Segunda-feira, 29 de novembro de 2021 - 10h37
Desde a descoberta das
células-tronco, que os cientistas experimentam a possibilidade de criar
embriões de animais com células-tronco humanas. Muitos países, como a China, a
Rússia, a Coreia do Norte e até mesmo os EUA já fizeram isso, secretamente, sem
divulgação. Recentemente apareceram vários resultados de camundongos mistos,
além de órgãos produzidos em animais para serem transplantados em humanos. Neste
ano de 2021, os Estados Unidos divulgaram o sucesso do 1º transplante do rim de
um porco, para um ser humano, logo, não vai demorar muito, para que tenhamos
uma prateleira de órgãos produzidos em animais, prontos para serem
transplantados em humanos. Quimeras já não são quimeras!
A literatura e a mitologia
gregas já massagearam a nossa imaginação e criatividade, em vários campos da
vida, mas não imaginávamos que as quimeras gregas fossem parar na
bancada dos cientistas, tão rapidamente. Para quem não sabe, Quimera é uma
figura mística caracterizada por uma aparência híbrida de dois ou mais animais,
uma fera ou besta mitológica,
tão distante da realidade, que a palavra foi parar nos dicionários, como
sinônimo de sonho, devaneio, fantasia.
É
bom que se diga que existem humanos que já nascem como uma quimera, ou seja, possuem
dois tipos distintos de DNA. O fenômeno genético, conhecido como quimerismo, é uma condição genética raríssima. À primeira
vista, a temática interessaria, prioritariamente, aos estudos sobre o DNA e o
genoma humano, entretanto o que se verifica é que o fenômeno, também caracterizado
como um outro eu, tem repercussões jurídicas e psicológicas, que por
serem extensas, fogem aos propósitos deste artigo.
O
avanço científico no campo dos transplantes tem possibilitado a salvação de
inúmeros seres humanos. Hoje, a maioria das capitais possui um hospital, dotado
de um bom cirurgião, com a possibilidade de fazer transplantes de rins, de
fígado, de córnea e até mesmo de coração. A técnica dos transplantes, de certa
forma, banalizou-se, mas faltam órgãos humanos, para serem transplantados, o
que justifica a ousadia da experiência de buscar órgãos transplantáveis a partir
de embriões humano-animais.
Oficialmente
os japoneses foram os primeiros a autorizarem a criação de embriões
humano-animais. Inicialmente serão aprimorados os testes já feitos com ratos e camundongos,
evoluindo para porcos, macacos, etc. Como se trata de um animal, desenvolvido
pelo homem, para ser hospedeiro de órgãos, acredita-se que não despertará a ira
das organizações protetoras dos animais, já que os benefícios serão maiores que
os meros protestos. Os futuros passos apontam para a descoberta de tecidos
artificiais, com os quais serão moldados os órgãos transplantáveis.
Não
esqueçamos que a indústria robótica vem engatinhando há anos, desenvolvendo e
aprimorando a inteligência artificial, logo serão adultos e se espalharão por
todos os cantos da Terra, imunes a doenças e livres de quaisquer preconceitos.
Como dizia o poeta, a mim o que me rodeia é o que me preocupa: imaginem
o efeito desses avanços na cultura religiosa. Como não gosto, nem devo antecipar
questionamentos, imagino prazerosamente que esta é uma janela que só será
aberta daqui a muitos e muitos anos, com vistas impensáveis para nosotros, seres
meramente imaginativos.
O
avanço dessas descobertas e inovação científica, com resultados ainda
distantes, permite rasgos de humor ilimitáveis, como por exemplo imaginarmos o
quimerismo entre figuras da política e da justiça: como seria a personalidade
de um novo ser humano, constituído com distintos DNAs, sendo um do direitista
Bolsonaro e outro do esquerdista Lula? Como seria a mistura do ministro Alexandre
de Moraes com o General Heleno; do bispo Edir Macedo com o apóstolo Valdemiro
Santiago; do senador Adolphe Rodrigues com o Renan Calheiros; do João Doria com
o Eduardo Leite??? Misturem à vontade, imaginem ao bel prazer, façam
caricaturas, charges, telas, rir não custa nada, chega de sofrimento.
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