Segunda-feira, 14 de julho de 2014 - 15h41
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Uma vez mais se constatou que a presença em nosso pais de 32 seleções e as respectivas torcidas ajudou-nos a crescer em termos de convivência cultural, tolerância e simpatia para com a diversidade dos povos e nações. Foi muito válida a campanha da FIFA contra o racismo, que muitas vezes envolve estádios e torcidas no mundo inteiro.
O testemunho alegre, criativo e de muita energia espiritual de seleções jovens como a de Costa Rica, Colômbia, Grécia e a Suíça, mostrando a vontade de jogar junto a garra com que se mantiveram na competição. A valorização e o reconhecimento dos turistas da hospitalidade e acolhida do povo brasileiro, dos seus costumes e atitudes abertas e cordiais.
Ao mesmo tempo verificou-se também,que o futebol está ficando um negócio cada vez mais sujo: com bolsas de apostas que fazem resultados, o lucro e o superfaturamento das obras, a lavagem de dinheiro, e a venda ilegal e clandestina de ingressos. Assim como a ONU a FIFA, deveria passar por uma reestruturação e por um controle maior pela parte das Confederações de Futebol.
O povo deveria voltar a participar do poder econômico de acesso aos estádios,pois ele é o principal torcedor, é quem financia e dá vida ao futebol. A perda da oportunidade de disputar o Hexa pela seleção brasileira pela eliminação por parte da Alemanha com um resultado acachapante revelou as fragilidades, desatualização, e contradições do processo de preparação.
Todo o empenho na organização, logística e atendimento dos irmãos que nos visitaram criaram laços e relacionamentos,que como vimos na Jornada Mundial da Juventude, assinalam a criatividade e capacidade do povo brasileiro quando se trata de receber e oferecer espaços de convivência. Tudo isto demonstra um legado espiritual e social muito rico que precisa ser revertido em consciência política e em capacidade de monitorar e controlar o processo eleitoral de 2014, fazendo avançar a ficha limpa, a reforma política e pensando num projeto de Nação e de um desenvolvimento justo, integral e sustentável.
Quem deve sair vitorioso desta copa além da seleção triunfadora e campeã, é o povo brasileiro que como sempre mostrou seu rosto alegre, fraterno, solidário e hospitaleiro, valores cristãos que constituem a nossa matriz cultural e espiritual e que são motivo de nosso orgulho e de nossa força.
Deus seja louvado!
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