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Fim de ano



Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

 

Comemoramos, no último domingo de 2015, a Festa da Sagrada Família, a Família de Nazaré, Jesus, Maria e José. Diante desse modelo de família, avaliamos a identidade de nossas famílias no decorrer do ano. Ano de sofrimento e ameaças, que afetaram profundamente muitos lares. Violência, assassinatos, mortes no trânsito, terrorismo, roubos nas casas, derrame de rejeitos etc.

O fato de Jesus ficar “perdido” em Jerusalém causou grande sofrimento para seus pais. Não é diferente do sofrimento de tantas mães e tantos pais diante dos desvios dos filhos, principalmente quando esses entram para o mundo da droga. As consequências não deixam de ser desastrosas. Muitos são assassinados e outros acabam sendo jogados no sofrimento da prisão.

Devemos dizer também que as famílias são comunidades de amor, de estima mútua e de desenvolvimento das capacidades humanas e espirituais. Mas tem sido frequente o drama das que se encontram desintegradas pela separação ou má conduta dos pais. Tudo isso afeta profundamente a identidade psicológica e espiritual dos filhos. Deixam de ser base de sustentação para eles.

Ao começar um novo ano, as famílias são convocadas para renovar seus compromissos de amor, superar as dificuldades no lar e restaurar os elementos fraturados que impedem a prática da doação total. A relação pais e filhos deve ser expressão de ternura e de superação de tudo aquilo que impede um verdadeiro e fecundo afeto.

Creio ser sugestiva, gratificante e providencial, ao falar de família, a leitura do texto bíblico: Livro do Eclesiástico 3,3-17. É fundamental que haja relacionamento familiar. Todos se beneficiam com isso e a vida social torna-se mais saudável, porque uma família estruturada consegue preparar melhor os filhos para os embates sociais. Assim poderemos vivenciar 2016 com novas dimensões.

No momento paira uma incógnita nos cidadãos brasileiros: onde vamos chegar com tanta corrupção e com um nível tão baixo de grande parte de nossos políticos? A consequência maior é o sofrimento das pessoas, das instituições, atingindo drasticamente as famílias. Vamos torcer para que a crise traga frutos positivos para a família.


Fonte: CNBB
 

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