Quarta-feira, 3 de abril de 2024 - 08h10
Não me vejo como alguém que fez
muito”. “Obrigada pelo reconhecimento, mas pode ter sido sorte”. “Às vezes me
pego pensando que sei tão pouco”. “Como é possível que eu tenha alcançado
isso?”. Você já se pegou pensando assim? Mesmo após se dedicar e conquistar
seus objetivos, sentir-se inadequado para aproveitar essas conquistas pode ser
uma forma de sabotagem pessoal chamada de Síndrome do Impostor.
Identificada em 1978 por Pauline
Clance, psicóloga e professora da Universidade da Geórgia (EUA) e Suzanne Imes,
sua assistente, este fenômeno psicológico, caracterizado pela dificuldade em
reconhecer suas próprias habilidades e conquistas, afeta não apenas a
autoestima, mas também o desempenho profissional e emocional.
De acordo com pesquisas conduzidas
pela International Stress Management Association (ISMA-BR) e Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), os números são alarmantes: aproximadamente 65%
dos profissionais em diferentes áreas se sentem ou já se sentiram como
impostores.
E entre esses, as mulheres são as
mais afetadas, representando cerca de 80% dos casos. A pesquisa de Pauline e
Suzanne revelou que a síndrome afetava, em grande maioria, mulheres de sucesso.
Pessoas altamente capacitadas, tanto em experiência como
academicamente.
Posso dizer, sem vergonha alguma,
que fiz parte dessas estatísticas. Durante muitos anos me vi refletida na
persona da Theka Moraes, um apelido adotado no ambiente profissional.
A jornada para se reconciliar com a
minha identidade foi marcada por desafios internos, incluindo o medo de ser
descoberta como uma fraude e a constante comparação com os outros. Além desses
sabotadores, outros sintomas clássicos são a dificuldade em aceitar elogios ou
reconhecimento, dúvidas sobre as próprias competências, procrastinação, medo do
sucesso e a necessidade de agradar por medo da rejeição e abandono.
Sofri constantemente com a
influência dos estados de poder negativos! Um vazio que só foi preenchido
quando me reconectei com a minha verdadeira essência, o meu verdadeiro eu. Em
um profundo processo de autoconhecimento, encontrei a força para optar por
retomar meu nome de batismo, Thereza Cristina, o utilizando
profissionalmente.
Essa decisão não apenas representou
uma cura interior, mas também um reconhecimento das minhas próprias habilidades
e conquistas. A distinção entre a Theka Moraes e a Tereza Cristina refletiu não
apenas em diferentes aspectos da minha personalidade, mas também em uma jornada
de autenticidade e aceitação.
Por meio do desenvolvimento
pessoal, é possível não apenas reconhecer as próprias habilidades, mas também
aprender a lidar com os sabotadores internos que alimentam essa síndrome. A
saída é se libertar de estereótipos, padrões mentais, emocionais e comportamentais
impostos pela sociedade, padrões inclusive oriundos da ancestralidade e traumas
adquiridos na infância.
Quem disse
que eu não sou capaz?
A questão é que, em um mundo
multifuncional, as mulheres foram perdendo a conexão com a sua essência
feminina, do sentir, para viver muito mais o seu Eu masculino, caracterizado
pelo fazer. O poder do sagrado feminino na sua essência é a fonte e a base da
autorrealização da mulher.
Ao invés de permitir que a síndrome
do impostor se torne uma barreira para o sucesso, é essencial buscar
estratégias para administrá-la e transformá-la em uma ferramenta de crescimento
pessoal e profissional.
O desafio de enfrentar nossas
crenças limitantes é diário e não deve definir o curso de nossas vidas. Vamos
abraçar a nossa autenticidade e acreditar no valor próprio, independentemente
das dúvidas e inseguranças que possam surgir ao longo do caminho!
*Thereza Cristina Moraes,
formada em Gestão Comercial pela Anhembi Morumbi, com MBA em Ciências da Mente
e Liderança Humanizada, especializada em essência feminina, conexões e Síndrome
do Impostor. É mentora e palestrante com 15 anos de experiência em negócios,
naveguei pelas principais plataformas de eventos de networking corporativo e
multinacional.
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