Sexta-feira, 25 de março de 2022 - 13h17
Nem todos, ao abrirem uma
janela, conseguem divisar a vista, é como se a janela estivesse fechada, estão
cegos, cegos que pensam que veem, ou, como dizia Saramago, cegos que vendo não
veem.
A ignorância cega, o medo
cega, a paixão cega, e há os que de tão toscos sequer enxergam à frente, mal
veem um palmo além do nariz. Um velho irmão marista, professor de literatura,
nos anos da minha adolescência, costumava dizer em sala de aula que “horizonte
não é pra qualquer um, só se vê a vista com preparo”.
O horizonte é uma conquista,
depende de leitura, é um estado de espírito, muitos o olham, mas poucos o
enxergam. A sala de aula bem aproveitada, regurgitada em anotações, é o início
da educação do olhar, amacia a caminhada e firma os passos ao futuro, abrindo
janelas, ainda que algumas insistam em permanecerem fechadas. Machado de Assis
dizia que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra.
Os onívoros culturais, ao
lerem de tudo, adquirem uma capacidade especial de compreensão, fazem parte de
uma seleta minoria, a dos que apuram a vista com um sorriso compenetrado. Cada
texto vencido vai fornecendo apetrechos à memória, acumulando capital na
conquista dos horizontes visuais e intelectuais.
Com estudo e leitura, as
paredes da ignorância vão paulatinamente recebendo janelas, sensibilizando os
cenários, como a vista de uma borboletinha multicor, que, fugindo do vento
frio, bate na sua vidraça, querendo abrigo, com um sorriso enigmático. Abra a
janela, acompanhe com o olhar o ziguezague do voo mágico do pequeno ser, feito
o desenho da estrada da vida, deixe que a singeleza do belo mergulhe em seu
interior, permita que a arte do simples também faça parte das suas vistas.
Não existe janela que não se
possa abrir, cada uma delas possui uma relação de dependência com a vista
almejada. O efeito simbólico de abrir janelas é produto do esforço de cada um,
gratificado com vistas significativas.
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