Quarta-feira, 9 de julho de 2014 - 00h01
*Julio Yriarte –(yriarte@hotmail.com)
A Copa do Mundo começou, a semifinal chegou, e ainda não terminou!
A seleção brasileira, infelizmente tropeçou no “semifinal” caminho do campeonato, a Itália, Uruguai, França, Espanha, México, Inglaterra, tropeçaram antes! Da mesma forma, outras tantas e boas seleções.
Aqui, como lá, o país parou, e no caso, aqui, seus mais de 190 milhões de habitantes se esqueceram de tudo, até de comer, de estudar e de amar para ficar pendentes diante de uma “telinha” acompanhando o balé dos meninos em campo.
Quem quis trabalhar não conseguiu! Quem quis silêncio para pensar, meditar ou simplesmente dormir, também não conseguiu! Todos foram obrigados a compartilhar os gritos de ansiedade da torcida nervosa que roeu as unhas e chorou e se agitou diante do jogo e festejou com foguetes cada gol de nossa seleção.
As empresas e repartições públicas se resignaram: meio expediente ou expediente nenhum quando houve jogo do Brasil. Aí. O país não produziu!
Não adiantava, ninguém iria trabalhar mesmo. E quem tentasse, não conseguiria render. É o destino da pátria sendo decidido por 10 pares de pés que se movimentam em campo, e por duas mãos do goleiro que impedem o gol do adversário. Estranho, uns querendo o gol, outros querendo impedir? Por isso digo: é apenas um jogo, não vale a pena sofrer, reclamar e choramingar havendo tantas coisas mais importantes para fazer, ou para pensar.
O Brasil, no esporte nacional, pela quantidade e qualidade de bons jogadores se faz respeitar no mundo inteiro. Será que o povo está muito exigente? A seleção perdeu de forma humilhante, e o povo está querendo crucificar os seus antigos heróis por isso. O Julio César e o FILIPÃO então? Deus os proteja.
Creio que ao povo falta-lhe compreensão, entender que os “heróis nacionais” são também humanos, e que do outro lado havia outros onze bons jogadores alemães que também entraram para ganhar. E ganharam por larga margem!
Passado o susto, qualquer dos jogadores que, diante das cobranças que sofrerão cuspir impropérios ou desculpas do tipo: “não estava no meu dia de sorte”; “briguei com o técnico ou a namorada” ou “não sou obrigado a jogar sempre bem todas as partidas”. Eu responderia: Claro que é obrigado a jogar sempre bem! Por um lado, porque sabe! Por outro, porque ganha para isso, e muito bem por sinal, talvez além do que merece.
E se fosse um médico que não é obrigado a operar sempre bem? O paciente, com certeza, morreria. E se um músico de orquestra falasse que não é obrigado a tocar sempre bem? Neste caso, qualquer “nota na trave” estragaria todo o concerto, a crítica e público (imprensa/torcida) não perdoariam. Na seleção brasileira vimos “às turras” bolas na trave e até longe, bem longe dela, mas, o jogo continuou e o torcedor entendeu e aceitou, só não está aceitando a eliminação da nossa seleção do mundial, na nossa própria casa. Paciência!
E isso não faz bem ao nosso ego em baixa, ao nosso complexo de cachorro vira-lata, como diria Nelson Rodrigues. Por outro lado, quando a seleção é vitoriosa, a exemplo do último jogo com o Chile, orgulha ao país ser cotado entre os melhores do mundo em contraste com os milhões de desempregados e de analfabetos, mas, continuamos caminhando com a esperança no coração e fazendo água na boca deglutindo todos os sabores.
Tempo de Copa do Mundo! Foi justo e necessário torcer e muito por nossa Seleção. Valeu de tudo: chamar o juiz de ladrão, torcer as unhas, arrancar os cabelos, pintar o rosto, gritar de alegria pelo gol feito e chorar de angústia e frustração pelos 07 gols tomados, e finalmente, pela derrota mortal. Malditos alemães!
O que importa mesmo é compartilhar a alegria do povo com essa festa democrática que é um campeonato mundial de futebol. Mas fazê-lo, sem esquecer que o país do futebol tem imensuráveis problemas que não seriam, nem de longe, solucionados com a habilidade dos chutes ou os gols do Neymar, Fredy, Marcelinho ou de qualquer outro “inho”.
Como consolo, festejemos porque ainda há na briga, um digno representante da nossa América do Sul. Então? Reforcemos nossos ânimos para continuar torcendo pelo 3º lugar da nossa seleção. E caso Argentina passe para a final, torçamos por ela, pela honra dos sulamericanos.
E passado o mundial continuemos pensando no trabalho. Apenas com muito trabalho, espírito comunitário e desejo de justiça é que está sendo possível reverter o caótico quadro de miséria e distanciamento social que sempre existiu entre os próprios habitantes deste grande país chamado Brasil.
Ambigua autem intentio ita accipienda est ut res salva actori fit
(A intenção ambígua deve ser tomada de maneira que a coisa fique salva para o autor)
É mole ou quer Marx?
Um abraço,
(*) É Advogado, Instrumentista Profissional e Membro Fundador da AGL – Academia Guajaramirense de Letras.
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