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Crônica

Se Deus Quiser


Se Deus Quiser - Gente de Opinião

A vida e a morte sempre foram personagens fundamentais no palco da existência.  A vida humana durou milhões de anos para surgir e continuou evoluindo, para vir-a-ser, mas o tempo do ser diverge do tempo da vida, daí porque é difícil a massa humana superar a ignorância profunda do passado. Desde que se descobriu Sapiens, com uma inteligência diferenciada e progressiva, o ser humano começou a explorar suas particularidades questionadoras. De onde vim?

Aos poucos, a morte foi perdendo sua autoridade de mestre/cerimônia, na festa da vida, hoje já aceita conversar com os cientistas, quando o assunto é a trajetória de cada ser. A vida surgiu lenta e casual, foi a consequência da combinação e da evolução, há bilhões de anos, de muitos fatos, substâncias e eventos biológicos, evoluindo ininterruptamente e mais rápido, a partir da água. Para onde vou?

As inúmeras conquistas da Ciência aumentaram, consideravelmente, a permanência do homem no planeta Terra. Seria impossível determinar, num simples trabalho, a quantidade de descobertas científicas, priorizando a melhoria das condições sanitárias, a forma de vencer doenças terminais, prevenir e curar o ataque de vírus, corrigir defeitos de origem, ajudar nas operações invasivas, para extirpar doenças, aumentando a expectativa de vida, estendendo o futuro. A vida acaba?

Pare pra pensar, estude quantos remédios surgiram nos últimos séculos, quantas vacinas, quanta gente estuda diuturnamente pelo progresso da ciência e pelo avanço do tempo da vida. Pense na vida antes e depois da Penicilina, antes e depois de uma vacina temporal, antes e depois de um antibiótico, de um anti-inflamatório, de um analgésico. Todas as formas de vida, animal ou vegetal, têm início e fim, a transcendência fica por conta do imaginativo e vaidoso cérebro humano. Haverá um tempo em que a palavra fim terá outro significado.

Muitos ficaram e ficarão no caminho, como mártires do conhecimento, tem sido assim desde o começo de tudo! O ser humano é insaciável em todos os campos do saber e continuará sua marcha persistente pelo aumento do tempo existencial, ainda que muitos insistam em negar, em duvidar da capacidade de quem escolheu a nobre missão de protagonista da Ciência, exacerbando o sentimento doentio da inveja – para os orientais, a maior doença do Ocidente.

O negacionismo e os movimentos antivacinas não são novidades. O filósofo Giordano Bruno foi condenado à morte por defender a existência de vida extraterrestre. Galileu Galilei foi processado pela Inquisição e precisou negar sua teoria heliocentrista, para não morrer na fogueira dos que defendiam a Terra como centro de tudo, conforme a Bíblia. O holocausto já foi veementemente negado por muita gente. Os terraplanistas, crentes que a Terra é plana, distorcem a ciência com argumentos injustificáveis e improváveis. E ainda há os ignorantes da atualidade, capitaneados por um deputado federal, que usa a política para afirmar publicamente, nas redes sociais, em movimentos antivacinas: − “Enfiem suas máscaras no rabo”.  No teu!!!

Mark Twain dizia: “O que nos causa problemas não é aquilo que não sabemos, mas aquilo que temos certeza de que seja verdade”, confirmando que a certeza, desvinculada de fatos concretos, é mais prejudicial do que a dúvida. Recentemente o Dr. Robert Malone, maldosamente ou não, talvez movido por inveja e querendo confundir a opinião pública, gravou um vídeo, condenando o uso da vacina genética anti-Covid19, com base no RNA mensageiro, se dizendo um dos inventores desta nova modalidade de vacina. Realmente ele contribuiu, mas esta não é uma criança de um pai só, o estudo de muitos cientistas abreviou as conclusões e está surtindo um efeito espetacular, em todos as pessoas que acreditaram na vacina da Pfizer, da Moderna e da BioNTech.  

O papel do Dr. Robert Malone, segundo William Neto, estudioso da matéria, foi, basicamente, descobrir que o RNA, protegido por uma camada de gordura, podia ser transportado melhor, mas ele não concluiu os estudos, que, devido à urgência dos acontecimentos, foram completados por outros cientistas. A referida vacina ensina o corpo a produzir anticorpos e, depois, o próprio corpo destrói o RNA mensageiro da vacina, impedindo modificações genéticas. Segundo meu neto, a conduta do Dr. Malone, apesar de desprezível, é comum, no meio científico, chama-se "Doença do Nobel": quando um indivíduo brilhante defende teses malucas, como por exemplo a tese do químico Linus Carl Pauling (1901-1994), vencedor duas vezes do prêmio Nobel (1954-1962), de que a vitamina C curava o câncer − ironicamente, morreu de câncer.

O insucesso de alguns não desautoriza o progresso de outros, não devemos desconfiar dos propósitos da Ciência, ainda que às vezes ela se apresente corrompida pelo capitalismo, pelo socialismo ou pelo autoritarismo. Se estudarmos o progresso da Medicina, no que se tem registro da caminhada do homem, no campo da cura, perceberemos quantos degraus subimos, ignorando propositadamente o significado do termo incurável!

Ainda que o medo nos faça refém do sobrenatural, ainda que a saudade nos faça refém do amor, passo a passo, a evolução cerebral chegará à materialidade científica definitiva, unificando sentimento e razão, seguida da imortalidade, via algoritmos da inteligência artificial. O novo enciclopedismo iluminista será, então, a catalogação, “nas nuvens”, de todo e qualquer conhecimento produzido pelo ser humano, capaz até mesmo de iluminar o futuro esfriamento do Sol. Nem a morte do astro rei, daqui a bilhões de anos, significará o fim da inteligência humana, estaremos presentes nesta e em outras galáxias: Se Deus quiser!!! 

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