Terça-feira, 22 de junho de 2021 - 10h46
Estava a tomar
o pequeno-almoço, quando ouvi, na RR, dizer: " São centenas os doentes de
alta clínica, nos hospitais, porque não têm para onde ir."
Uns, não
conseguem lugar em lares e asilos; outros, não possuem recurso para pagar a
estadia; e ainda outros, as famílias não os querem.
Admira-me que
no século XXI, na Europa, os idosos ainda continuem a ser problema para a
sociedade, e estorvos para a família.
Se outrora a
lamentável situação, acontecia, geralmente aos pobres, agora a própria classe
media, luta com dificuldade, para entrar num lar.
Quando falo de
lares, estou a pensar em casas de acolhimento, de condições mínimas, e não
" armazéns", onde os velhos são lançados, porque ninguém os quer.
Anos há, amigo
meu, convidou-me para acompanha-lo a lar ode estava a sogra.
Entramos numa
sala sombria, onde alquebradas mulheres, permaneciam sentadas, de mantinha
sobre os joelhos, olhando vagamente a TV. No ar pairava enjoativo odor
pestilento.
Umas
dormitavam, de olhos semicerrados; outras cantavam dolentes canções, em suave
sussurro; outras gemiam... Soltando suspirados ais... Sai horrorizado, a pensar
o que nos aguarda, quando chegarem os achaques da velhice
Por que não se
adapta, quartéis vazios, em lares decentes, onde haja privacidade, e amor ao
ente humano?
Havia na minha
cidade falta de alojamento para estudantes universitários: quartéis e casarões,
transformaram se, num ápice, para os receberem decentemente.
Mas quem pensa
nos pobres, na classe média, nos aposentados, que sobrevivem de pensões a
degradarem-se e os preços a subirem?
Não admira que
os jovens busquem ansiosamente moças, com bons empregos...Dois salários sempre
é melhor que um. Mas quem tem que sustentar a família, só com uma pensão?
É natural, que
muitos continuem a emigrarem, para garantirem velhice mais confortável.
Basta visitar
as nossas aldeias para verificar que valeu a pena partirem, para receberem
pensões, no final da vida, que lhes permita velhice desafogada.
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