Sete dicas para reconhecer um bom site de compras

Comprar pela internet tornou-se um hábito dos brasileiros: 85% o fazem, pelo menos, uma vez por mês. Outros 65% compram de duas a cinco vezes no mesmo período. As informações são da pesquisa “E-commerce Trends 2024”, realizada pela Octadesk em parceria com o Opinion Box.

Apesar das vantagens das compras online, como a praticidade de não precisar sair de casa, elas exigem cuidados em relação à segurança para evitar a frustração de cair em golpes. Saber reconhecer um bom site de compras e a sua confiabilidade faz toda a diferença para os consumidores.

Mais de 80 mil pessoas foram vítimas de golpes financeiros pela internet no país nos primeiros nove meses de 2023. Os dados são do levantamento realizado pelas empresas AllowMe, iCarros Itaú, OLX, Zoo, Who e Único. O prejuízo estimado é de R$ 529 milhões. 

Uma regra geral é que todo site deve apresentar “HTTPS”, sigla para Protocolo de Transferência de Hipertexto Seguro, antes do “www.” que inicia o endereço digital (URL). Caso o usuário perceba que aparece apenas “HTTP”, deve classificar o site como inseguro.

Entretanto, a Serasa Experian alerta que alguns sites criminosos já conseguem simular lojas virtuais e apresentar o código, fazendo com que o usuário acredite que está em uma conexão segura. Por isso, não é indicado seguir apenas esse critério de avaliação. O consumidor deve usar outras formas de análise para reduzir os riscos de comprometer os dados ou perder dinheiro. Além disso, utilizar serviços financeiros confiáveis pode aumentar a segurança nas transações online.

Saiba quais informações devem estar expostas no site

Segundo o Decreto nº 7.962, que regulamenta a Lei nº 8.078, as empresas de comércio eletrônico devem disponibilizar de maneira imediata e fácil a razão social, o CNPJ e as formas de contato no site.

A legislação define que a loja tenha um endereço físico, mesmo que seja totalmente on-line, para passar maior credibilidade e segurança ao consumidor. Caso a regra não seja seguida em sites ou aplicativos de compras, é preciso desconfiar.

Fique atento às formas de pagamento

Um bom site de compras deve apresentar opções de pagamento flexíveis, como cartão de crédito, boleto bancário e Pix. As facilidades de pagamento empresarial simplificam a experiência do consumidor.

Para se prevenir de fraudes financeiras, é importante estar atento na hora de fechar um pedido. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), um dos golpes mais comuns na internet é a emissão do boleto falso. 

Ele pode chegar em diferentes formatos, como a falsa correspondência de uma loja ou no formato de e-mail, que direciona às páginas ilegítimas para o download de uma fatura forjada. Os boletos adulterados são muito parecidos com os originais. Ao realizar o pagamento, o valor é direcionado para a conta do fraudador.

Por isso, antes de pagar um boleto bancário online, é preciso ficar atento aos dados do beneficiário, verificando sempre o CPF ou CNPJ do emissor, a data de vencimento e o valor. A Febraban orienta, ainda, checar se os três primeiros números do código de barras correspondem ao código do banco. 

Consulte a reputação da empresa          

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que uma boa reputação digital é fundamental para definir a forma como as pessoas enxergam uma empresa no ambiente online. 

Antes de efetuar uma compra, é possível analisar a reputação das lojas em sites especializados e a forma que solucionam os problemas relatados. O site do Procon-SP disponibiliza uma lista de lojistas que não respondem queixas de consumidores, não entregam produtos ou fazem ofertas enganosas. O Reclame Aqui permite conhecer a opinião de outros consumidores. As redes sociais também podem ser outro canal para analisar comentários e feedbacks.

Verifique se os preços são justos e desconfie de grandes diferenças  

Os anúncios falsos também estão entre os golpes mais aplicados no país. Ofertas muito atrativas podem chamar a atenção do consumidor, mas devem ser analisadas com desconfiança. 

A Serasa recomenda usar sites de comparação de preços, pois permitem identificar se os preços praticados são justos em comparação ao mercado ou se estão muito acima ou abaixo da média.

Confira as políticas de devolução do site

Nem sempre o produto atende às expectativas do comprador e, por vezes, pode apresentar algum defeito. Por isso, é importante verificar as políticas de devolução do site e as possibilidades de reembolso ou troca.

As informações também devem estar expostas no site, como a necessidade do produto ser entregue na embalagem original. O Decreto 7.962 indica que a empresa deve garantir o direito de arrependimento do consumidor em até sete dias úteis, como previsto no Código de Defesa do Consumidor.

Lembre-se: Política de Privacidade é obrigatória

Todo site deve definir uma Política de Privacidade para estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Caso não cumpra esta regra, sua confiabilidade está ameaçada, como ressalta a Serasa Experian.

A política deve ser feita de maneira transparente e informar aos consumidores como os seus dados recebem tratamento e proteção. A atitude demonstra o compromisso da loja com o cliente e garante que as informações estejam protegidas durante o cadastro e a compra.

Devem ser solicitadas apenas informações necessárias, que não podem ser compartilhadas com terceiros sem consentimento. Os selos de segurança, como o SLL, também garantem que os dados são criptografados e protegidos contra ataques cibernéticos.

Navegação e usabilidade do site precisam ser facilitadas

Um bom site deve ser simples de usar. Conforme destaca o Sebrae, usabilidade é sinônimo de facilidade de uso e melhora as chances de conquistar clientes e vendas. Os comandos precisam ser autoexplicativos e a navegação intuitiva.

Quando a velocidade de carregamento é lenta, pode frustrar os usuários e influenciá-los a desistir da navegação. O site deve ser responsivo e se adaptar aos diferentes tamanhos de tela e dispositivos, como computadores, smartphones e tablets.