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Desafios na gestão da saúde pública


Uemerson Florencio - Gente de Opinião
Uemerson Florencio

Os postos de saúde dos municípios carregam árdua carga de responsabilidades, mas também são os locais que acumulam os maiores desafios para os gestores públicos da saúde. Por serem eventos que acontecem internamente, muitos destes conflitos são abafados ou escondidos da secretaria de saúde. E se o problema explode numa escala de grande repercussão que autoridade tem estes servidores em querer se posicionar como se fosse a própria gestão?

Dessa forma, identificamos algumas unidades de desafios que fazem estes gestores terem que revisar, alterar ou aplicar horas em novos planejamentos. No entanto, entre o que é planejado no papel e o que se oferta na prática pelos servidores nestes postos pode existir um grande abismo em termos de diferença, rendendo dores de cabeça para toda a secretaria municipal de saúde. E quando alguns conflitos gerenciáveis chegam em forma de grandes anomalias, quais são as melhores respostas para contenção de crises?

Assim destacamos: o desafio na comunicação interna – Gerenciar o fluxo entre a gestão e os servidores, entre os servidores e a gestão e entre os próprios servidores, ou seja, em três ângulos distintos. A condução harmônica e equilibrada dessa comunicação entre os envolvidos terá como consequência resultados favoráveis para o fortalecimento de uma cultura organizacional.

Seguindo esta orientação favorecerá também o clima organizacional, a partir daí, os conflitos que eram frequentes, serão minimizados ou desaparecerão. Quais são as principais queixas ou reclamações que vem das USF’s, UBS’s e UPA? Você tem um plano de ação ou intervenção para a condução e conflitos?

A comunicação interna deve ser planejada de forma clara, objetiva e direcionada para cada público de profissionais que atua no posto de saúde. Quais são os veículos de comunicação mais utilizados na comunicação interna da sua gestão? E-mail corporativo, grupo de whatsapp, mural, intranet, rede social corporativa, reuniões ou eventos, manual do colaborador, entre outros. Mas, qual entre eles é o mais adequado ao perfil de servidores que operam nos postos municipais de saúde?

De que adianta ter tantos veículos instalados e não ter a cultura do acesso ou utilização? Neste caso, é extremamente necessário promover e implementar o programa de treinamento constituído por exercícios práticos associados a dinâmicas de grupo específicas no sentido gerar o reposicionamento da comunicação interna. Você sabe realmente o que fazer para alcançar este reposicionamento?

Toda gestão pública tem por zelo a preservação da imagem e reputação do mandato. Quais é o objetivo de valor defendido pela gestão em saúde? Quais são as estratégias de sustentação elaboradas para a manutenção da imagem desejada?

Dessa forma, destacamos o segundo ponto de origem de conflitos para gestores em saúde – Os desafios em procedimentos técnicos nos postos – Refere-se à necessidade de implantar o POP procedimento operacional padrão, um documento que apresenta o passo-a-passo ou as etapas do processo referente as atividades operacionais técnicas. Ele permite que o profissional execute os procedimentos que requerem técnica em conformidade com o modelo padrão. O POP exclui a realização de improvisos com a vida humana. Sendo assim, atente-se para alguns alertas críticos:

- A manipulação dos pacientes sem os equipamentos de proteção individual com a ausência de luvas, máscaras e ainda, profissionais que esquecem o garrote nos braços ou mãos dos pacientes;

- O cuidado com as trocas de plantões, onde em alguns casos acontecem a reincidência de troca de prontuários, ou ainda, o paciente repetir procedimentos desnecessariamente, porque o técnico do plantão subsequente, não havia sido devidamente informado;

- Atenção especial aos pacientes que passam a frequentar com muita intensidade certa unidade de saúde. Após pesquisas, em algumas localidades foram identificadas diversas ações inadequadas por parte dos servidores. Em outras palavras muitos deles com práticas questionáveis, o chamado jeitinho brasileiro durante muitos atendimentos. Quais eram? A facilitação de acesso às consultas médicas realizando encaixes indevidos nas agendas dos médicos de forma irresponsável;

- Técnicos que aplicam injeção sem a devida prescrição médica, pelo simples fato de serem amigos e familiares;

- O uso indevido de veículos públicos para o lazer nos finais de semana e feriados;

- Utilizar o horário do expediente com intervalos inexistentes para outras rotinas particulares; Entre outros. 

Finalmente, é pensado a saúde por estes ângulos? O presente texto não é para ensinar o técnico fazer o seu trabalho ou querer com isso, manifestar a escrita da verdade, mas apresentar reflexões justas para muitas das rotinas desafiadores nas mesas dos gestores municipais em saúde. Vamos refletir: 

- Como está a gestão municipal para tais enfrentamentos?

- Existem planos de contenção para tamanha falta de compromisso profissional na esfera pública?

- Quais são as ações esperadas pala gestão municipal face a tais problemáticas?

- Como devem conduzir estas ações para assegurar o pleno funcionamento do termo de ajustamento de conduta?

 

* Uemerson Florêncio Empreendedor. Palestrante, Pesquisador, Escritor, Correspondente Internacional e Treinador em análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises. 

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