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Dom Bosco, o santo do Amor


Pe. Ricardo Rodolfo - Gente de Opinião
Pe. Ricardo Rodolfo

Dom Bosco é reconhecido e estimado por ter sido um exímio pedagogo e educador de todos os tempos. Ele como ninguém inaugurou um apostolado inovador para os jovens: o método preventivo e repressivo em vista da santidade dos jovens. Seu jeito humilde e sereno de conduzir as coisas ganhou o coração dos jovens. Um homem de bondade e de muitas virtudes, fazia rapazes de todas as partes, em grandes multidões, serem atraídos para uma vida santa.

Sua capacidade de comunicação impressionava a todos, prova disso era o modo que ele tratava a cada um, de forma pessoal. Com o estudante era o [homem] letrado, com o aprendiz era o mestre, para o jovem carpinteiro, era o artesão, para o pedreiro, o mestre de obras. Dom Bosco, com essa peculiaridade, faz juz ao seu propósito de vida: “ao tornar-se tudo para todos”, ele ganhou-os todos para Jesus Cristo. 

Este jeito inovador de ser na Igreja faz de Dom Bosco um santo cativante, acolhedor, misericordioso, atencioso, bondoso, características e virtudes que seduziram os jovens de sua época, por seu modo gentil de ser, por suas conversas úteis e edificantes. O grande questionamento que se faz é como Dom Bosco poderia orientar esses jovens de mentes tão dispersas, que gostavam tanto de comer, beber e divertir-se? Como esses jovens viveriam para a piedade e para a Igreja? 

Dom Bosco ensina seus jovens, a partir de Filipe Néri, que encontrou a chave para tudo isso: imitando a mansidão e a bondade do Salvador, tratou-os com paciência e com amor. Seu desejo por alcançar almas para Deus estava na sua reta intenção de não apenas pregar coisas teóricas, mas de agir e estar por inteiro em tudo o que fazia, e por isso, Dom Bosco pedia para que eles observassem seu modo de agir e pudessem fazer o mesmo. Seu anseio de não perder ninguém, seguindo o exemplo das sagradas escrituras: “que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Timóteo 2,4). 

Em sua primeira viagem a Roma, em 1858, num colóquio com o Cardeal Tosti, ele apresenta ao prelado que era essencial conquistar a confiança e o amor das crianças. E o mesmo perguntava: “Como se consegue isso?” A resposta foi imediata: “fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para pôr as crianças em contato consigo próprias, quebrando todos os obstáculos que as mantêm à distância”. E Dom Bosco para pôr em prática o que explicava, acompanhou o cardeal até a Piazza del Popolo, dirigiu-se a um grupo de crianças, deu-lhes uns presentes, uma ou duas medalhas, perguntou-lhes de suas famílias e depois arregaçou as mangas da batina e participou do seu jogo. De vez em quando, ele perguntava-lhes delicadamente se costumavam rezar ou confessar-se. No final, ele estabeleceu uma tal relação com eles, que os meninos não queriam que ele fosse embora e, quando se foi, a multidão o acompanhou em aplausos.

É importante salientar que o espírito de intimidade, amor e alegria era característico de Dom Bosco, e isso contagiava os jovens e criava uma atmosfera permanente de alegria. Seu objetivo era, com alegria, expandir a alma, banir o tédio, infundir emoção à vida, e sobretudo, encher os corações de um sentimento de confiança e abandono em Deus. Esse desejo de salvar almas para Deus e em constante alegria é constatado no comentário de um grande assistente social de Turim: “há, no número 32 da Rua Cottolengo, algo que não se encontra em nenhum outro lugar, mesmo nas comunidades religiosas. O menino ou jovem que entra nesse aposento, com o coração cheio de cansaço ou amargura, sai de lá radiante de alegria. É a casa de Dom Bosco”. Por fim, a alegria e o amor são inseparáveis, e podemos resumir a vida de Dom Bosco em uma única palavra: o santo do amor.

* Padre Ricardo Rodolfo Silva é missionário da Comunidade Canção Nova e Vice-reitor do Santuário Pai das Misericórdias, em Cachoeira Paulista (SP).

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