Sexta-feira, 13 de junho de 2014 - 00h06
Paulo Virgilio
Agência Brasil
Inovadora nas transmissões de futebol e no jornalismo esportivo, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro era por ocasião da Copa do Mundo de 1950 a mais importante emissora da América Latina, com alcance nacional e internacional, por meio de suas ondas curtas. Seus locutores e repórteres viajavam pelo Brasil e por países do Continente Americano e da Europa, a serviço da informação esportiva. E as rádios estrangeiras contavam com o apoio da Nacional para suas coberturas esportivas no Brasil.
O livro Rádio Nacional – 20 Anos de Liderança a Serviço do Brasil, que a emissora lançou em 1956, quando de seu 20º aniversário, traz um breve relato do que foi o desempenho da Nacional na Copa de 1950. “O Campeonato Mundial de Futebol foi o ponto culminante dessa atividade internacional. A Rádio Nacional deu assistência técnica a todas as emissoras estrangeiras que a solicitaram; organizou serviços especiais de informação e entendimento; estabeleceu inter-relações que resultaram em proveito geral”, dizia o texto do livro comemorativo, produzido pela então equipe de jornalismo da emissora, chefiada por Heron Domingues.
Nas ondas curtas, a Rádio Nacional transmitiu diariamente as notícias da Copa de 50 também em espanhol, “a fim de colocar os ouvintes da América Latina a par do maior acontecimento esportivo até hoje realizado em nosso país”, contava o livro.
Naquele ano, a televisão ainda não havia chegado ao Brasil – a primeira emissora, TV Tupi de São Paulo, só viria a ser inaugurada depois da Copa – dia 18 de setembro - e o rádio reinava absoluto na transmissão de grandes eventos. O campeonato mundial de 1950 foi o segundo a ser transmitido pelo rádio, depois da Copa de 1938, na França.
Os locutores Antonio Cordeiro e Jorge Cúri dividiam a narração, cada um de um lado do campo, como era feito na época, e César de Alencar atuou como repórter. Foi o trio que cobriu a histórica final no Maracanã, em que o Brasil foi derrotado pelo Uruguai.
Agora, 64 anos depois, a Rádio Nacional mais uma vez inova na cobertura de uma Copa do Mundo, construindo uma inédita rede pública de rádios para a transmissão do grande evento. Capitaneadas pela Nacional, as rádios EBC – Nacional de Brasília, da Amazônia e do Alto Solimões, Nacional FM de Brasília e MEC AM do Rio de Janeiro estarão unidas na transmissão dos jogos. Além delas, 26 emissoras públicas, associadas à EBC, vão retransmitir o sinal.
“A Fifa [Federação Internacional de Futebol] não permite que todas as emissoras transmitam o sinal, apenas as que adquiriram os direitos, como é o caso da EBC”, explica o jornalista Philipe Deschamps, coordenador de esportes da Rádio Nacional e responsável pela organização da cobertura. Integram a rede emissoras públicas de níveis federal, estadual, municipal e universitário, que isoladamente não teriam condições de cobrir a Copa do Mundo.
A cobertura dos 50 jogos será feita a partir do Centro Internacional de Transmissão (IBC, na sigla em inglês para International Broadcast Centre) da Fifa, instalado no Riocentro, Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Lá, onde ficam concentrados os jornalistas do mundo inteiro, são recebidos os sinais das 34 câmeras da Fifa, espalhadas nos 12 estádios da Copa. Também chegam ali os diferentes sinais de áudio captados nos estádios: os hinos das seleções, os gritos das torcidas, as falas dos técnicos à beira do gramado e o som dos jogadores batendo bola.
Desde a última segunda-feira (9) já vêm sendo transmitidos do IBC os dois programas de esporte diários da Nacional do Rio, o Bate-Bola Nacional, das 12h30 às 13h30, e o No Mundo da Bola, das 20h às 21h. Este, o mais antigo programa esportivo do rádio brasileiro, criado por Antonio Cordeiro, o locutor da Copa de 50.
“Nós só estaremos nos estádios para transmitir os jogos do Brasil, nessa primeira fase em São Paulo, Fortaleza e Brasília. Os demais jogos nós vamos transmitir de dentro do IBC. É uma cobertura que vai convergir com outras mídias, como a internet, e para isto desenvolvemos uma ferramenta que, por exigência da Fifa, só permite o acesso dentro do território brasileiro. Se a pessoa, por exemplo, estiver em Paris, não conseguirá acompanhar a transmissão pelo site da EBC, por causa desse bloqueio ao acesso”, detalha Deschamps.
A cobertura diária está sendo feita pela equipe de repórteres das rádios EBC, com reforço dos profissionais das emissoras associadas. “Com isso, nossa cobertura vai registrar o clima da Copa do Mundo nos mais diferentes pontos do país”, diz o coordenador.
Segundo Deschamps, o projeto começou a ser delineado no ano passado, por ocasião da Copa das Confederações, quando a EBC adquiriu os direitos de transmissão para os dois eventos. “Naquela época começamos a construir essa rede pública de rádio. É um trabalho com mais de um ano de planejamento, de logística”, conta.
Para o coordenador de esportes da Nacional, a iniciativa representa um pontapé na formação de uma verdadeira rede de rádios públicas. “Nós nunca tivemos um trabalho dessa magnitude na articulação de emissoras que, sozinhas, não teriam condições de fazer essa cobertura, pela natureza da Copa do Mundo, que é um evento caro para se transmitir. Este trabalho pode ser repetido em outras ocasiões, como as eleições e o carnaval, fortalecendo cada vez mais a comunicação pública no Brasil”, aposta Philipe Deschamps.
>> Copa 2014: Acompanhe a cobertura completa da Agência Brasil
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