Quinta-feira, 17 de outubro de 2024 - 07h58
Encontrava-se
Victor Orville encarcerado em escasso cubículo de prisão sul-africana.
Sentia-se
depressivo, angustiado, entre quatro paredes, em doentia ociosidade, contando
dia a dia, com amargura, os solitários meses de prisão.
Era
preso, educado, respeitador, bem diferente dos demais, que permaneciam no
cárcere.
Aventurou-se,
certo dia, solicitar papel e lápis. De pronto foi atendido. Estavam convencidos
que desejava escrever suas tristes memórias.
Ficaram,
todavia, estupefactos, ao verificar, que o preso apenas formava pequenos quadrados,
cruzando linhas horizontais com as verticais, enchendo-os com letras, que
formavam palavras.
Depois,
pediu dicionário, e como não havia motivo de o negar, atenderam ao pedido.
Orville
passava todo o santo dia, a preencher quadradinhos, e a consultar o dicionário.
Pensaram
que o preso, estivesse a enlouquecer, e chamaram o médico.
O
clínico, conversou demoradamente, e inteirou-se que não havia vestígio de
demência, muito pelo contrário - a descoberta
de novo passatempo.
Semanas
depois, Orville enviou as "Palavras Cruzadas", para jornais. Foram
aceites.
Decorrido
meses já eram numerosas as publicações, que lhe pediam, mais e mais…
Ao
ser libertado, o preso, possuía considerável fortuna.
Ao
falecer, deixou tudo que possuía à empregada, que cuidou dele na velhice
Esta,
mandou gravar sobre o carneiro de Orville, o desenho de uma "Palavra
Cruzada".
Como
Victor Orville, sendo inglês, chegou à prisão de Africa do Sul?
A
explicação é simples:
Vivia
em Oxford. Certa noite, foi com a mulher a uma festa, e bebeu demasiadamente.
Aconselharam-no
a não dirigir o carro. Teimou. O piso estava escorregadio. Perdeu o controle da
viatura, e a esposa faleceu.
Julgado,
foi considerado culpado, e preso. Envergonhado e desgostoso, quis ausentar-se
da sua cidade, e solicitou transferência para a África do Sul.
O
leitor já conhece o que, depois, se passou.
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