Quarta-feira, 10 de julho de 2019 - 12h22
Na medida em
que temos uma imprensa que distorce os fatos, mente, desinforma e manipula a
opinião pública enganando-a já há muito tempo e pelo mundo inteiro;
Na medida em
que o empresariado deixou de ser remunerado pela produção de riqueza e agora
seus resultados dependem dos conglomerados financeiros e de suas carteiras
de investimentos, vinculando tanto suas empresas quanto suas fortunas pessoais
à rentabilidade do sistema capitalista;
Na medida em
que os poderes institucionalizados e legitimamente organizados dentro dos
limites democráticos são sistematicamente atacados, quer de forma
político/ideológica, através de escolhas viciadas de políticos que, após
eleitos traem os votos das maiorias manipuladas pela mídia e passam a
desenvolver o programa e projetos da elite que os financia (como exemplo
podemos citar Reagan e Tatcher nos anos 80 e, no Brasil, Fernando Collor e
depois o traidor Fernando Henrique Cardoso, ambos apoiados e financiados pelos
capitais nacionais e internacionais), quer de forma subversiva, cujos atores
principais são os próprios agentes públicos detentores dos altos cargos no
Estado, pertencentes todos eles a uma casta que se defende e a seus privilégios
usando o aparelho de Estado e se reproduz e se multiplica de forma a uns
protegerem os outros da mesma estirpe ou linhagem (conforme divulgado por
reportagem brilhante do The Intercept sobre o sistema judiciário do Estado do
Amazonas);
Na medida que
há uma verdadeira avalanche de informações falsas emanadas de falsos profetas e
gurus e impulsionadas por expedientes tecnológicos cujo objetivo é
desestruturar os valores da democracia representativa no mundo, para com isso fazer
triunfar a lei do mais forte sobre o mais fraco e o desaparecimento de qualquer
pensamento, teoria ou processo civilizatório baseado no triunfo da razão sobre
o obscurantismo, do conhecimento sobre a ignorância, da lucidez sobre o efeito
manada, do trabalho honesto e produtivo sobre o privilégio de castas e a
especulação, da inteligência sobre a imbecilidade, do brilhantismo sobre a
inveja e o ciúme, do amor sobre o ódio, tornando o mundo um lugar pior para se
viver a cada dia que passa;
Na medida em
que, por mais que nós - aqueles que ainda procuram resistir ao furor das levas
de talibãs que pretendem estabelecer a nova ordem - lutemos e mostremos a todos
(inclusive a eles próprios), dentro dos princípios que defendemos, as
bordas do precipício em que eles cegamente insistem em empurrar toda
a civilização;
Na medida em
que percebemos que esta lógica da aniquilação do conhecimento e da reflexão nos
levará inexoravelmente a destruição do mundo e à nossa extinção enquanto
espécie (já que toda esta lógica imposta por estes verdadeiros talibãs agora no
poder ainda não foi suficiente para os tornar independentes do planeta em que
habitamos).
É preciso que
comecemos a reagir de forma enfática e destruindo toda e qualquer possibilidade
de reconciliação com esta gente. Não há mais espaços para uma composição ou
conversa. Precisamos agir em nome daquilo em que acreditamos, pois, a opção
talibã é clara em nos destruir para que a barbárie se instale e a nossa
extinção deixe de ser uma probabilidade e passe a ser uma certeza, dando razão
às profecias de suas religiões que amam o controle e a morte, em detrimento da
dimensão humana e da valorização da vida.
Acredito no
desafio pacífico às instituições (criadas por nós mas conquistadas por estes
talibãs do pensamento) e assim, PROPOMOS: Estabelecer a desobediência civil
pacífica como método de protesto e resistência; Estabelecer focos de
resistência em todas as dimensões de luta onde se apresentem possibilidades
para tal, sempre de forma pacifica, constante e diária como objetivo principal;
Focar na educação libertadora como principal instrumento da luta e da
resistência, procurando conscientizar novos adeptos e multiplicar os agentes
antidegeneração; dar conhecimento de nossa intenção a todos para que a
humanidade saiba que existe um grupo de pessoas que está disposta a defender os
marcos civilizatórios construídos pelo homem ao longo de sua história no
planeta e que foram conquistados com o sacrifício de vidas e vidas de nossos
iguais; Eleger a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão como
nossa Constituição fundante, objetivo e bandeira para a luta que precisamos
empreender; Não reconhecer nenhum processo eleitoral, mesmo que materialmente
legítimo, que leve ao poder pessoas com inclinações fascistas e contrárias à
nossa Constituição; Não reconhecer nenhuma legislação de nenhum país que
contrarie ou ofenda a nossa Constituição auto declarada, em qualquer dos seus
artigos; Apoiar a luta de emancipação de todos os povos de alguma maneira
oprimidos no mundo; Realizar manifestações que denunciem o caráter autoritário
e excludente de governos ou blocos de países, que venham de encontro aos
valores consignados na Declaração, que agora é nossa Constituição; Ingressar em
todos os movimentos pacíficos que visem proteger o ecossistema planetário como
um todo, ou que defenda partes dele, entendendo a luta pelo meio ambiente como
a luta pelo direito à vida das gerações futuras e como foco de resistência
contra as forças do atraso que insistem na lógica da exclusão capitalista; Dar
a este movimento um caráter de âmbito mundial, tendo em vista que nossa luta
não tem fronteiras e visa aniquilar a intolerância e a competição como formas
de legitimação social de povos e nações ; Não esmorecer a luta até que todos os
povos de todo o mundo possam viver sob a égide dos valores consignados na
Declaração Universal dos Direitos do Cidadão, agora definida como nossa
Constituição Mundial; Não há mais lugar para composições ou tergiversações, ou
mesmo para terceiras vias.
Estamos
falando do nosso futuro e dos nossos descendentes.
Nos recusamos a sermos irresponsáveis com as
gerações futuras negando-lhes a vida por omissão e escolhas políticas
equivocadas nossas e das gerações que nos precederam.
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