Segunda-feira, 25 de outubro de 2021 - 14h11
Mal saímos de uma pandemia,
causada por um monstro invisível que subtraiu mais de 600 mil vidas e já nos
deparamos com um outro bicho monstruoso, o tal dragão da inflação, também
invisível, mas sorrateiro, mal intencionado e que se alimenta da incompetência
das políticas econômicas. E lá se vai a estabilidade de nossa moeda, nosso
poder aquisitivo e, de tabela, o aumento da fome de nosso povo, já tão sofrido.
É o teto sendo utilizado em nome dos sem teto, para garantir o voto dos
miseráveis, mas no teto das emendas parlamentares ninguém meche. Este é um defeito na rebimboca da
parafuseta e será preciso trocar a bieleta, do contrário vamos perder a
eleição.
O cálculo do teto de gastos
governamentais federais, criado no governo Temer, para moralizar a política
salarial e os gastos públicos, induzindo o respeito à política fiscal, virou
vadia, todo mundo quer passar a mão e o Judiciário se cala, pois também é
beneficiário da palavrinha de múltiplo sentido. Para os desembargadores são
Tetos, isso mesmo, no plural, basta dar uma olhada pra ver quanto ganha cada um
deles, para perceber que cada qual tem seu teto próprio, ou conhece o caminho
“legal” para melhorar o próprio teto salarial. Quando é para os pobres do
Auxílio Brasil, precisam furar o teto para conseguir alguma ajuda, expondo as
demais classes, e o país como um todo, aos riscos da inflação.
Não bastasse tudo isso, ainda
temos que suportar a cara de pau do ministro da economia, diante da TV, na
companhia do presidente, garantindo, tecnicamente, mediante conversa rasa, que
o furo no teto não causará problemas à nação, mesmo gastando além do permitido,
como se dissesse que sabe manipular
todo tipo de custo, inclusive o marginal. Ele tem a teoria, por isso
pode enrolar todo mundo sobre o cálculo do custo marginal (putz,
argumento nosso). Para entendermos o linguajar do ministro, que tenta
convencer qua vai gastar mais do que arrecadou, sem causar inflação, seria
preciso, no mínimo, ter um sovaco ilustrado, como se a informação e a matemática
financeira pudessem ser adquiridas por contato, a partir de dois livros, sendo
um de economia e outro de política aplicada, diuturnamente, carregados embaixo
do braço, passando a imagem de sujeito letrado, professor/doutor, capaz de
entender as fórmulas econômicas do Ministro e de “suportar” a cara de beócio do
capitão.
Num país que Dilma é graduada
em Economia e Lula é doutor em estelionato, com especialização em populismo e
dono de argumentos que convencem a maioria da Suprema Corte, tudo é possível. Difícil
será o dono de um sovaco ilustrado mostrar seu certificado de CDF, eles são
opostos, além do mais, diante da alta da tecnologia, da diminuição dos livros,
o termo está em baixa.
O tempo passou na janela da
vida, mas, embora raros, ainda existem sovacos ilustrados, principalmente
no meio político. A primeira vez que ouvi esta expressão, no Nordeste, eu ainda
estava na Faculdade. A tecnologia acabou com os SI, hoje o que vale é a marca e
a geração do celular, vaidosamente exposto aos colegas de convívio. Gente que
não sabe esticar o tempo, mal sabe contar uma piada. O SI é aquele sujeito que
tuita literalmente pra dizer o que está fazendo, o que está comendo e outras
banalidades típicas dos ridículos frasistas do Twitter, do Face e do Instagram.
É o sujeito aparentemente ilustrado, que ao se sentir vazio, pede ao grupo pra
tirar uma selfie.
Há algumas semanas um senador
da linha de frente de Bolsonaro foi apelidado pelos demais de Rolando Lero,
personagem famoso, criado por Chico Anísio e imortalizado por Rogério Cardoso,
que usava palavras bonitas, elogiosas, mas que não respondiam as questões do
professor Raimundo, sendo inapropriadas para o tema em discussão. As palavras
funcionavam como uma capa ilustrada para a ignorância do sujeito.
Fala, fala, fala, elogia todo
mundo e do nada encerra a oratória, com uma interrogação tão grande que se
estende aos ouvintes: o que era mesmo que ele estava dizendo? Rsrsrs. −
Sr. Rolando Lero, as próximas eleições resolverão os problemas do Brasil? − Amado
mestre, vinha eu pelos corredores do Senado, quando percebi o nada se arvorando
a dono de tudo, um tal de Alcolumbre, lá do insignificante Amapá, se dizendo
dono da importante CCJ, diga-me, pois, amado Mestre, se esse país tem jeito,
sem uma nova e moralizante derrubada da Bastilha? − “O que vocês vão fazer
com tanta democracia”? questionou um ex-presidente da República (JBOF).
Se vocês riram dos argumentos
do novo Rolando Lero, aguardem a próxima campanha política, pois ele pretende
ser candidato a governador de Rondônia, pelo mesmo partido do Rolando Lero mor,
José Datena e seu fiel escudeiro, Neto, o maior cobrador de faltas deste país. Datena
já declarou em entrevista à revista Veja desta semana que quer ser candidato a
Presidente. O rei tinha e tem razão: “o povo brasileiro não sabe votar”. Esse
é o país da piada pronta!!?
Como
faz falta um bom papo, ao pé do fogão a lenha, nos sertões da Bahia, de Minas
Gerais e de tantos outros lugares deste nosso imenso Brasil, num tempo em que
se discutia política, filosofia, os rumos do país, e até mesmo o sexo dos
anjos, inocentemente, sem correr o risco de ser perseguido por Alexandre Magno
e pela poderosa mídia global, como homofóbico, preconceituoso, intolerante e
fabricante da fakenews. E aí, Doris Day:
The future's not
ours to see
Que sera, sera
What will be, will be
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