Quarta-feira, 8 de maio de 2024 - 13h41
As
recentes enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul não apenas expuseram as
falhas estruturais e de planejamento do Estado, mas também revelaram uma face
ainda mais sombria da política brasileira: o oportunismo eleitoral em meio à
tragédia. Enquanto milhares de pessoas lutavam para sobreviver e reconstruir
suas vidas, alguns políticos viram na crise uma oportunidade de ganho político,
em vez de agir com empatia e eficácia.
Desde o
início da crise, vimos políticos disputando espaço na mídia, lançando acusações
uns contra os outros, em vez de se unirem em prol do bem comum. Em vez de
coordenar esforços para fornecer ajuda rápida e eficaz às comunidades
atingidas, muitos optaram por usar a tragédia como palco para suas agendas
políticas pessoais, buscando se promover como salvadores em potencial, enquanto
as vítimas sofriam sem assistência adequada.
Além disso,
é preocupante notar que o Brasil, em meio a essa crise humanitária de
proporções alarmantes, não buscou ajuda humanitária de outros países. Enquanto
nações ao redor do mundo oferecem assistência em momentos de necessidade, o
Brasil parece estar se isolando em um vácuo de burocracia e ineficiência. A
recusa em buscar auxílio externo apenas agrava a situação das vítimas,
privando-as de recursos e apoio adicionais que poderiam acelerar a recuperação
e a reconstrução.
E, mesmo
dentro do país, o apoio financeiro para o estado do Rio Grande do Sul está
atolado em um caos burocrático, com promessas vazias e pouca ação concreta. Os
políticos discutem números e orçamentos sem apresentar um plano claro e
abrangente de reconstrução. Enquanto isso, as comunidades afetadas continuam à
espera de assistência adequada, presas em um ciclo de incerteza e desespero.
Diante
desse cenário desolador, é fundamental que a população exija responsabilidade e
transparência de seus líderes. Os políticos que tentam tirar proveito eleitoral
dessa tragédia devem ser responsabilizados por suas ações, e os esforços de
socorro e reconstrução devem ser priorizados acima de interesses políticos
mesquinhos.
Além
disso, é hora de o Brasil abandonar sua postura de isolamento e buscar ajuda
humanitária internacional. A cooperação internacional pode fornecer recursos
adicionais e expertise necessária para acelerar o processo de recuperação e
reconstrução.
Não ví
uma mobilização de guerra das Forças Armadas para atuarem em conjunto no
resgate de vitimas. Os batalhões de construção precisavam agir em cojnuto para
a restauração emergencial de pontes e
acessos a comunidades isoladas. Empresários
colocaram estruturas em favor das vítimas, como helicópteros,
caminhões e alimentos, enquanto a
estrutura governamental patina em meio a lama burocrática.
Não foi
montado um plano estratégico, definindo prioridades, para acomodar as pessoas e
salvar aquelas que precisam urgente de ajuda. Não é hora de se falar em
reconstrução, as pessoas são a prioridade nesse momento. São crianças e idosos
que necessitam de uma assistência imediata.
Onde
estão as milhares de Ong,s que atuam no Brasil. Essa não é uma questão ambiental?
Não foi uma catástrofe climática? Porque não vejo ninguém se manifestar?
Onde está
o Greenpeace, ou o WWF? Pelo que sei, todos esses órgãos possuem escritórios no
País. Porque o grande Dino, ministro da Justiça, não convoca todos esses
organismos para que apresentem uma proposta da ajuda? Ele tem o endereço de
todos, pois lá o Ministério está o cadastro. Tá aí uma ideia ou, será, que
apenas as giravas e os rinocerontes mortos nas queimadas da Amazônia tem
importância?
É
necessário uma mobilização geral, com hospitais de campanha, remedidos e profissionais
de todo o país para atender aos milhares de desabrigados, feridos, atacados por
animais peçonhentos e contaminados pelas águas poluídas.
Chega a
ser revoltante, quando vejo a mídia se digladiando sobre notícias sem
fundamentos. Enquanto uns canais procuram mostrar o terror da tragédia e do
sofrimento das pessoas, outros, por outro lado, tentam mascarar a coisa e
potencializar as falas eleitoreiras de políticos oportunistas.
A
tragédia do Rio Grande do Sul traz um alerta para que o Brasil. Montar uma força tarefa de emergência para
atender esse tipo de tragédia. São as enchentes, como aconteceu em Rondônia e no Acre recentemente, as queimadas na Amazônia
e no Pantanal, a seca no Nordeste , por exemplo.
Não
existe um plano de contingência, previamente montado. Um protocolo de ação. O
que se ver são atitudes isoladas de um lado que não conversa com outro. Tem que
existir um órgão, com um excelente orçamento para ações emergenciais de
atendimento humanitário e de infraestrutura emergencial para agir em caso de
catástrofe, mas me parece que isso ainda vai longe. Serão necessárias ainda
muitas mortes, como a tragédia de brumadinho que, até hoje, se arrasta sem que
as vítimas tenham uma solução.
Em última
análise, as enchentes no Rio Grande do Sul não apenas expuseram as deficiências
do sistema político e de gestão do país, mas também destacaram a necessidade
urgente de uma mudança de mentalidade e prioridades. É hora de colocar as
necessidades das pessoas acima das agendas políticas e da burocracia, e
trabalhar juntos, tanto dentro quanto fora do país, para ajudar as comunidades
afetadas a se recuperarem e reconstruírem suas vidas.
Estou
esperando esse dia!
Rubens
Nascimento,
é Jornalista, Bel. Direito, M. Maçom e ativista do Desenvolvimento
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.
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