Segunda-feira, 23 de dezembro de 2019 - 09h46
Estamos a uns sete meses de mais um festival de mentiras:
gente prometendo pra todo lado aquilo que jamais terá condições de cumprir. E
por que não terá? Simplesmente porque, para cumprir o que estará prometendo,
será necessário ter um mínimo de conhecimento sobre a administração pública.
Foi-se o tempo em que as coisas eram feitas nas coxas. Uma
pessoa que pretenda se candidatar a um cargo público precisa saber onde estará
se enfiando. Do contrário, será apenas mais um no grande coro de analfabetos
que só têm esperteza para uma coisa: meter a mão no dinheiro público.
E é bom ressaltar que não estamos aqui nos referindo às
pessoas de baixa escolaridade apenas. Há também médicos, advogados,
engenheiros, professores universitários, que, por mais que detenham
conhecimentos e títulos nas suas áreas de atuação, não têm a menor noção do que
é a gestão pública.
Corromper-se é coisa que se aprende fácil, pois motivação
não falta. Mas, quando o assunto é o funcionamento da administração pública,
que tem por razão de existir a promoção do bem-estar da coletividade, ninguém
quer se dar ao trabalho de estudar.
Alguns chegam ao absurdo de dizer que vão administrar o
público da mesma forma que administram empresas. E de fato o fazem. Visto que
objetivam o enriquecimento pessoal, o lucro, os dividendos. E o que é pior:
ainda há eleitor imbecilizado que aplaude esse tipo de discurso.
Para atuar na esfera pública, é preciso pensar o público. É
preciso se curvar diante da supremacia do interesse difuso (da comunidade)
sobre o interesse coletivo (de um grupo) ou de um indivíduo. É preciso estar
atento para tudo o que ameaça o bem comum. E não com a atenção concentrada no
que traz a oportunidade de enriquecimento pessoal.
Que Deus nos ilumine.
Porque vem crescendo o número de pessoas que querem ser cuidadas?
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Formei-me em 1958 em Direito na FDUSP e desde o início da década de 60,quando cinco dos atuais Ministros ainda não tinham nascido, atuo perante a Su