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Manifesto na medida


Manifesto na medida - Gente de Opinião

Na medida em que temos uma imprensa que distorce os fatos, mente, desinforma e manipula a opinião pública enganando-a já há muito tempo e pelo mundo inteiro;              

Na medida em que o empresariado deixou de ser remunerado pela produção de riqueza e agora seus resultados dependem dos conglomerados financeiros e de suas carteiras de investimentos, vinculando tanto suas empresas quanto suas fortunas pessoais à rentabilidade do sistema capitalista;                          

Na medida em que os poderes institucionalizados e legitimamente organizados dentro dos limites democráticos são sistematicamente atacados, quer de forma político/ideológica, através de escolhas viciadas de políticos que, após eleitos traem os votos das maiorias manipuladas pela mídia e passam a desenvolver o programa e projetos da elite que os financia (como exemplo podemos citar Reagan e Tatcher nos anos 80 e, no Brasil, Fernando Collor e depois o traidor Fernando Henrique Cardoso, ambos apoiados e financiados pelos capitais nacionais e internacionais), quer de forma subversiva, cujos atores principais são os próprios agentes públicos detentores dos altos cargos no Estado, pertencentes todos eles a uma casta que se defende e a seus privilégios usando o aparelho de Estado e se reproduz e se multiplica de forma a uns protegerem os outros da mesma estirpe ou linhagem (conforme divulgado por reportagem brilhante do The Intercept sobre o sistema judiciário do Estado do Amazonas);               

Na medida que há uma verdadeira avalanche de informações falsas emanadas de falsos profetas e gurus e impulsionadas por expedientes tecnológicos cujo objetivo é desestruturar os valores da democracia representativa no mundo, para com isso fazer triunfar a lei do mais forte sobre o mais fraco e o desaparecimento de qualquer pensamento, teoria ou processo civilizatório baseado no triunfo da razão sobre o obscurantismo, do conhecimento sobre a ignorância, da lucidez sobre o efeito manada, do trabalho honesto e produtivo sobre o privilégio de castas e a especulação, da inteligência sobre a imbecilidade, do brilhantismo sobre a inveja e o ciúme, do amor sobre o ódio, tornando o mundo um lugar pior para se viver a cada dia que passa;                               

Na medida em que, por mais que nós - aqueles que ainda procuram resistir ao furor das levas de talibãs que pretendem estabelecer a nova ordem - lutemos e mostremos a todos (inclusive a eles próprios), dentro dos princípios que defendemos, as bordas do precipício em que eles cegamente insistem em empurrar toda a civilização;                       

Na medida em que percebemos que esta lógica da aniquilação do conhecimento e da reflexão nos levará inexoravelmente a destruição do mundo e à nossa extinção enquanto espécie (já que toda esta lógica imposta por estes verdadeiros talibãs agora no poder ainda não foi suficiente para os tornar independentes do planeta em que habitamos).                     

É preciso que comecemos a reagir de forma enfática e destruindo toda e qualquer possibilidade de reconciliação com esta gente. Não há mais espaços para uma composição ou conversa. Precisamos agir em nome daquilo em que acreditamos, pois, a opção talibã é clara em nos destruir para que a barbárie se instale e a nossa extinção deixe de ser uma probabilidade e passe a ser uma certeza, dando razão às profecias de suas religiões que amam o controle e a morte, em detrimento da dimensão humana e da valorização da vida. 

Acredito no desafio pacífico às instituições (criadas por nós mas conquistadas por estes talibãs do pensamento) e assim, PROPOMOS: Estabelecer a desobediência civil pacífica como método de protesto e resistência; Estabelecer focos de resistência em todas as dimensões de luta onde se apresentem possibilidades para tal, sempre de forma pacifica, constante e diária como objetivo principal; Focar na educação libertadora como principal instrumento da luta e da resistência, procurando conscientizar novos adeptos e multiplicar os agentes antidegeneração; dar conhecimento de nossa intenção a todos para que a humanidade saiba que existe um grupo de pessoas que está disposta a defender os marcos civilizatórios construídos pelo homem ao longo de sua história no planeta e que foram conquistados com o sacrifício de vidas e vidas de nossos iguais; Eleger a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão como nossa Constituição fundante, objetivo e bandeira para a luta que precisamos empreender; Não reconhecer nenhum processo eleitoral, mesmo que materialmente legítimo, que leve ao poder pessoas com inclinações fascistas e contrárias à nossa Constituição; Não reconhecer nenhuma legislação de nenhum país que contrarie ou ofenda a nossa Constituição auto declarada, em qualquer dos seus artigos; Apoiar a luta de emancipação de todos os povos de alguma maneira oprimidos no mundo; Realizar manifestações que denunciem o caráter autoritário e excludente de governos ou blocos de países, que venham de encontro aos valores consignados na Declaração, que agora é nossa Constituição; Ingressar em todos os movimentos pacíficos que visem proteger o ecossistema planetário como um todo, ou que defenda partes dele, entendendo a luta pelo meio ambiente como a luta pelo direito à vida das gerações futuras e como foco de resistência contra as forças do atraso que insistem na lógica da exclusão capitalista; Dar a este movimento um caráter de âmbito mundial, tendo em vista que nossa luta não tem fronteiras e visa aniquilar a intolerância e a competição como formas de legitimação social de povos e nações ; Não esmorecer a luta até que todos os povos de todo o mundo possam viver sob a égide dos valores consignados na Declaração Universal dos Direitos do Cidadão, agora definida como nossa Constituição Mundial; Não há mais lugar para composições ou tergiversações, ou mesmo para terceiras vias. 

Estamos falando do nosso futuro e dos nossos descendentes. 

Nos recusamos a sermos irresponsáveis com as gerações futuras negando-lhes a vida por omissão e escolhas políticas equivocadas nossas e das gerações que nos precederam.              

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