Domingo, 29 de janeiro de 2023 - 12h15
Todos
conhecemos das seletas escolares, curiosas e curtas histórias, que encerram
preciosas lições. São, em regra, fabulas de Esopo e de Fedro.
"
As Duas Panelas" é de Esopo. - Uma de ferro, outra de barro desciam
arrastadas pela forte corrente do rio. Então, a de ferro disse para a de barro:
- encosta-te a mim,
sendo duas, mais resistiremos.
-
Não - respondeu a de barro, - que ao primeiro encontrão, eu, mais frágil,
partirei; tu, mais forte, ficarás.
Foi
aproveitada pelo Padre Manuel Bernardes, que a recontou com grande beleza,
retirando dela bela lição - referente à amizade.
"Moscardo
e a Roda",
versejada por La Fontaine (A Mosca do Coche) e citada por Bacon, nos "Ensaios”,
pretende mostrar a vaidade balofa, de quem é insignificante.
Poderia
citar ainda outras, bastantes interessantes. Como: " A Mulher
Ambiciosa"; "A Raposa e a Máscara". "A Nogueira";
" A Mulher Ambiciosa" e a dos "Bois e o Carro",
entre outras, que costumam andarem espalhadas pelas seletas.
Quem
foi Esopo?
É
uma figura semilendária. Foi escravo, mas obteve a liberdade. Viveu no século
VII ou VI, AC. Era feio, gago e corcunda. Foi morto pelos délficos.
As
fábulas foram escritas em grego, com grande secura. No século XIV foram
reunidas pelo monge Plamúdios.
Era
escravo de Xanto. Conta-se que este mandou-o ao mercado comprar o melhor que
houvesse. Esopo trouxe-lhe línguas, afirmando – que nada há melhor, porque
difundem: a verdade, a ciência e são a arte da oratória.
Xanto
achou graça ao servo-filosofo, e disse-lhe que fosse novamente ao mercado e
comprasse o pior que houvesse.
Esopo
trouxe-lhe línguas – pois por elas chegam as piores coisas que há: a discórdia,
a guerra, a calunia e a blasfémia.
Confunde-se,
muitas vezes, as fábulas de Esopo com as de Fedro.
Fedro,
também era escravo. Nasceu no ano 30 AC. Viveu em Roma, no século I. Foi
libertado por Augusto, que mais tarde lhe reconheceu o valor.
É
de Fedro: " O Frango e a Pérola", confundida, quantas vezes,
como sendo de Esopo. Creio que D. Francisco Manuel de Melo, a refere,
erradamente, como de Esopo.
São,
também, de Fedro, entre outras, a: " A Rã e o Boi"; "O Velho
Leão Doente"; "As Duas Mulas"; " A Raposa e o Corvo".
Ambas,
as de Esopo, como as de Fedro, são bastantes atuais, fazem refletir, e são de
grande proveito para a juventude, e não só.
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