Terça-feira, 9 de abril de 2024 - 15h24
Desafiador para eu escrever
sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia
masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias
dentro de si, feminina e masculina. Então, todos que lerem, o farão com a
clareza de que é um texto sob a perspectiva de uma mulher muitíssimo
interessada neste assunto também.
E quero inicialmente pontuar,
um material que apareceu para mim por meio das mídias digitais, e que me
impactou de certa forma. Foi a entrevista que Willian Shatner fez com um dos
maiores lutadores da história, Mike Tyson, e para quem não sabe quem é Willian,
trata-se do ator que fez o papel do capitão Kirk na série Jornada nas Estrelas.
Extrai um trecho dessa
conversa entre eles para falar do tema vulnerabilidade masculina.
“Eu sempre chorei
antes de uma luta, porque aquele cara não era quem eu sou em realidade, me
transformava em alguém que eu não gosto, precisava me transformar em um lutador
e não gostava do que esse lutador trazia com ele, além da luta: ciúmes, inveja,
culpa e muitas outras qualidades ruins”, afirma Mike Tayson.
Esse depoimento do
Tyson nos permite fazer várias reflexões: “Quantos de nós se transformam em uma
outra pessoa antes de começar alguma coisa na vida, por exemplo, trabalhar, se
relacionar etc.? Quem é você realmente sem o crachá, o cargo, o uniforme de trabalho,
os títulos etc.? Precisamos, de fato, para ter uma vida que queremos ter, nos
transformar em feras? Qual o preço estamos pagando para viver, ter certa
dignidade?
A vulnerabilidade
mostrada por Tyson nesta entrevista é algo importante e marcante, pois
convivendo com muitos homens em minha vida, depreende-se que esse gênero não
gosta muito de falar de suas lutas, dificuldades, dores, desafios, problemas
etc.
Aprendi também que,
para eles, é relevante não demonstrar o lado fraco que possuem, ou mesmo de um
assunto ou questão, o aspecto pelo qual podem ser atacados, feridos ou mesmo
lesionados física ou moralmente, ou seja, querem se afastar de riscos,
fragilidades e danos.
Presto atenção que
muito costumeiramente quando pergunto a um homem, “você está bem? “A
resposta que muito geralmente vem é “eu sempre estou bem”.
Para o gênero
masculino, por conta de aspectos culturais e até mesmo do inconsciente
coletivo, este muito geralmente quer demonstrar socialmente que está por cima
nos quesitos dinheiro, status, poder, saúde e sexo. Ou seja, não querem
fracassar na carreira, nos esportes, na cama etc.
Quantos homens falam
sobre suas dificuldades oriundas da idade mais avançada, por exemplo? Acredito
que poucos. E muitos, com certa idade madura, ainda querem demostrar que estão
muito bem, tudo pautado no aspecto vaidade. Acredito que alguns, quando lerem
esse texto, pensarão em ao menos uma pessoa neste contexto.
Dados que assustam
A falta de comunicação dos
homens está associada, por vezes, aos altos índices — e riscos — de suicídio.
No mundo, os homens representam 78% de mortes por autoextermínio, segundo dados
da Organização Mundial da Saúde (OMS), coletados em 2019.
Já no caso do Brasil,
dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, apontam que
homens apresentam um risco 3,8 vezes maior de morte por suicídio que mulheres.
A taxa de mortalidade por autoextermínio em 2019 foi de 10,7 por 100 mil,
enquanto a do público feminino ficou em 2,9.
Devemos acolher os
homens, que por conta da construção machista e patriarcal de muitos e muitos
anos, sofrem muitas vezes em silêncio sem compartilhar questões importantes envolvendo
dores, fracassos e que muitas vezes para serem curadas, devem ser abertas e
discutidas, eles precisam se abrir emocional e sentimentalmente para encarar
essas dificuldades e encaminhá-las adequadamente.
Sugiro assistirem um documentário,
no Youtube, chamado “O silêncio dos homens”, muito ilustrativo, pois há relatos
e dados reais a respeito desse tema.
É mostrado inclusive
diversas iniciativas em todo o país a fim de fomentar a criação de reuniões e
grupos de homens com o objetivo de compartilhar sentimentos e experiências em
torno do gênero masculino e de suas construções e assim ressignificá-las.
Trata-se de um
movimento de coragem e disposição para que os homens se conscientizem da
importância de suas emoções, deixem a sensibilidade inata da nossa espécie
aflorar e se ajudem mutuamente a construir vidas melhores, mais reais e menos
mascaradas e ilusórias.
Assim como os
movimentos feministas, os movimentos de reflexões sobre masculinidades, são uma
importante luta pela igualdade social e de gêneros a fim de desconstruir
conceitos ultrapassados, rumo a um progresso na convivência mais saudável e
mais real, da sociedade como um todo.
Quem não tem questões,
não é mesmo? Segundo Fritz Perls, pai da Gestalt-terapia, “é importante
tocar a dor para sair do sofrimento”.
*
por Viviane Gago, advogada e consteladora pelo Instituto de Psiquiatria da USP
(IPQ/USP) com parceria do Instituto Evoluir e ProSer e facilitadora pela
Viviane Gago Desenvolvimento Humano. Mais informações no site www.vivianegago.com
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