Quarta-feira, 25 de janeiro de 2012 - 11h30
Fátima Cleide
Capital do Estado de Rondônia, Porto Velho é ainda uma menina cobiçada por diversos tipos de interesses. Por trás do histórico abandono, esconde-se uma cidade acolhedora. Brota das decisões de seu povo um processo de transformação, de mudanças que inspiram nossas esperanças.
Com seus 54.016km² esparramados ao longo das margens do Rio Madeira, esta menina assiste a diversos e sucessivos processos de desenvolvimento a partir de seus belos Recursos Naturais. Nasceu para sediar uma Estrada de Ferro em cumprimento ao Tratado de Petrópolis e garantir à Bolívia uma saída em direção ao mar. Quanta responsabilidade! A menina nasce assistindo ao massacre de seres humanos na dura luta pela sobrevivência na Selva Amazônica. Milhares deles, segundo historiadores, vindos das mais distantes e diversas terras deste planeta.
Foi dando os primeiros passos, treinando sua caminhada que nossa menina encantou-se com o ciclo do ouro. Época dourada, todos sonhavam em ter uma pepita e quem veio em busca, se achou, levou para longe. Para a menina restou aprender a andar tendo que cuidar dos irmãozinhos filhos do garimpo, largados à própria sorte, como ela.
Nossa menina cresceu por força da vontade de seu povo. Caboclos e beradeiros somaram-se aos milhares de sulistas e nordestinos. Gente de todas as bandas deste país veio em busca da promessa do novo “Eldorado” das bandas do Noroeste. E se fez Capital do Estado de Rondônia.
Aqui, a miscigenação de gente e de culturas fez nascer um jeito todo próprio de ser de seu povo. Diz se com orgulho, “que bebeu da água do madeira, já era! Por aqui, ficou!”
E os que ficam adotam esta terra como sua. Sentem se orgulhosamente, Porto-Velhenses.
E com que orgulho ficamos nós que os recebemos ao ver esta opção como forma de agradecimento à acolhida, como dizem os versos de Zezinho (lá do) Maranhão “E o Porto do Velho, virou Porto Velho, nossa terra amada”.
Infelizmente, nem sempre a menina recebeu de seus administradores o mesmo carinho com que recebe seus visitantes e migrantes.
Recentemente, já mocinha, a menina viu seu povo se rebelar e decidir mudar. Nos últimos anos, recebeu atenção. Passou a ser vista novamente, como um caminho de luz. E desta feita, a riqueza se fez pelo caminho das águas e da força do Madeira. Mais uma vez a menina se encheu de satisfação ao se perceber importante para o Brasil e recebeu uma nova leva de brasileiros e brasileiras em busca de emprego, estudo e oportunidades.
Aos 97, esta jovem está pronta para um novo tempo. Precisa ainda de muito cuidado, de muito apoio e, sobretudo da atenção de seu povo. Muito foi feito para garantir o seu crescimento saudável. Muito ainda há que ser feito. Isto será pauta de muitos papos nas suas esquinas, mercados e bares por todo o ano. Por enquanto, para homenagear esta menina, eu ouso emprestar os versos do meu amigo Waldison Pinheiro e Cantar “Menina, olha o botão de rosa que eu trouxe pra ti” .
Para declarar meu amor convido o Poeta Ernesto Melo :
“Porto Velho meu Dengo, desde que eu me lembro, tu és o meu caso de amor”
Avante Porto Velho!
Que o teu centenário te encontre não mais uma “mina” a ser explorada, mas uma vistosa, respeitada e bela moça, orgulho da Amazônia e do Brasil.
Fátima Cleide
Senadora da República (2002-2010)
Membro da Comissão Executiva Nacional do PT
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