Terça-feira, 14 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Artigo

Interferência política e a desvalorização da Petrobras


Ives Gandra da Silva Martins - Gente de Opinião
Ives Gandra da Silva Martins

Recentemente, o presidente Lula chamou o mercado de voraz por causa das quedas no valor das ações da Petrobras equivalentes a aproximadamente 60 bilhões de reais. Evidentemente, tenderão a crescer novamente.

De qualquer modo, essa desvalorização da Petrobras em relação ao mercado, deve-se à interferência política em uma empresa que tem que concorrer com outras que, mesmo quando estatais, são empresas independentes.

É importante lembrar que a empresa petroleira estatal da Venezuela, apesar de ser hoje a maior reserve petrolífera do mundo, está com muitas e sérias dificuldades. Isso porque trata-se de uma empresa política, em que as potencialidades da economia venezuelana são diretamente prejudicadas pela interferência estatal.

Mas aqui no Brasil a interferência não foi apenas na Petrobras.  Tivemos também ingerência na Vale. Enquanto o presidente Lula chama o mercado de voraz e diz que não tem que atendê-lo, os economistas repetem: o mercado é que não tem que atender à política.

Na verdade, a função do mercado é trabalhar a economia enquanto as empresas trabalham no mercado. Por essa razão, não cabe criticar algo que no mundo inteiro ocorre através do mercado: se uma empresa brasileira de petróleo tem que concorrer com outras empresas do mesmo ramo, é no mercado que o faz.

Ora, se uma empresa recebe uma interferência negativa, não para sua eficiência econômica e empresarial, mas para ser cabide de empregos políticos daqueles que detêm o poder, é evidente que ela perde condições no mercado. Afinal, os acionistas passam a ter medo de que essa empresa não tenha capacidade de concorrência. Esta é a razão da perda violenta de valor que as ações da Petrobras tiveram durante dois dias, muito embora, certamente, acionistas assustados e economistas mostrando os caminhos, ela tenderá a se recuperar.

Mas o que quero trazer para reflexão dos amigos leitores, é que se nós queremos dar competitividade ao Brasil, já que temos grandes empresas com acionistas privados e governamentais/ públicos, temos que compreender que o mundo é de competitividade. Vale dizer, se queremos crescer, não poderemos nunca tornar uma empresa estatal cabide de empregos.

Esta é a razão pela qual, creio que o alerta de economistas e do próprio mercado, mediante a queda violenta do valor das ações durante dois dias, leve o presidente Lula a raciocinar um pouco. Ele pode ser presidente político, mas não é um especialista em administração de empresas.

A esta altura, o presidente deve ter percebido que o mercado que ele criticou é aquele onde atua a Petrobras, e ao qual ele terá que se adaptar, se pretender que ela continue sendo uma empresa de primeiro mundo e não uma empresa política, como é a do seu queridíssimo ditador e amigo Nicolás Maduro, que praticamente destruiu uma empresa estatal de petróleo, mesmo tendo a maior reserva de petróleo do mundo.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 14 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Domine o blackjack na 1win Brasil

Domine o blackjack na 1win Brasil

Aprofunde-se no jogo de blackjack com a 1win Brasil: regras e estratégias A https://1win.com/ estabeleceu-se como uma plataforma de destaque no Brasil

Solidariedade permanente

Solidariedade permanente

Há alguém que dependa única e exclusivamente de si? "Ah, sim, 'eu sou o cara, faço e aconteço, sou uma pessoa independente'". Quem pensa assim, apen

Somos, todos, Estado!

Somos, todos, Estado!

Estamos vivendo a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul e, quanto a isso não há divergências. A situação é realmente muito dramá

Contratos de energia impõem tarifas exorbitantes aos brasileiros

Contratos de energia impõem tarifas exorbitantes aos brasileiros

Desde os anos 90, o setor elétrico brasileiro vem passando por uma reforma institucional cujos objetivos seriam, segundo seus promotores, o aumento

Gente de Opinião Terça-feira, 14 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)