Segunda-feira, 16 de agosto de 2021 - 11h40
Não é de agora que a
combinação álcool/música desperta emoções no ser humano, o problema é que as
respostas do corpo variam conforme a qualidade da música, a quantidade de
álcool ingerido e o nível intelectual do ouvinte, então, o que poderia ser
apenas lazer pode ter efeito terapêutico, ser parte das estratégias de estímulo
às áreas do cérebro, envolvidas com a audição, e o que é inquietante! podem
interferir deleteriamente, ou não, no agir!!! A Biblia diz que os Salmos foram
produzidos ao som de harpa e sob o efeito de vinho, já os historiadores marrons
atestam que Nero tocou fogo em Roma, depois de uma bebedeira, tocando em sua
lira música da pior espécie. O bem e o mal entre sete notas musicais, ao
sabor de uma bebida qualquer. Arrepia só de imaginar.
Preocupa-me o que os
dirigentes dos “podres poderes” brasileiros estão tomando e ouvindo, como não sou
telepata, imagino, ao som de Lennon e saboreando um pisco sour: “Imagine all the people
- Living for today”.
A vivência diz que entre uma e
outra loura gelada, a música pode estimular feminicídios, homofobias, injúrias,
fakes, abrir porta de armário sexual, como pode arrepiar namorados, apressar
lágrimas contidas, acelerar corações, abreviar casamentos, questionar a duração
do amor, ou ainda, o que é pior, entre um whisky e outro, incentivar, em membros
dos “podres poderes” um estado mental sadomasoquista, com sérias consequências à
grande maioria da população. Nem eu, nem a torcida do Corinthians/Flamengo
sequer sabe a preferência musical ou a bebida alcoólica mais consumida pela elite que governa os
poderes republicanos, muito menos os porquês que separam a esquerda da direita,
polarizando pontos de vista que afastam amigos, famílias, instituições
culturais e de amor ao próximo, em nome de uma ideologia utópica, que segrega até
mesmo o amor subjetivo à Pátria. A igualdade de direitos perante a Constituição
Federal e ante a vida vivida é a maior fake de todos os tempos.
Já se discutiu no passado, que
ouvir Wolfgang Amadeus Mozart, na infância, melhorava a inteligência. Segundo
estudos publicados na revista Intelligence isso não foi comprovado, mas
Jakob Pietsching, principal autor do estudo, recomenda a todos ouvir Mozart, porém sem a
expectativa de aumentar suas capacidades cognitivas. Contudo já foi amplamente
demonstrado que a personalidade humana sofre influência da combinação música/álcool.
As religiões africanas usam a música/álcool para estreitarem contatos
espirituais.
Imaginem, só imaginem! o
efeito da Cavalgada das Valquírias, composição de Wilhelm Richard Wagner,
ouvida em volume alto, depois de algumas doses (sabe-se lá de que bebida), nas
ações de um problemático ministro da Alta Corte. Die
Deutsche Wochenschau. Coitado do Jefferson, o sóbrio bobo da corte, enfrentando
o todo poderoso Xandão, à espera de uma nova revolução constitucionalista, como
se quisesse marchar sobre as Valquírias, ao ritmo do doce Bolero de Ravel, todavia
o som baixo da caixa, do início da composição, ainda não está sendo ouvido, no
interior da prisão. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Se o mando vier
do poder das ruas, melhor exilar-se.
Segundo Mauro Muszkat, em artigo publicado na
revista Literartes, a neurologia pode contribuir no desenvolvimento da
educação comportamental, explicando a relação entre música, álcool,
conhecimento e desenvolvimento neurológico. O nosso ministro Barroso, parece
eclético, imagino que a face de bom menino, pode mudar de repente, conforme a
música: entre um vinho francês e outro, se estiver ouvindo Tchaikovsky, dará
passinhos de valsa no ar, acenando aos coleguinhas, um lencinho branco, molhado
de emoções passageiras, no curso da música. Por outro lado, se estiver em
momentos de conhaque Cointreau, pode enraivecer-se, vestir a pele de vermelho, e
aí sobra pra todo mundo, inclusive pro presidente. Oh! Sofrência, Pablo:
Estou indo
embora
A mala já está lá fora
Vou te deixar
Por favor não implora
Porque homem não chora
E não pede perdão
Realmente, diferentes tipos de
música, associada a diferentes tipos de bebidas despertam diferentes emoções e
evocam lembranças, desejos, sonhos, provocando uma série de respostas no corpo
humano. Muszkat mostra que a música atua, inclusive, como fator de melhora em
doenças como depressão ou Alzheimer e, se for acompanhada, diariamente, de
vinho tinto, pode apressar os efeitos. Renan não tem cara de quem gosta de
vinho. Imagino o relator da CPI, afogando suas mágoas, com uma cachacinha de
cabeça, curtindo a depressão/sofrência, nas fazendas das Alagoas:
Me deixe aqui
Com a cabeça cheia de problemas, vou me resolver
Sou complicado, louco e inconsequente
Meus desejos, você finge que não vê (…)
Se é certo ou errado
Pago as consequências
Posso ser julgado
Por um pecado de amor.
Para o mesmo neurologista, a
música não pode ser entendida sem levarmos em conta a subjetividade, o
envolvimento lúdico e a transitividade que caracterizam a arte. Quando
escutamos música, nosso batimento cardíaco, nossa frequência respiratória e
nossos ritmos elétricos cerebrais mudam conforme o ritmo e a melodia, ou seja,
“dançam conforme a música“. Ela não apenas é processada no cérebro, mas afeta
seu funcionamento, dobrando seus efeitos, se receber adjutório do álcool. E os
benefícios/malefícios em potencial da mais emocional das artes não param aí: a
música e o álcool intensificam também as capacidades linguísticas, para gáudio de populistas e demagogos de plantão.
Imaginem, repito só imaginem, o
capitão Bolsonaro, à frente de uma motociata, como se fosse uma tropa, extasiado
com a música da sua adolescência, que lhe vem por fones de ouvido, questionando
as dores da cicratiz abdominal, associadas à incorporação das carnes podres do
centrão: valeu à pena? “Às vezes tem que doer como nunca, para não doer nunca mais”.
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo sempre a cantar
As coisas lindas da América (,,,)
Ratá-tá-tá-tá,
tá-tá-tá-tá-tá……
Alibebão/Lubabá, Zecomeu, Dilmão e o resto da
quadrilha, contumazes aprecidadores de pinga, já dançaram uma vez, mas não
aprenderam a música que veio das urnas, entoada pela sensatez. Canta canta
minha gente! Ou o lema Deus, pátria e família será substituído por operários
sem pátria, dominados por corrutos sem escrúpulos.
Pouco importa se à direita ou à esquerda, importa os
rumos de nosso país, sob os efeitos do etanol, ao som de: Que país é
esse? (é a porra do Brasil.), que tolera interferências
atrevidas de quem não foi autorizado pelo voto!? Algo precisa ser feito.
Sei por vivência que o pacífico povão basileiro vai aguardar as próximas
eleições, vai votar, vai respeitar o resultado, ouvindo sofrência e
tomando a bebida da sua preferência. Sem nova opção, duro será tolerar a
desfaçatez e o descaramento dos podres poderes, por mais quatro anos.
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