Terça-feira, 1 de outubro de 2024 - 15h14
A culpa é
um sentimento interior difícil de ser assumido. Quando erramos, a culpa é
sempre do outro. Somos mestres em colocar a culpa das nossas falhas, dos nossos
pecados, nos outros. Lembro-me de uma máxima do professor Raul Chaves, que
dizia aos seus alunos da Faculdade de Direito da UFBA e membros do Patronato de
Presos e Egressos da Bahia: “Nos presídios, ninguém se declara culpado, todos
são inocentes!”. Sartre, mestre do Existencialismo, imortalizou a frase o
inferno é o outro. Por outro lado, conforme o grau, o sentimento de
culpa, se não for bem administrado, pode nos levar a situações de difícil
trato, sendo necessário a ajuda de um ou mais profissionais especializados.
Esta foi
uma falha da criação, o dosímetro do criador não foi vistoriado pelo anjo da
guarda e o diabo aproveitou a oportunidade:
foi barro demais em alguma parte do sistema límbico do cérebro,
exagerando na função da culpa que deveria ser própria da natureza humana, ou o
sopro foi um pouco mais forte na hora de precisar a dose de egoísmo, necessária
a cada ser em processo de criação.
O fato é
que todo ser é egoísta, mas nem todos maximizam o eu a ponto de se tornarem
egocentristas. O acirramento das falhas variou no espaço e no tempo, conforme a
origem genética e o meio em que cada um evoluiu, culminando em várias doenças,
inclusive a psicopatia. Psicopata/Sociopata é aquela pessoa que não tem empatia
pelo outro, que não sente remorso por ter feito algo ruim. Eles são juízes
deles mesmos e não se preocupam com a opinião alheia. Não sentem culpa, não
gostam de serem corrigidos e são egocêntricos. Muitas dessas figuras doentias
estão espalhadas ao longo dos três poderes republicanos, e o que é pior, usando
o poder como escudo para seus defeitos sociais. Para estes o EGO é o senhor dos
senhores. Culpa?
Entre
nós, simples mortais, o sentimento de culpa não é de todo ruim, quem sente
culpa tem maior capacidade de empatia e conexão com o outro. Difícil é assumir
a culpa, mesmo sabendo-se parte dos seres humanos normais, sem sentir vergonha,
raiva e remorso. É comum apontar o outro, transferindo a negatividade. Doente é
aquele que se sente acima da culpa, acima de todos os defeitos.
A culpa
pode ser preocupante! Merece tratamento, quando você fica paralisado, remoendo
os pensamentos, se punindo, tornando-se vulnerável a outros sentimentos
negativos.
A janela
da culpa costuma mostrar vistas em sentido contrário, para dentro de si mesmo,
feito flechas atiradas ao âmago, tensionadas pelo sistema nervoso, forçando um
diálogo autocrítico para escapar da culpa, justificando os erros, sem jamais
admiti-los. A raiva
sobre si mesma, pode levar uma pessoa a perder o controle, a tornar-se
vulnerável à ingestão de álcool, de drogas sintéticas, etc. Pode descambar para
a depressão e até mesmo para o suicídio: com a palavra o MDC do confrade
Reginaldo Trindade e o seu esforço para difundir o bem e combater a depressão.
É um
processo difícil, mas fique atento à forma como você reage ao sentimento de
culpa, não feche a janela à interação com o outro, nem permita que as vistas da
janela se voltem contra você, seja como a gota de chuva que jamais se culpa
pela inundação, ou como o fogo, que sempre se viu como objeto do bem, nas mãos
de Prometeu, no processo da evolução humana, jamais como chama
destruidora.
Errar é
humano, ninguém tem o controle total sobre a vida. Somos seres imperfeitos por
natureza! Apesar dos pesares, não fuja à responsabilidade de reconhecer que
você é o agente motivador dos seus atos, das suas escolhas. Pare de se agredir.
Auto aceite-se!!! Liberte-se!!! Ou busque ajuda! A prática do perdão e do
arrependimento são armas da vivência, ajudam e devem fazer parte da caminhada. Nem
todos são rotulados como inferno. O outro, pela convivência sadia, pode
ser a sua salvação. O MDC (Movimento dos Depressivos Conhecidos) o espera
de braços abertos.
Das nossas janelas víamos as janelas dos vizinhos, o muro era baixo e nossa casa foi construída no centro de três terrenos, num nível mais alto. A m
Os que se dedicam às letras, normalmente principiantes, mosqueiam a prosa de palavras "difíceis", rebuscadas no dicionário, e frases enigmáticas, pa
O valor das coisas depende de quem é
Possuía, no século passado, meu pai, na zona histórica, belo prédio barroco – que recebera dos avós, – mas, ao longo dos anos, se delapidara.Reforma
Um médico, ginecologista, instalou seu consultório no nosso bairro. Mulheres de longe, e até as que moravam perto e tinham alguma condição financeira,