Terça-feira, 29 de março de 2022 - 13h38
Todos nós sabemos que a vida é
feita de escolhas, nosso futuro depende delas, contudo as estratégias políticas
resultam de escolhas diferenciadas, nem tão certas, nem tão erradas, o que
aparenta, para o público, como decisão errada, se pensada de forma unilateral
ou partidária, poderá ser certa.
O presidente Bolsonaro fez uma
campanha escorada na Lavajato, nas igrejas evangélicas e na força simbólica do
Exército Brasileiro, como se ele fosse o elemento novo que mudaria o país, e
enganou todo mundo. Hoje o que se sabe é que ele é o “bobo da corte”, mentor de
uma família problemática e sem condições morais para realizar as mudanças que
ele prometeu.
Nós, os eleitores sérios,
ficamos com cara de besta. Ninguém votou em Bolsonaro, para vê-lo nos braços do
Centrão, comprometendo o futuro da nação. Estamos à deriva, no meio do temporal
das conveniências, entre a pseudo esquerda e a pseudo direita, regulamentado
pelas raposas do TSE/STF, que torcem, mais do que nunca, pelo retorno do patrão.
O patrão tá on!
Quem, em sã consciência
política, poderia imaginar, há 4 anos, em Rondônia, o que se vê hoje: o
coronel/governador Marcos Rocha, subindo nos palanques, de mãos dadas, com o
prefeito, ex-promotor/Hildon Chaves; quem poderia imaginar o DEM, o PSL, o
Patriotas, o PSL, o PSDB, o PT e outros, juntos, ideologia conveniente, defendendo
o futuro dos cargos eletivos no executivo, no legislativo e nas consequentes
vagas comissionadas. Tudo isso somado à insaciável sede humana pelo poder.
A escolha do eleitor não vale
merda: toda e qualquer união de partidos políticos deveria passar por um
referendo popular. Eu não votei em Hildon Chaves pra vê-lo de beijos e abraços
com Marcos Rocha. Enquanto eleitor, eu tenho minhas convicções políticas, minhas
e da torcida do Flamengo, que estão sendo desrespeitadas. Na hora da
escolha, na hora do voto, a gente pensa numa coisa e eles, os políticos
escolhidos, fazem outra: A Sutil Arte de Ligar o Foda-se. O inocente
povo, enquanto encarar o voto como moeda desvalorizada, será um mero detalhe.
São muitas encruzilhadas
políticas, sujeitas a discursos demagógicos e ao velho fantasma do populismo,
convencendo a massa que eles, os políticos profissionais, são os donos dos Bitcoins
e ela, a massa, não passa de vintém. Como o povo não sabe o que é Bitcoin e
muito menos criptomoeda, se conforma com os históricos vinténs, jogados do alto
do palanque. Salve, salve a bastilha… abaixo o rei Lula
XVI. Viva a nova república!
Não é raro uma escolha,
presumidamente certa, da maioria, tornar-se errada pelas atitudes dos políticos
escolhidos, como se a nossa opção, o nosso desejo, aparentemente certos,
estivessem sendo anulados por decisões e atitudes dos escolhidos. A isso
chamamos de democracia representativa – o poder emana do povo, ah, ah, ah, ah!
Ao fim da jornada existencial,
concluímos que, na política brasileira, a
soma das nossas escolhas, não foi grande coisa, isto porque o caráter do político depende de uma sociedade consciente,
instruída e sólida, o que não é o nosso caso. Continuamos a ser um gigante de
Gibi, dorminhoco, manipulado e preguiçoso.
Mais uma eleição se aproxima. Nesse
formato democrático, de quatro em quatro anos somos chamados a opinar, no
difícil jogo da escolha política. Estaremos dependendo, novamente, do efeito do
discurso, da propaganda, do legado da ideologia, enfim são inúmeros fatores a
influenciarem no resultado da eleição. Muitos são chamados, mas poucos
escolhidos! Bem que o otimismo bíblico poderia estar certo, todavia, os
escolhidos, na política, nem sempre correspondem às expectativas.
Pelo andar da carruagem, no
Brasil, os militares vão voltar a bater continências pro “Sapo Barbudo” e, em
Rondônia, o centro esquerda vai baixar a cabeça pra extrema direita. Pela
qualidade dos homens que poderiam fazer a diferença, tão cedo não teremos
mudanças constitucionais estruturais. Logo mais, seremos o reduto mais sólido
das esquerdas: República Democrática do Brasil.
Eu já disse em outra crônica e
volto a dizer: se continuarmos aplaudindo essa República Vira-lata, que troca
de presidentes sem o mínimo pudor, explorando a boa-fé do eleitor, seremos
vítimas de uma pandemia de corrupção, com sérios reflexos na credibilidade do político
e na democracia representativa brasileira. Talvez, depois das bombas de
Putin e Biden, tenhamos a revelação apocalíptica: um novo mundo, novos países,
novas ideologias, novas religiões. Tudo novo! O retorno às cavernas que
significa um recomeço.
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