Sábado, 19 de agosto de 2023 - 10h05
Quando
os elétricos circulavam na cidade do Porto, havia constantes reclamações –
dizia-se: que além de serem barulhentos, os carris rompiam os pneus dos
automóveis.
Resolveu-se,
então, modernizar a cidade. Os velhos e rancheiros elétricos foram substituídos
pelos tróleis. Eram bonitos, cómodos e silenciosos.
Todos
quiseram experimentar a novidade. Começou-se, porém, a sentir-se saudade dos
velhinhos elétricos: os tróleis eram silenciosos, pareciam gatos. Eram por isso
perigosos, podiam causar fatais atropelamentos.
Então,
disseram: os que circulam na cidade são os mais modernos e os melhores da
Europa. Iguais aos de Viena de Áustria.
A
murmuração cessou. Se eram iguais aos de Viena, eram bons.
Mas
rapidamente se verificou que os tróleis, tinham muitos lugares sentados, mas
poucos de pé.
Pensou-se
aumentar os de pé.
Onda
de protestos se levantou. Mas logo se acalmou, quando afirmaram ser iguais aos
de Londres.
Se na Capital Britânica, os ingleses, viajavam
nessas modernas viaturas, o zé-povinho, pensou: se lá fora se usa, –
concordamos e aprovamos.
Vem
a lengalenga a propósito da bacoquice nacional, de concordar com tudo que se
faz e se usa lá fora.
Os
responsáveis, sabedores desse fenómeno psicológico, usam-no sempre que lhes
interessa impor conceito ou pratica – lá fora já se faz.… e se faz, cá dentro
também se deve fazer...
Desconheço
se o mesmo acontece noutros países. No Brasil aprecia-se tudo que é de fora. O
que é importado é bom. Será por ser país irmão ou filho de Portugal?
O
curioso é que lá fora, já se usa muitas coisas e benéficas, e não se copia nem
se ventilam.
Escuso-me
de as citar, já que são assaz conhecidas. Apenas duas vou mencionar: Por que
não se aproxima os salários e pensões dos países mais adiantados da Europa?
Por
que não se copia o que melhor se faz lá fora? E só se discute: o aborto,
gestação de substituição, vulgo: “barrigas de aluguer”, eutanásia e drogas
leves?... E casos e casinhos, para entreter, como faziam em Roma, com os
gladiadores?
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