Terça-feira, 4 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Artigo

Por que se criou o mito de que ser prefeito de Porto Velho enterra qualquer político


Por que se criou o mito de que ser prefeito de Porto Velho enterra qualquer político - Gente de Opinião

É comum a investidura no cargo de prefeito de Porto Velho ser o fim da carreira política de muita gente. Uma notável exceção foi Odacir Soares, que, tendo sido prefeito por duas vezes, elegeu-se suplente de deputado federal, na época em que havia apenas duas vagas para Rondônia, por ser ainda Território Federal, e senador por duas vezes. Outra exceção seria Jacob Atallah, que se elegeu deputado estadual depois de ser prefeito. Isso, entre os nomeados. Dos eleitos para o cargo de prefeito, uma única exceção: Mauro Nazif, hoje deputado federal.

Outra exceção que poderia ser considerada foi Jerônimo Santana, que passou rapidamente pelo cargo em 1985, logo renunciando para ser candidato a governador. E foi vitorioso nessa empreitada. Mas convém reconhecer que todos os que ainda conseguiram alguma coisa na política o fizeram com o auxílio de votos conquistados fora de Porto Velho. E mesmo assim não foram todos. Muitos tentaram, mas nada conseguiram.

Com a inteligência que lhe é peculiar, Tomás Correia, que completou o mandato de Jerônimo, no triênio 1986-1988, soube bem se recolocar na política, resguardando-se em funções de direção partidária, o que o fez  assegurar a inserção de seu nome como suplente em uma chapa ao senado, levando-o, inclusive, ao exercício interino do mais alto cargo legislativo.

Carlinhos Camurça e Roberto Sobrinho não tiveram a mesma sorte. Ressalte-se, outrossim, que Roberto em sua tentativa de eleger-se deputado federal, mesmo em meio a processos judiciais e ataques na mídia, alcançou expressiva votação. Uma espécie de desagravo popular, se é que assim se pode dizer.

Mas, em que pese haver os registros na história de Odacir Soares, Jacob Atallah, Jerônimo Santana e Mauro Nazif, teriam os exemplos de José Guedes, Carlinhos Camurça, Roberto Sobrinho  ficado mais fixados na memória popular? Talvez não seja bem isso. Mas o próprio fato de Odacir, Jacob e Jerônimo, após suas conquistas eleitorais posteriores à passagem pela prefeitura de Porto Velho, terem associado seus nomes a sucessivas derrotas. Tivessem se resguardado como bem fez Tomás Correia, talvez não ocorresse de se dizer o que se diz hoje. As vitórias são sempre mais facilmente esquecidas que as derrotas.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 4 de março de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Porque vem crescendo o número de pessoas que querem ser cuidadas?

Porque vem crescendo o número de pessoas que querem ser cuidadas?

Atualmente notamos muitos pais que parecem terem perdidos as noções de tempo e espaço com relação ao entendimento e os limites da maternidade. Uma g

Brasil, as razões de um fracasso anunciado

Brasil, as razões de um fracasso anunciado

Recentemente, fui entrevistado, sobre, dentre outros assuntos, as razões de a população em situação de rua no Brasil ter aumentado mais de 25% entre

Pensando o carnaval

Pensando o carnaval

Todo humano quer ser livre e feliz. É natural que seja assim, pois Deus nos criou livres e para a felicidade eterna. Porém, o que poucos sabem é que

O STF de ontem e o de hoje

O STF de ontem e o de hoje

Formei-me em 1958 em Direito na FDUSP e desde o início da década de 60,quando cinco dos atuais Ministros ainda não tinham nascido, atuo perante a Su

Gente de Opinião Terça-feira, 4 de março de 2025 | Porto Velho (RO)