudade da terra dos pais de tanto ouvir-lhes falar dela.
Além disso, também queria dar um giro pela velha Europa – o primeiro mundo.
Falou
com despachante amigo, para tratar de tudo, incluindo o passaporte.
Faltava-lhe, porém, a documentação militar.
E
agora? Aconselharam-no aguardar mais uns anos.... Então, mais maduro, tudo se
resolveria mais facilmente.
Assim
fez, e já aposentado, conseguiu realizar a desejada viagem.
E
tudo por não se ter legalizado na época própria. Dizia-a ele: "Sou
brasileiro. Fui criado no Brasil, onde estudei e trabalhei: Gosto de Portugal,
mas a minha `Pátria de coração, é e sempre será, a brasileira”.
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