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Da extirpação do câncer teológico antes da metástase


Da extirpação do câncer teológico antes da metástase - Gente de Opinião

Demorei muito a tomar um posicionamento diante dessa doença ideológica chamada Teologia da Libertação. E já adianto que não vou me deter em considerações teológicas ou filosóficas, por uma razão bem simples: o mal não merece consideração. Basta-nos reconhecer que pelos frutos se conhece a árvore.

Alguns fatos que presenciei recentemente – até alguns ritos de que, por conformação social, participei – foram suficientes para que eu tomasse a decisão de exercer o múnus da profissão que tenho e vir a público manifestar meu pensamento, não se entendendo aqui o pensamento como algo incidental, mas como o conjunto de percepções, cognições e convicções que nos torna diferentes dos outros seres que Deus usou para povoar este planeta.

Tratando de um tema inerente à Igreja Católica, é natural que eu me dirija, prioritariamente, aos meus irmãos de fé, não descartando, porém, a possibilidade de que o presente texto seja do interesse de outros cristãos, ou mesmo de pessoas que não professam a fé em Cristo, mas têm interesse sobre o tema, tamanha a repercussão extramuros que a tal Teologia da Libertação vem seguidamente alcançando há anos, desde o voto de silêncio imposto por São João Paulo II ao então ainda frei Leonardo Boff, nome religioso de Genézio Darci Boff.

Não vou fazer propaganda dos absurdos que vi, para não correr o risco de que tal narrativa desperte a curiosidade de algum irmão, levando-o a aproximar-se de tais práticas. O propósito deste texto tampouco é descrever a etiologia desse câncer ideológico, mas, em verdade, tratar de sua extirpação antes da metástase. Há um vício de raciocínio que se instala nas mentes das pessoas contaminadas, levando-as à proliferação descontrolada de pressupostos paralógicos que vão infectando todas as suas cognições; e, num grau mais avançado da doença, até mesmo as suas percepções, levando ao registro distorcido no cérebro das reais imagens captadas pelos olhos.

Pois bem, há uma indagação que nos brota na alma: o que fazer? É próprio do cristão saber discernir o que é paz e o que é acomodação. A paz se alcança com o triunfo da verdade, já a acomodação nasce de uma mentira, a de que está tudo bem e não há nenhum perigo. Recusar-se a enxergar o que Deus já nos fez ver é, para nós católicos, pecar contra o Espírito Santo; é tomar, pois, o caminho da perdição da alma.

Somos hoje nós, fieis católicos (fieis ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo) chamados a não deixar Jesus sozinho, especialmente durante as missas, em que infelizmente têm sido frequentes os abusos antilitúrgicos, as homilias intermináveis e mais uma série de comportamentos que bem podem ser corrigidos, basta que se tenha um pároco com boa formação e que não abra mão de sua função magisterial. Já no que se refere aos vícios ideológicos, a situação é mais grave, é algo interno, que não se percebe durante a missa, mas que acompanha o irmão acometido pela doença em toda a sua vida, familiar, profissional, social.

O que devemos fazer? Primeiramente, reclamar, se possível na hora, para que nosso silêncio não ecoe como eloquente discurso de aceitação. Reclamemos ao padre, reclame ao bispo, reclame ao núncio, se necessário. Mas não nos calemos diante de homilias viciadas ideologicamente, diante de textos de catequese ideológica incrustados nos folhetos dominicais, diante de mentiras acerca de suposta renúncia da Igreja a suas tradições, como a de que “a missa em latim foi abolida”, dentre muitas outras.

Em segundo lugar, uma vez pacificada a alma por não ter sido tolerante com o intolerável, dedicar sincera e firme oração. Não uma oração como fuga ao enfrentamento do problema, mas uma oração efetivamente cristã, pedindo ao Pai, no nome de Jesus, que trate dos feridos nessa batalha da fé contra os vícios ideológicos. E aí é preciso enxergar que as pessoas acometidas por tais vícios são doentes. Não podemos cair no engano de achar que elas são más. Elas são filhas de Deus assim como nós. E devem ter a oportunidade de trilhar o caminho do arrependimento frutuoso e a salvação de suas almas.

Quem proclama a verdade, antes da rejeição a suas palavras, enfrenta a solidão. Mas, com perseverança, encontra quem esteja também disposto a proclamá-la. A maior revolução na Igreja Católica foi feita por um homem que não era padre. Seu nome: Francisco. Invocando seu exemplo de vida cristã e também a memória de Santo Atanásio, que enfrentou sozinho as heresias que dominavam a Igreja no seu tempo, disponhamo-nos à faxina, para que o santuário seja verdadeiramente digno da presença viva de Nosso Senhor Jesus Cristo. E não O deixemos sozinho!

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