Terça-feira, 24 de janeiro de 2012 - 18h39
Paula Laboissière
Agência Brasil, Porto Alegre – Às vésperas de participar de uma rodada de discussões no Fórum Social Temático 2012, o teólogo Leonardo Boff disse hoje (24) que os movimentos sociais devem buscar uma articulação mais forte entre si e esperar menos dos governos. “Não se trata de um outro mundo possível, mas de um outro mundo necessário”, destacou, ao citar o lema do encontro.
Para ele, movimentos da sociedade civil como a Primavera Árabe e o Occupy Wall Street representam “um novo tipo de revolução”, já que buscam o que ele considera como “o mínimo necessário” – emprego, direitos humanos e transparência dos governos.
Sobre as perspectivas para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Boff avaliou que, a julgar pelo documento base, não se pode esperar nada de novo. “É um documento que já nasce velho. Não pode significar um salto de qualidade ou garantir a sustentabilidade”, observou, referindo-se ao evento que será sediado pelo Brasil em junho, na capital fluminense.
Para o teólogo, a mensagem pregada pelos governos nos embates acerca da sustentabilidade é a de que a sociedade pode consumir o quanto for, “desde que seja verde e não tenha agrotóxico”. Ele lembrou ainda que a maioria das empresas consideradas amigas da natureza faz uso da palavra sustentabilidade como um adjetivo. “Queremos a sustentabilidade como um substantivo, como um paradigma novo, como uma nova relação com a Terra”.
Já em relação à participação da presidenta Dilma Rousseff na edição temática do fórum este ano, prevista para a próxima quinta-feira (26), Boff avaliou que é preciso passar a imagem brasileira como a de um país-chave para as negociações. “O Brasil deve ser o G-zero”, disse.
Acompanhe a cobertura completa do FST no site multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
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