Quarta-feira, 13 de junho de 2012 - 00h21
Foi concluída a primeira etapa do leilão com a venda das faixas de 2,5 GHz nacionais atreladas à faixa de 450 MHz, que não teve proposta de preço. A Oi chegou a apresentar garantia de manutenção da proposta, mas não apresentou a proposta em si.
Claro e Vivo levaram as faixas mais cobiçadas, a W e a X, ambas de 20 MHz + 20 MHz. TIM e Oi levaram as faixas de 10 MHz + 10 MHz, V1 e V2. A Anatel decidirá posteriormente com qual delas ficará cada uma.
O maior ágio (66,6%) foi pago pela Vivo na disputa pela faixa X com a Oi. A faixa saiu por R$ 1,050 bilhão. A faixa W foi arrematada pela Claro por R$ 844,519 milhões com um ágio de 34% na disputa também com a Oi. Depois, a TIM ficou com com uma das faixas V com um lance de R$ 340 milhões, valor apenas 7,9% maior que o lance mínimo de R$ 315,096 milhões. E a outra faixa V acabou ficando com a Oi por R$ 330,851 milhões. A arrecadação total destas faixas somou R$ 2,5 bilhões.
Renúncia
As companhias que detêm a faixa de 2,5 GHz para o MMDS e tinham interesse em disputar os lotes nacionais de 4G (Vivo/Telefônica e Claro, que controla a Net) renunciaram às suas radiofrequências, cumprindo a condição imposta pelo leilão com os caps de frequência. Na primeira rodada o cap foi de 40 MHz e na segunda, que não aconteceu porque todas as faixas foram arrematadas, o cap seria elevado a 60 MHz. As empresas optaram pela renúncia com eficácia em 18 meses, conforme prevê o edital. Nesse período, as companhias deverão se desfazer das operações, com preferência de compra por aqueles que arrematarem as áreas complementares.
Cobertura rural
Como a faixa de 450 MHz não foi arrematada isoladamente, as obrigações de cobertura rural serão divididas entre os ganhadores da faixa W, X, V1 e V2. Assim, a Claro que arrematou a faixa W ficará responsável pelo cumprimento das obrigações rurais no Norte, Bahia e áreas de registro 11 e 12 em São Paulo. A Vivo, que ficou com a X, deverá atender os estados do Nordeste (menos Bahia), Minas e interior de São Paulo. O vencedor da V1 (Oi ou TIM) ficará com Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Já a obrigação da V2 é atender os estados de Rio Grande do Sul, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Além de terem obrigações, as empresas precisam ceder suas redes, remuneradamente, para que as concessionárias de STFC cumpram as obrigações do PGMU.
Presidentes da Claro e da Vivo
destacam vantagens de ter mais espectro
Os presidentes das operadoras Claro e Vivo fizeram questão de comparecer ao auditório do Espaço Cultural da Anatel após o encerramento da primeira etapa do leilão de 4G que licitou as subfaixas nacionais de 2,5 GHz/450 MHz para celebrar o arremate, respectivamente, dos blocos W e X, de 20 MHz + 20 MHz.
Tanto Carlos Zenteno, presidente da Claro, quanto Antonio Carlos Valente, presidente da Vivo, disseram-se extremamente satisfeitos com as faixas adquiridas. “O êxito do leilão em um momento particularmente difícil da economia mostra a importância do mercado brasileiro para as operadoras internacionais”, afirmou Valente.
Segundo Zenteno, a ideia inicial da Claro era não apenas conseguir uma faixa de 20 MHz + 20 MHz, que permite oferta de velocidades teóricas de 4G de até 100 Mbps, mas também de conseguir o bloco W, que prevê compromissos de cobertura de banda larga rural em 450 MHz na região Norte. “Fomos a única companhia a apoiar o processo de licitação do 4G desde o ano passado e nos esforçamos desde o primeiro bloco para garantir o resultado com um bloco de 20 MHz + 20 MHz para oferecer maior velocidade para o usuário. Fomos a primeira a adquirir uma licença de 4G e agora vamos trabalhar para atender as primeiras metas de abril de 2013 para as cidades da Copa das Confederações”, afirma Zenteno.
Questionado sobre a busca pela retomada da vice-liderança do mercado de telefonia móvel no Brasil, posição hoje ocupada pela TIM, Zenteno garantiu que tudo o que a Claro tem feito País tem em vista garantir um bom posicionamento de mercado e lembrou que a competição no 4G pode ficar mais complicada para quem comprou apenas blocos de 10 MHz + 10 MHz, em referência à TIM e à Oi, “porque só vão entregar velocidades teóricas de até 40 Mbps”.
Zenteno reafirmou o compromisso de investimento das empresas da América Móvil no Brasil de R$ 3,5 bilhões até o fim deste ano e lembrou que boa parte do investimento já feito em redes de fibras, transmissão e a digitalização de 80% das redes das operadoras do grupo no Brasil facilitará a implantação do 4G da Claro.
Vivo
Na mesma linha, o presidente da Vivo celebrou o arremate da faixa X. “Estamos absolutamente contentes tanto com banda quanto com o valor, que estava dentro das nossas expectativas. Anunciamos no ano passado um investimento de R$ 24,3 bilhões entre 2011 e 2014 que incluiam os valores a serem pagos pela licença de 4G e não vamos fazer nenhuma revisão desse valor agora”, garante Valente. Segundo o executivo, era o objetivo da operadora conseguir a banda que tinha como compromissos de cobertura rural em 450 MHz para as áreas do interior de Minas, São Paulo e no Nordeste. “São áreas complementares à nossa cobertura e o Nordeste é um dos mercados que mais cresce no País”, explica Valente. “Sabemos que há uma grande diferença entre ter 10 MHz e 20 MHz, Para uma empresa que tem um mercado de dados tão importante como nós temos, era importante ter a largura de espectro de 20 MHz como meio necessário para manter a liderança no mercado”, acrescentou o presidente da Vivo.
Pagamentos
Claro e Vivo ainda não definiram se farão os pagamentos à vista dos blocos de frequências adquiridos. Parte dos R$ 844,519 milhões que a Claro deve pagar pela faixa W, segundo Zenteno, virá do próprio caixa da empresa. “Estamos ainda avaliando fontes de financiamento e a melhor maneira de fazer isso.” Já a Telefônica garante que embora o valor de R$ 1,050 bilhão seja importante, não é um ponto de preocupação. “Anunciaremos oportunamente como faremos o pagamento, mas o 4G tem desafios ainda mais importantes como a instalação das antenas, backbone e backhaul”, diz Valente. O executivo voltou a ressaltar sua preocupação com relação à construção de sites para o 4G. A Vivo calcula que seria necessário dobrar seu total de 13 mil torres espalhadas pelo Brasil para cobrir o País com 4G. “Os prazos para atender as metas do 4G já são pequenos e uma série de ações precisam ser desenvolvidas pela administração pública para realizar uma releitura das leis existentes e agilizar trâmites burocráticos para expedição de licenças para construção de sites”, enumera Valente.
450 MHz
Para Valente, ainda que o governo não tenha conseguido vender a faixa de 450 MHz separadamente, a estratégia do Estado foi bem sucedida. “Se existiam duas opções, ambas eram válidas e o objetivo de levar o serviço de banda larga às áreas rurais será alcançado”, avalia. Com relação à tecnologia LTE na faixa de 450 MHz, entretanto, Valente mostrou-se cético. “Algumas iniciativas de LTE já foram comentadas, mas é bom que a gente não esqueça que atendimento significa rede e também disponibilidade de terminais, não existe desenvolvimento de LTE em 450 MHz no mundo e escala fala alto. Acho que o CPqD está fazendo um projeto de êxito, mas no final nossa industria é de escala; tanto é que Anatel colocou possibilidade de atender com outras bandas os 30 km além da sede municipal das áreas rurais”.
Fonte: Teletime News
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