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Crônica

Bitcoin político


Bitcoin político - Gente de Opinião

Todos nós sabemos que a vida é feita de escolhas, nosso futuro depende delas, contudo as estratégias políticas resultam de escolhas diferenciadas, nem tão certas, nem tão erradas, o que aparenta, para o público, como decisão errada, se pensada de forma unilateral ou partidária, poderá ser certa.

O presidente Bolsonaro fez uma campanha escorada na Lavajato, nas igrejas evangélicas e na força simbólica do Exército Brasileiro, como se ele fosse o elemento novo que mudaria o país, e enganou todo mundo. Hoje o que se sabe é que ele é o “bobo da corte”, mentor de uma família problemática e sem condições morais para realizar as mudanças que ele prometeu.

Nós, os eleitores sérios, ficamos com cara de besta. Ninguém votou em Bolsonaro, para vê-lo nos braços do Centrão, comprometendo o futuro da nação. Estamos à deriva, no meio do temporal das conveniências, entre a pseudo esquerda e a pseudo direita, regulamentado pelas raposas do TSE/STF, que torcem, mais do que nunca, pelo retorno do patrão. O patrão tá on!

Quem, em sã consciência política, poderia imaginar, há 4 anos, em Rondônia, o que se vê hoje: o coronel/governador Marcos Rocha, subindo nos palanques, de mãos dadas, com o prefeito, ex-promotor/Hildon Chaves; quem poderia imaginar o DEM, o PSL, o Patriotas, o PSL, o PSDB, o PT e outros, juntos, ideologia conveniente, defendendo o futuro dos cargos eletivos no executivo, no legislativo e nas consequentes vagas comissionadas. Tudo isso somado à insaciável sede humana pelo poder.

A escolha do eleitor não vale merda: toda e qualquer união de partidos políticos deveria passar por um referendo popular. Eu não votei em Hildon Chaves pra vê-lo de beijos e abraços com Marcos Rocha. Enquanto eleitor, eu tenho minhas convicções políticas, minhas e da torcida do Flamengo, que estão sendo desrespeitadas. Na hora da escolha, na hora do voto, a gente pensa numa coisa e eles, os políticos escolhidos, fazem outra: A Sutil Arte de Ligar o Foda-se. O inocente povo, enquanto encarar o voto como moeda desvalorizada, será um mero detalhe.

São muitas encruzilhadas políticas, sujeitas a discursos demagógicos e ao velho fantasma do populismo, convencendo a massa que eles, os políticos profissionais, são os donos dos Bitcoins e ela, a massa, não passa de vintém. Como o povo não sabe o que é Bitcoin e muito menos criptomoeda, se conforma com os históricos vinténs, jogados do alto do palanque. Salve, salve a bastilha… abaixo o rei Lula XVI. Viva a nova república!

Não é raro uma escolha, presumidamente certa, da maioria, tornar-se errada pelas atitudes dos políticos escolhidos, como se a nossa opção, o nosso desejo, aparentemente certos, estivessem sendo anulados por decisões e atitudes dos escolhidos. A isso chamamos de democracia representativa – o poder emana do povo, ah, ah, ah, ah!

Ao fim da jornada existencial, concluímos que, na política brasileira, a soma das nossas escolhas, não foi grande coisa, isto porque o caráter do político depende de uma sociedade consciente, instruída e sólida, o que não é o nosso caso. Continuamos a ser um gigante de Gibi, dorminhoco, manipulado e preguiçoso.

Mais uma eleição se aproxima. Nesse formato democrático, de quatro em quatro anos somos chamados a opinar, no difícil jogo da escolha política. Estaremos dependendo, novamente, do efeito do discurso, da propaganda, do legado da ideologia, enfim são inúmeros fatores a influenciarem no resultado da eleição. Muitos são chamados, mas poucos escolhidos! Bem que o otimismo bíblico poderia estar certo, todavia, os escolhidos, na política, nem sempre correspondem às expectativas.

Pelo andar da carruagem, no Brasil, os militares vão voltar a bater continências pro “Sapo Barbudo” e, em Rondônia, o centro esquerda vai baixar a cabeça pra extrema direita. Pela qualidade dos homens que poderiam fazer a diferença, tão cedo não teremos mudanças constitucionais estruturais. Logo mais, seremos o reduto mais sólido das esquerdas: República Democrática do Brasil.

Eu já disse em outra crônica e volto a dizer: se continuarmos aplaudindo essa República Vira-lata, que troca de presidentes sem o mínimo pudor, explorando a boa-fé do eleitor, seremos vítimas de uma pandemia de corrupção, com sérios reflexos na credibilidade do político e na democracia representativa brasileira. Talvez, depois das bombas de Putin e Biden, tenhamos a revelação apocalíptica: um novo mundo, novos países, novas ideologias, novas religiões. Tudo novo! O retorno às cavernas que significa um recomeço. 

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