Segunda-feira, 19 de julho de 2021 - 12h15
Depois que li O Velho e o Mar,
romance de Ernest Hemingway, que tinha como pano de fundo as famosas paisagens
das ilhas caribenhas e o drama de um ilhéu, enfrentando as adversidades da
natureza, na imensidão do mar, me apaixonei por Cuba. Pela extensa obra, mas impulsionado
pelo sucesso mundial de um livro com pouco mais de cem páginas, Hemingway ganhou
o Pulitzer e a seguir o Nobel de Literatura. O livro conta a história de Santiago, um velho cubano, já sem
sorte no mar. Há tempos, não conseguia pescar grandes peixes, até mesmo o
garoto Manoelin, que costumava acompanha-lo, durante as pescarias, tinha sido
obrigado, pela família, a trabalhar com outros pescadores. Cada dia é um novo dia. É melhor ter
sorte. (EH)
O Velho e o Mar
marcou a minha vida para sempre e acendeu minha vontade de conhecer as obras de
outros geniais escritores estadunidenses, além das paradisíacas praias cubanas.
A maior
parte do livro se passa a partir do momento em que o peixe é fisgado. São inúmeras
páginas em que o leitor acompanha a batalha entre o homem e o peixe, o homem e
sua consciência. Santiago percebe suas limitações físicas, mas decide manter-se
lúcido e utilizar-se de suas melhores técnicas, para enfim vencer, bravamente, um
espadarte gigante – e conseguiu. Ernest Hemingway morou em Cuba, antes da
revolução comunista, o livro foi lançado em 1952, mas mesmo depois da queda de
Fulgêncio Batista, ele retornava à ilha; talvez tenha sido um dos poucos
americanos respeitados por Fidel. Um homem pode ser destruído, mas não derrotado (EH).
Enquanto aluno de Direito da
UFBA, usei, orgulhosamente, uma camisa de malha, com a estampa de Che Guevara no
peito, e fazia coro com outros jovens da década de 60/70 pelos resultados da
revolução cubana de 1959, na saúde e na educação. Ah, como o mundo dá voltas, jamais
imaginei que a queda do muro de Berlim, um dia, teria um efeito dominó sobre o
regime comunista de Cuba, Venezuela, etc. Falta pouco, a fome e o desejo de
liberdade são armas poderosas nas mãos do povo.
Cuba esteve no ideário do jovem
septuagenário brasileiro; ainda está no saudosismo de uma elite cultural elitista,
inconformada e sufocada pelos escombros do portão de Brandemburgo. A esquerdopata
não se conforma com o fracasso, insiste em fazer de Cuba a vitrine do sucesso
do regime comunista, na América: a incoerência da pretensão fazia-me rir,
quando a esquerda, para homenagear Cuba, pedia, nas boates da vida, a bebida Cuba-libre,
mistura de Rum caribenho com a americaníssima Coca-Cola, gelo e limão.
Durante muitos anos Fidel
dividiu com Che Guevara as atenções do mundo, especialmente da juventude, aliás,
Che foi a primeira unanimidade argentina no Brasil. No romance Capricho
do Absurdo: a morte prematura da República socialista do Guaporé, o
escritor William Haverly Martins, conta detalhes da passagem
do médico argentino por Rondônia, viajando pelos trilhos da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré, com destino a Bolívia, onde morreria anos depois.
Desde a Guerra Fria, envolvendo
a tentativa de instalação de misseis soviéticos em Cuba, no governo Kennedy, e
a morte de Fidel, que a ilha socialista não aparecia com tanta evidência na
Mídia, desta vez o povo cubano vai às ruas para pedir o fim da tirania
comunista. Engels e Marx, Lenin e Stalin são meras peças de museu. Os
comunistas de hoje se voltam para o exemplo da China, esquecendo-se que o
regime socialista Chinês é misto: sem a mistura dos princípios básicos
capitalistas, sem o capital das multinacionais, a China não sobreviveria. o comunismo de outrora é mera relíquia.
Ainda bem que minha cegueira pela igualdade comunista foi temporária. “O
socialismo é a filosofia do fracasso, a crença na ignorância, a pregação da inveja.
Seu defeito inerente é a distribuição igualitária da miséria” (W. Churchill).
Os cubanos não são bobos, pela
internet, pelas mídias, é possível fazer comparações e perceber que o regime
comunista fracassou, o turismo está praticamente paralisado, o coronavírus teve
um profundo impacto na vida econômica e social da ilha, aliado a uma crescente
inflação, apagões elétricos e escassez de alimentos, medicamentos, vacinas e
produtos básicos. A ilha está despencando, como uma grande tora de madeira: Cuuuuuuuuubaaaaaaaa!!!
O socorro não mais virá da Rússia, da Venezuela e muito menos do Brasil. A
única saída já está ocorrendo − revolta pela troca de regime: “Não há comida, não há
remédio, não há liberdade. Eles não nos deixam viver. Já estamos
cansados".
Cuba
está ultrapassada, não há indústrias. A queda do regime comunista, o advento de
novos líderes e a ajuda americana são as oportunidades viáveis. Em Cuba não
existe analfabetos, com o povo esclarecido nas ruas, vai ser difícil incentivar
uma guerra civil, o caminho é a união pacífica de todos, pelo fim da fome e por
um novo caminhar, nos moldes nórdicos da social democracia. É o fim da corriola
dos Castros, o fim de Miguel Diaz-Canel. Adiós muchachos compañeros de mi vida!
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