Segunda-feira, 1 de junho de 2015 - 08h26
Professor Nazareno*
Estudar é uma das maiores besteiras que um indivíduo pode fazer na vida. A busca pelo conhecimento tornou o homem, através dos tempos, um perfeito idiota, um sujeito sem futuro, um escravo dos livros e das enciclopédias, enfim, um “Zé Mané” sem eira nem beira. A ciência não serve para nada. O saber testado e comprovado é uma tolice sem tamanho. Ter know-how e amplo domínio da tecnologia é um grande desperdício. A busca pela leitura de mundo é uma inutilidade sem fim. Conhecer o universo, as grandes escolas mundiais do saber e as relações que os norteiam, além de caro e difícil é totalmente inútil. Todas as escolas deviam ser fechadas. Professores deviam ser criminalizados, perseguidos e queimados vivos em praça pública. “Ler devia ser proibido” no Brasil e quem fosse flagrado com um livro devia ser punido e preso.
Todos os países que investiram maciçamente em seus sistemas de educação estão hoje na miséria e praticamente sem nenhum reconhecimento internacional. Estados Unidos, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, os países escandinavos e a maioria das nações da Europa Ocidental têm os piores sistemas de educação do planeta e por isso sofrem agruras irreparáveis em suas sociedades. Pior, em alguns desses países citados muitos de seus habitantes são ateus convictos. Abriram mão da religião e abraçaram a ciência, o conhecimento, o domínio da tecnologia e por isso “se ferraram”. Na Suécia, por exemplo, 86% de seus cidadãos são ateus ou agnósticos. Os suecos, coitados, têm uma das sociedades mais problemáticas do mundo. O IDH somado de Holanda, Noruega, Suíça e Bélgica é bem menor do que o do Estado de Rondônia.
Investir em educação de qualidade é totalmente desnecessário. Os nossos governantes e parte da sociedade brasileira sabem muito bem disto. Quase todas as escolas do país só têm um turno diário para não estressar os alunos. Ir à igreja orar ou assistir aos programas eleitorais gratuitos, além de navegar horas a fio na internet e nas redes sociais é o que devia ser incentivado aos nossos “inteligentes e espertos” jovens. Ler Foucault, Nietzsche, Drummond, Machado de Assis, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Shakespeare, etc. só dá prejuízo e atraso de vida. Ninguém consegue aprender nada com estes fracassados autores que, graças a Deus, já estão mortos e enterrados. O conhecimento deles sempre foi um grande atraso para a humanidade e o seu legado, uma porcaria. Deviam queimar todos os seus livros. Mas queimar livros é mesmo bom?
Ser padre, pastor evangélico, ator de novelas, miss, DJ, designer de modas, cantor de pagode, político ou jogador de futebol é o que deviam ensinar à nossa juventude. Um país sério só precisa dessas profissões abençoadas por Deus para se desenvolver com mais paz, bonança e justiça social. Filósofos, sociólogos, poetas, dramaturgos, escritores, jornalistas competentes, professores comprometidos deviam ser profissões proibidas por lei. Toda nação séria devia trocar sua constituição pela Bíblia. E nada de laicidade. Se só há um único Deus, por que não aceitá-LO logo sem questionamentos tolos e incorretos? Além de pecado, o termo Estado laico deveria ser banido do nosso cotidiano. Foi o conhecimento que criou a união estável, o aborto, a eutanásia, os preservativos e outros modismos difundidos hoje como aberrações sociais. Por isso, fechem-se todas as escolas e universidades! “Quem lê muito pode virar ateu”.
*É Professor em Porto Velho.
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