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Bendito o que vem em nome do Senhor!


Estimados irmãos e irmãs, Deus continua visitando o seu povo e trazendoa salvação. “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo, e para nós fez surgir uma salvação poderosa na casa de Davi, seu servo”(Lc 1,67).

“E Deus visitou o seu povo” (Lc 7,11-16). Reconhecemos o profundo amor de Deus para conosco através dessa visitação divina, quando nos envia o terceiro arcebispo para exercer a missão de “vigário de Cristo” nesta Igreja arquidiocesana de Porto Velho (LG 27).

Dom Esmeraldo Barreto de Farias é um pastor do norte e nordeste, com um coração muito brasileiro, que já ama o povo que lhe está sendo confiado. Conduzido pelas mãos de Deus, vem para dar continuidade à caminhada eclesial, e nesse momento que encerro minha missão episcopal junto à Arquidiocese, é com muito júbilo, que entrego meu cajado de pastor a este estimado irmão muito abençoado, que vem em nome do Senhor.

Os apóstolos, aos quais foi dado o primeiro mandato, escolheram e constituíram sucessores, como bem nos conservou a sagrada tradição, para que a missão da Igreja não fosse interrompida. Aos seus sucessores foi-lhes confiado que escolhessem outros homens experimentados para continuar o trabalho de Cristo, o Pastor Supremo. Os bispos são estes sucessores que conservam a linha ininterrupta da missão de Jesus, tornando-o presente no mundo.

Finalizando o mandato episcopal, iniciado em 1998, reafirmo que Deus esteve sempre conosco ao longo desses treze anos de mandato e nunca faltou a sua graça para levar adiante nossa vida de serviço à Igreja e nossa missão de pastor. Nunca faltou a generosidade de milhares de colaboradores presbíteros, religiosos, leigos e leigas.

A Igreja Católica sempre esteve presente na Amazônia através de seus missionários. Há relatos sobre a visita e atividades missionárias dos padres jesuítas a partir do ano de 1.600 às aldeias ao longo do Rio Madeira e dos carmelitas, franciscanos e diocesanos no final do século XVIII. Nesta época, o bispo do Pará era responsável por essa jurisdição. Com a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, surgem os primeiros povoados e em 1850, D. Pedro II cria a Província de Manaus. Por ocasião do desmembramento da diocese de Belém, o Papa Leão XIII institui a diocese de Manaus em 1892.

À margem direita do Rio Madeira, a Vila de Porto Velho tinha pouco mais de 500 habitantes no início do século XX. Em 1914 foi elevada a Município e no dia 03 de maio de 1917 a Catedral Sagrado Coração de Jesus recebeu sua primeira pedra fundamental.

No dia 1o. de maio de 1925, o Papa Pio XI criou a Prelazia de Porto Velho, através da Bula “Inter Nostri”, e a confiou aos padres salesianos, tendo sido nomeado Administrador Apostólico o Monsenhor Massa.A nova Prelazia compreendia desde a paróquia de Humaitá, da qual fazia parte a cidade de Porto Velho até uma parte da Diocese de São Luiz de Cáceres, que constituía o Município de Santo Antonio do Rio Madeira, no Estado do Mato Grosso.

Diante da grande extensão geográfica, havia necessidade de descentralização, por isso, em 1929 foi desmembrada a Diocese de Guajará-Mirim. Em 1946 foi nomeado o primeiro bispo prelado de Porto Velho, Dom João Batista Costa. Após a criação da Diocese de Humaitá, em 1961, e de Ji-Paraná, em 1978, a Prelazia de Porto Velho assumiu a área de 84.969km2, antes quase trezentos mil kilômetros quadrados, e, portanto, a possibilidade de uma ação pastoral mais orgânica e concentrada. O Papa João Paulo II elevou a prelazia à dignidade de Diocese em 1980 e de Arquidiocese em 1982.

Dom João Batista Costa: por motivo de saúde e de idade, seu pedido de renúncia foi aceito por Roma em 1982; completava assim a trajetória daquele que por trinta e seis anos esteve à frente do povo rondoniense, sempre envolvido com as questões sociais, construindo escolas, ajudando aos mais carentes e fazendo a história e contribuindo para a cultura de um povo que ele soube amar e se dedicar com a doação da própria vida. O reconhecimento e o carinho do povo foram devidamente demonstrados em 1996 quando com 93 anos despediu-se definitivamente do povo de Rondônia. O “Bispo dos pobres” já fazia parte de sua história. Como ele, valorosos missionários, seminaristas, religiosos e religiosas consagraram também suas vidas pela evangelização e promoção social do povo.

Através das comunidades eclesiais de base, que hoje são 850, das 27 paróquias da Arquidiocese, áreas missionárias, inúmeros sacerdotes, jovens e adultos catequistas, agentes de saúde e das pastorais, animadores de comunidades e muitos líderes e voluntários se comprometem e se dedicam à evangelização em diversos segmentos e atividades religiosas e sociais.

Repito o que disse há alguns anos atrás: vivemos na Amazônia,Amazônia do índio, do ribeirinho, do colono migrante. Amazônia das longínquas e isoladas colocações e das grandes e muitas vezes inumanas cidades. Amazônia das imensas florestas e rios. Amazônia da devastação e depredação irracional de suas riquezas e do massacre bárbaro de povos indígenas.

Aqui, onde Deus nos colocou, e agora nos envia Dom Esmeraldo, queremos continuar sendo uma Igreja fraterna, uma Igreja comunhão, cuidadora da criação, sempre aberta à novidade do Evangelho e à conversão.

Dom Esmeraldo, novo arcebispo de Porto Velho, aquele que vem em nome do Senhor, nossas preces e boas vindas.

Fonte: Arquidiocese
 

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