Sexta-feira, 2 de setembro de 2022 - 14h25
Na semana comemorativa pelos
200 anos da Independência brasileira, a Rede Globo tem apresentado, no Jornal
Nacional, programação específica sobre a data. Ontem, 31/08, o assunto foi a
Constituição Americana e sua influência nas demais constituições do mundo
democrático e capitalista.
We the People é a frase de
abertura do Preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos e da Índia. Ontem,
após a leitura da frase, a vice presidente dos EUA completou: Nós o
povo temos o poder de construir um mundo melhor. Que pena, pelo
menos aqui no Brasil as coisas foram e são diferentes. O povo não passava (não
passa) de massa de manobra; o voto, por muitos anos, foi manipulado pelos
governadores, destaque para São Paulo e Minas Gerais, na famosa política Café
com Leite, que matou o candidato a Vice Presidente, João Pessoa, na chapa
encabeçada pelo gaúcho Getúlio Vargas. Foi preciso um baixinho, um gaúcho
arretado sair de seu estado pra acabar com as mordomias dos políticos de SP, MG
e RJ. Àquela época coronelista, os verdadeiros donos da nossa democracia.
A Constituição Federal que mais vantagens,
direitos e garantias deu aos brasileiros foi outorgada por um ditador, Getúlio
Vargas, em 1937. A Era Vargas (1937-1945) criou a CLT, o salário mínimo, a
carteira de trabalho, com semana de 48 horas, direito a férias remuneradas,
etc. Foi Vargas quem criou a Petrobrás, mais tarde dilapidada pela quadrilha do
PT. Em 1938, criou
o IBGE, a Companhia Siderúrgica Nacional, em 1940, a Vale do Rio Doce, em 1942,
e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco, em 1945. O voto
feminino foi autorizado em 1932, incorporado à Constituição de 1934 e
regulamentado pelo código eleitoral de 1965 (em plena revolução). Foram tantas
conquistas sociais, que esse é um caso de se dizer − os fins justificaram os
meios.
Ainda que Getúlio tenha sido
deposto pelo Exército Brasileiro, em 1945, foi na Era Vargas que o povo se
sentiu verdadeiramente representado por um presidente, o pai dos pobres, tanto
isso é verdade que nas Eleições de 1950 ele volta ao Palácio do Catete pela
força do voto popular. Foi o primeiro presidente a desmascarar o voto de
cabresto. E foi, novamente, a classe política brasileira, as raposas do
sistema, manipulada por Lacerda, quem colocou a arma na mão de Getúlio,
deixando órfão, o povo varguista, sem consulta-lo num referendum. O capital voltava
ao poder, patrocinando a corrupção; o comunismo mostrava sua cara, ávido por
uma ditadura de esquerda, usando a mesma demagogia de sempre: diminuição das
distâncias sociais, igualdade, etc. a mesma lenga lenga já tão
explorada e sem nenhum resultado prático. Vide pobreza em Cuba!
O mal do Brasil foi querer se
comparar à democracia presidencialista dos EUA e dos demais países
desenvolvidos da Europa; à ditadura da Rússia e ao parlamentarismo da
Grã-Bretanha, sem uma educação forte, com níveis alarmantes de analfabetismo,
com a demagogia e o populismo sendo usados, como disciplinas obrigatórias no
currículo da classe política. Uma República Vira Lata em que os três poderes
tripudiam um da cara do outro. Onde um ex-presidente reconhecidamente corrupto,
condenado em duas instâncias, recebe o aval da Corte Maior, para possivelmente
retornar ao poder e aos esquemas de corrupção, que tanto mal fizeram a esse
país. Tudo isso com o aval do Estado Democrático de Direito.
Por mais que os políticos
tenham cara de pau, notadamente os corruptos, durante o horário político, dá
pra perceber, no olhar, a vergonha que estão sentindo. Dá pena ver o Alckmin se
esforçando para ser um homem sério, depois de tudo que ele disse do Lula. A
maioria deles enchem a boca com a frase Estado Democrático de Direito, sem ao
menos conhecer a amplitude significativa da frase. A experiência e a história
confirmam não será pelo voto que mudaremos esse país.
A palavra crise, em época de
campanha política, nos seus mais variados sentidos, sempre me inspirou temor,
não pelo significado embutido em si mesma, não pelo que ela acarreta de
problemas às classes mais necessitadas, mas, e principalmente, no que ela atrai
de oportunistas, de sofistas, de desconstrucionistas, gente que só quer se
locupletar, feito aves de rapina, hienas em busca de repasto, e se apresentam
como salvadores da pátria. Velhos lobos chegam a retirar do armário suas
fantasias de cordeiro, a armar a face com sorrisos plasmados na hipocrisia, com
o intuito único da enganação, em busca dos inocentes votos que lhes
possibilitarão o retorno, a permanência, ou a chegada ao poder.
Não sei como resolver a
absurda crise dos três poderes, que chafurdam diuturnamente na lama da
corrupção e das agressões mútuas, sem dó nem piedade do povo brasileiro. Isso
porque não acredito na solução advinda do voto, sem o adjutório da educação e
da instrução. A história nos ensina que neutralizar a classe política sem a
força é praticamente impossível. Sem querer humilhar os cachorros, lembro que
“o político corrupto não larga o osso sem receber uma paulada na cabeça”. Getúlio usou a força para ignorar a classe
política, depois recebeu o apoio maciço do povo, em eleição popular. Getúlio,
na política, é como Pelé, no futebol, só nasceu um.
A desapiedada classe
política vem aí, amparada por 32 partidos legalizados. Bons e maus, gente de
toda espécie, velhos e novos canalhas, profissionais ou não, a maioria, armada
com os tradicionais argumentos convincentes, forjados na demagogia e no
populismo, financiados por bilhões dos nossos preciosos impostos, que deveriam
ser aplicados na educação, na saúde e na segurança de nosso povo. Infelizmente
os políticos de boa cepa não usam um selo de honestidade e boas intenções na
face. São poucos, mas existem.
Hoje, nem a PF merece
confiança: um diretor geral disse, publicamente, que uma mala de dinheiro não
prova nada. O apartamento de Geddel Vieira Lima, lotado de dinheiro público,
foi miragem, não eram reais as filmagens feitas pela TV. Geddel é aquele
político baiano corrupto, que agora apoia Lula, rindo da cara do eleitor.
We the people brasileiro
queremos o poder dos super-heróis americanos para procedermos as mudanças
institucionais que a nação precisa. Shazam!!!
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