Domingo, 15 de maio de 2016 - 09h16
Nesta semana tivemos mais um passo no processo de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff. Foi mais uma semana tensa, nervosa e conflitiva. Sobre isso, escutamos com frequência: “sempre as mesmas notícias”. É um sintoma de que o povo está ficando cansado de tantas brigas e conflitos. A crise política atinge a todas as pessoas, pois abrange todos os brasileiros, independentemente do seu posicionamento sobre a questão.
O processo de impeachment continua nas instâncias estabelecidas pela constituição. Porém, isto não é o suficiente para o momento. É tempo de olhar e comentar a questão com menos emoção e com mais razão. É um tempo para que as lideranças chamem o povo ao entendimento e a fazer a travessia que leve ao encontro. Um povo não pode ficar muito tempo sem saber para onde vai. O papel da liderança é chamar para um patamar melhor do ponto de vista da dignidade humana.
Os pontos de vista diferentes que existem para a condução do Estado e da política, sempre existirão e são necessários numa democracia. Isto não pode servir de pretexto para levar as pessoas a se manterem em confronto permanente, porque leva a destruição e não constrói nada. Onde há destruição do relacionamento fraterno de pessoas, do patrimônio público ou privado, todos saem perdendo.
A Igreja Católica, por convocação do Papa Francisco, vive o Ano da Misericórdia. Somos todos limitados e erramos; em linguagem religiosa falamos que somos pecadores. A misericórdia é a vivência da cordialidade, da tolerância com todos e com os diferentes. Uma face da misericórdia é a justiça e para que ela seja feita é preciso desenvolver a capacidade de ver e ouvir o outro. Todo cidadão pode fazer a sua parte ajudando a criar o entendimento e a paz social. Temos que acreditar no Brasil e nos brasileiros. Somos capazes de refazer nossas esperanças, pois somos um povo que luta para ser feliz. A vida é curta e bela.
Como sugestão de leitura, recomendo a entrevista da Ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, publicada no dia 18 de abril de 2016, na revista Época. Na entrevista ela comenta e se posiciona, de forma sábia e prudente, sobre vários assuntos relacionados à crise atual.
Fonte: CNBB
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