Sexta-feira, 25 de julho de 2014 - 15h45
Por: Altair Santos (Tatá)
Nosso pai, assim como os mais antigos, tinha por hábito ilustrar suas falas com ditos populares. Um dos mais recorrentes era: “quem morre de gosto não fede!” E essa parece ser a realidade das Escolas de Samba de Porto Velho que, de um tempo pra cá, resolveram submeter-se ao posto de sparring para os poderes públicos que lhes desferem golpes a torto e a direito, sem que estas esbocem reação. Será que nas hostes do samba, baixou o velho e afamado jargão da “mulher de malandro”? Não acreditamos!
O último round dessa pendenga óbvia, apontou nocaute do poder público contra as escolas. Pra aliviar, lhes adoçou as bocas com mais um pirulito e seu manjado açúcar, nesse engenho de protelatórios, entre fazer ou não, o desfile de carnaval. E assim a coisa vai, vai, vai... Repetimos que o maior dos alagados nessa cheia do Madeira foi o carnaval popular ao ser lançado ao sacrifício em nome do clamor social, com aquela forçada de barra pra se estabelecer o tal estado de calamidade pública, cujo qual, será motivo e esconderijo pra tudo que é má vontade, incompetência, preguiça e descaso, daqui por diante, até o dia do juízo final. Confessamos desconhecer a opção das agremiações carnavalescas pelo estranho sacerdócio de serem inapelavelmente surradas sem dó e sem piedade e, ainda por cima, terem de curvar-se aos calores de ameaças fiscais e jurídicas daqui e dali, além de serem seguidamente iludidas com promessas desbotadas, na verdade, um degradê sem lume. E nisso, tome pirulito!
Já passa e muito da hora das afiliadas da FESEC se pintarem noutras cores e formas, se darem e cobrarem o zelo e respeito que lhes é devido e merecido, entretanto, elas próprias, as escolas e sua instituição gestora, a FESEC, tem que reagir e, nesses brados, se repensarem, se enxergarem e se fazerem vivas, organizadas, produtoras e produtivas do ofício de fazer cultura popular sem que amarras quaisquer lhes sejam impostas. Para tal urge que se aprimorem nos aspectos técnicos, jurídicos e qualitativos, caso contrário, haja pirulito!
Foi outra vez revoltante ler, ouvir e assistir nos noticiosos locais que a municipalidade, noutro indisfarçado chega pra lá, dentro da grande área, protelou as agremiações a dizerem quanto recurso ainda falta para complementar a produção dos desfiles. Ora bolas, não é cinqüenta mil pra cada escola? Isso já foi apresentado séculos e séculos amém e até agora não rolou o tal feed back, o sim ou não, o é ou não é! E depois disso vão solicitar o que mais? Outra coisa, esse mal animado papo de centenário de Porto Velho já não arrebata e seduz a população e, além de desbotado, parece que é um tema “espraguejado pela mãe”, sobre ele tudo dá errado, nada vinga. Alguém por acaso conseguiu visualizar algo de extraordinário ou diferenciado nos desfiles dos nossos blocos e que esse algo tenha feito uma alusão, uma e provocado um realce irradiante e luminoso, um sentimento de inesquecível, quanto ao ano do centenário de Porto Velho? Pois é, não vimos! Achamos que desse carnaval do centenário, todos vão querer mesmo é esquecer e o quanto antes, pra não terem de carregar o ensopado fardo das desilusões culturais.
Aquele que seria o carnaval do centenário no começo de março, mas que fora afogado pelo tal “estado de calamidade”, já se cogita ser a festa dos cem anos de Porto Velho em 2 de outubro. Na verdade como vimos quase que solitariamente insistindo, esse negócio de centenário é um manjá duvidoso que foi servido e azedou sem que ninguém provasse. Desde o início do ano não sentimos firmeza, de parte a parte, sobre isso. Temos abordado o assunto pelo viés da especial comemoração, do histórico momento e da oportunidade para se discutir a cidade e seus temas prioritários - principalmente a cultura - e abrir um vasto leque de ações e proposituras com nova textura estrutural e social para a própria cidade e seu povo. Porém, em suma, o marco do centenário não tem auspiciado algo mais encorpado nem para o instante presente e nem ao porvir, o que é uma pena! As barrentas e bravias águas do Madeira, após baixarem, deixaram ilhas de terra por tudo que é canto, entupiram ouvidos e cerraram as vistas de muita gente, além de petrificar corações, vontades e atitudes nos já arrefecidos desalmados culturais.
Como não bastasse a privação de parte da população pelos efeitos da enchente, os munícipes, como um todo, estão culturalmente sitiados. Instalou-se agora a calamidade cultural, a privação do direito à cultura, pela “recomendatória” aos poderes executivos para que não celebrem convênios que atendam as finalidades culturais e religiosas por quanto perdurar o estado de calamidade. No caso dos atos religiosos até entendemos afinal, o estado é laico. Agora orientar o não investimento em cultura em detrimento disso ou daquilo, é inaugurar uma nova calamidade. Da mesma forma como se diz dos erros, de que um não concerta o outro, entendemos que uma calamidade não socorre a outra. Alô FESEC, alô Escolas de Samba, cremos que já chega dessa história de “my Love”, aqui não tem que ter esse negócio de “chora minha nega”. Paremos com isso e vamos à luta, em contrário, continuaremos a assistir o patético inverso do “rabo que abana o cachorro.”
E nessa de enquadra daqui e enquadra dali, em associativismo com a inércia e a falta de vontade, ausência de interesse e ante o descaso cultural reinante, resulta que escolas de samba, blocos carnavalescos, quadrilhas juninas, bois-bumbás, grupos culturais, artistas, produtores e agentes de diferentes estilos e gêneros vão, aos poucos, sendo relegados ao atrofiamento cultural. Essa é a imagem de uma sociedade enclausurada que vê os seus movimentos, cores e sons saboreando o velho doce do me engana que eu gosto. Na fila da peia e do pirulito, a vez é das escolas de samba!
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