Domingo, 21 de julho de 2024 - 13h00
Usando meu celular me sinto um tanto como se autodescreve Raul Seixas na música Ouro de Tolo: "É você olhar no espelho
Se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa dez por cento de sua
Cabeça animal".
No meu caso, o "Cabeça animal" é o Celular. Quanto mais uso, menos conheço.
Não é raro eu acionar inadvertidamente algum comando e ter, como consequência, travamento em parte ou mesmo em todos os serviços que utilizo do meu celular, precisando buscar ajuda de um técnico que, para meu constrangimento, geralmente resolve o problema só com alguns cliques. Porém, cada vez que tento resolver o problema lendo o manual do usuário mais me convenço que não consigo entender quase nada daquilo tudo que, para os outros, parece estar tão bem explicado. E já aconteceu de, ao mexer no aparelho buscando solução, piorar ainda mais a situação.
Foi pensando nisso que lembrei de quando, ainda adolescente, resolvi aprender telegrafia. Estava empolgado com aquele meio de comunicação que transmitia sons que representavam ponto e traço que, decodificados pelo telegrafista, se transformavam em mensagens de qualquer tamanho. A título de informação, saibam que cada som representa um traço ou um ponto. Cada carácter é representado por uma quantidade de traços e pontos. É o Código Morse, um sistema de representação de letras, algarismos e sinais de pontuação através de um sinal codificado enviado de modo intermitente.
Naquela época meus conhecimentos de meios de comunicação eram o telefone, o rádio (ambos deficientes), os jornal impresso e os serviços de Autofalante espalhados pela cidade. Já sabia da existência da TV, só que ainda não havia chegado na cidade onde eu morava.
O tempo foi passando e vieram as novidades. Conheci o telex, o fac-símile, até que a Internet entrou na minha vida. Primeiro na Empresa na qual trabalhava, inicialmente mais complicando do que melhorando os serviços, mas por pura falta de conhecimento daqueles que se metiam a usar. Inclusive eu.
Eis que de repente me vi andando com um aparelho-móvel-celular do qual não conseguia me desgrudar nem na hora de comer, de dormir, ou mesmo de ir ao banheiro. No começo pesado, grande, mas era algo que me conectava com todo mundo. Era, também, inconveniente quando facilitava que pessoas indesejadas tivessem acesso a mim. Mas isso fazia parte.
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