Domingo, 31 de outubro de 2021 - 11h30
Faleceu de causas emocionais, na
madrugada deste sábado, 30/10, o acadêmico Silvio Santos, dizem
que foi vítima do insaciável serial killer coronavírus, na verdade morreu
porque o coração não suportou o encontro, nas dependências do Cemetron,
de Zekatraca com o Manelão, comandando uma nova Banda do Vai Quem Quer
formada por uma legião de anjos. Logo na entrada cumprimentou Bola Sete,
Cabeleira e a profa. Marise Castiel, aguardando, com os brincantes celestiais
das escolas carnavalescas, Diplomatas do Samba e Pobres do Caiari, o início da
festa em outra dimensão.
O consagrado Amo do Boi
Corre Campo, em meio a parafernália hospitalar, declamou versos certeiros, dizendo
bem-vindo, Silvio, ao mundo da cultura celestial; os bois se curvaram em
reverência, as Catirinas se alvoroçaram com as novas toadas. Os brincantes das
quadrilhas retiraram seus chapéus de palha, ao som da zabumba, do triângulo e
da sanfona, como que demonstrando sua satisfação pela chegada daquele que por
mais de 50 anos incentivou os folcloristas terráqueos de Rondônia, sendo ele
seu maior folião.
Silvio Santos abraçou solenemente
Zekatraca, como se fosse seu Ghost mais querido, acenou um lenço branco aos
brincantes das quadrilhas, dos bois, das escolas de samba e das bandas
carnavalescas, sentiu o emocional alterando as batidas do seu sofrido coração e
adentrou com eles, em procissão, ao espaço imortal, que lhe cabia de fato e de
direito, uma vez que é membro imortal da Academia Rondoniense de Letras. É mais
hum a ocupar o nicho dedicado aos imortais da ARL, no Panteão da Cultura.
Silvio Macêdo dos Santos nasceu na
“tribo” dos beiradeiros de São Carlos, em 1946, trabalhou em todos os jornais
da capital e na rádio Caiari, desde cedo se integrou na cultura folclorista da
região e em 1987 incorporou o Zé Katraca, depois Zekatraca, escrevendo sobre
assuntos políticos e culturais, de forma anônima, pulando de um jornal para
outro, sem que sua identidade fosse conhecida. Até bem pouco tempo, o compositor
Silvio Santos escrevia a coluna semanal Lenha na Fogueira para o Diário
da Amazônia e para o site Gente de Opinião.
Publicou As Peripécias do General pela Editora Imediata, homenageando Manelão, que junto com ele fundou o bloco carnavalesco mais famoso da Região Norte: A Banda do Vai Quem Quer. Possui textos inéditos: A História da Rádio Caiari, Minha Porto Velho Querida e A História da EFMM em quadrinhos.
NOTA DE PESAR
Consternada com tantas e lamentáveis perdas, a Academia Rondoniense de Letras Ciências e Artes – ARL tem o doloroso dever de comunicar o falecimento de mais um guerreiro da cultura: Silvio Santos, jornalista, escritor, radialista, compositor, cantor, analista político, folclorista e membro efetivo da ARL onde ocupava a cadeira 38, cujo patrono é José Ailton Ferreira Bahia.
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