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Educação e Instrução


Educação e Instrução - Gente de Opinião

Sob frondosa tília, em flor, leio o “ Bom Jesus do Monte”, de Camilo.

                  É manhã. Uma luz morna, doirada, transparente, cai sobre o relvado verde do jardim, que permanece em doce silêncio.

                  Das árvores frondosas, saem festivos gorjeios. De longe, chega-me o arrulhar manso, de pombas mansas e enamoradas.

                  Diante de mim, estende-se o manto verde-escuro do relvado, desprendendo agradável odor a erva recentemente cortada.

                  Bando alegre de ruidosas crianças traquinas, rompe do arvoredo. Todas vestem vaporoso babeiro cor-de-rosa e bonezinho alaranjado.

                   Como alegres pardalitos, saltam, correm, brincam, soltando agudos gritinhos de contentamento, sob vigilância de zelosa educadora.

Não gosto do termo: educadora.

Para educar, é mister ser educado. Ter boa formação cultural e moral, que, geralmente não acontece, porque na escola, em regra, ensina-se, não se educa…

Há várias educações, consoante o meio que se vive, e a religião que se professa.

Educar, como il fault, é incutir bons hábitos. É educar a alma, como dizia Barrés

Como ia escrevendo, estava compenetrado na leitura, quando jovem casal de namorados, de lábios grudados, caminhavam como caranguejos.

Achei graça. Confesso que receei que a moça viesse a estatelar-se, já que usava curtíssima e apertada saia.

Notei que se encaminhavam para carreirinho, cortado na relva, em diagonal, pisado por apressados e preguiçosos, que só seguem o empedrado, se o guarda estiver presente.

Carreirinhos, existem em quase todos jardins, criados por quem não respeita o trabalho dos outros.

São nadas, que servem para avaliar a educação de um povo.

Povo, que destrói plantas; corta flores; não respeita regras de trânsito; maltrata animais; escarra no chão; lança, para a rua, papeis; fura filas; que insulta; fala alto; é povo imaturo.

Não basta instrução, é mister ser educado; e educação, em norma, recebe-se em casa, com os pais e avós.

Basta ouvir os nossos políticos, ver os gestos, o modo de falar, o vocabulário, para verificar, que podem ter instrução superior, mas em educação, muitos, encontram-se a nível de antigos saleiros.

Fala-se de crise económica e no recrudescer da violência, mas a verdadeira crise, que crassa pelo mundo, ainda é a da educação.

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