Domingo, 12 de maio de 2024 - 08h05
Em
" Falas Sem Fio", Agostinho de Campos. Inclui belo conselho, que os
países, ou melhor – os Ministros da Guerra, deviam ponderar, antes de invadirem
a nação vizinha.
Decerto,
o leitor, que me lê pachorrentamente, desconhece quem foi Agostinho de Campos.
É natural, em Portugal, esquecemo-nos facilmente as lustres figuras após seu
desaparecimento; e notáveis intelectuais, mesmo antes de falecerem, conheceram o
desprezo, o abandono dos contemporâneos. Escuso de os mencionar, porque são
tantos, e sobejamente conhecidos.
Agostinho
de Campos foi notável Professor Catedrático da Universidade de Coimbra e de
Lisboa. Jornalista, conferencista e articulista de: " O Comercio do
Porto" e " O Primeiro de Janeiro", com artigos que versavam
pedagogia, linguista e critica literária. Tem numerosos livros publicados pela
Bertrand. Faleceu, em Lisboa, no ano de 1944.
Ao
reler " "Falas Sem Fio", deparei com texto curioso, que pretendo
dar a conhecer ao leitor:
"
Segundo me afirmou um naturalista, os bigodes de gato crescem na
proposição que eles engordam, e a sabia natureza não se engana a respeito das
razões porque assim legislou:
Quando
algum gato, por motivos estratégicos, puramente defensivo, tem de enfiar-se por
algum buraco, e não lhe conhece as características e seguintes, entesa os
bigodes, e enquanto o couberem na largura do buraco, vai o gato seguindo sem
medo, porque onde os bigodes passarem sem dobrar, passará corpo do animal, e
não há perigo de que ele fique entalado, sem poder andar para trás ou para
diante.
"Os
países bem governados, antes de declararem guerra aos outros, devem arranjar
ministros da guerra, com uns bigodes, assim sensíveis e previdentes, para
saberem bem no que se metem."
Acrescentaria
ainda: devem, igualmente, os que se dedicam à política, para se acautelarem das
ciladas dos antagonistas e, até... dos "amigos", terem bigodes
gatorro.
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