Terça-feira, 19 de janeiro de 2016 - 18h34
Vasco Vasconcelos
escritor e jurista.
Se Karl Marx fosse nosso contemporâneo, a sua célebre frase seria:”Sem
sombra de dúvida, a vontade da OAB, consiste em encher os bolsos, o
mais que possa. E o que temos a fazer não é divagar acerca da sua
vontade, mas investigar o seu poder, os limites desse poder e o
caráter desses limites.
Com indignação e asco tomei conhecimento que a Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) divulgou, no último dia 13.01, com seu auditório lotado
de homens descompromissados com a realidade nacional, notadamente a
onda desemprego que assola o país, selo dos 139 cursos jurídicos
recomendados pela entidade, e que receberam o Selo de Qualidade OAB
Recomenda. Trata-se da quinta edição do certificado, que é lançado a
cada três anos.
Quem estuda nas Universidades Públicas são os filhos da elite, o pobre
na linguagem popular tem que ralar para pagar altas mensalidades e
depois ser jogado ao banimento, por uma elite que não quer ver a
ascensão dos humildes. A Faculdade Zumbi dos Palmares e tantas outras
composta por professores inscritos na OAB ficaram de fora. O correto
seria OAB entregar tal selo para os donos dos cursinhos, os
responsáveis pela aprovação nesse caça-níqueis.
Estranhei que diante de renomados juristas presentes, nenhum deles,
talvez extasiado, não questionou que OAB não tem nenhum poder
constitucional de avaliar ninguém muito menos emitir selos da
vergonha. Com que respaldo jurídico OAB pode usurpar papel do Estado
(MEC)?
A verdade dói: OAB, não tem interesse em melhorar o ensino jurídico.
Se tivesse bastaria qualificar os professores inscritos em seus
quadros. Recursos financeiros não faltam. Esse selo da vergonha da OAB
não passa de um jogo de cena dos mercenários da OAB para continuarem
chuchando as tetas dos seus escravos contemporâneos.
Nos últimos vinte anos só OAB abocanhou quase R$ 1,0 Bilhão sem
transparência, sem nenhum retorno social, sem prestar contas ao
Tribunal de Contas da União – TCU, gerando fome desemprego, (num país
de desempregados), depressão, síndrome do pânico, síndrome de
Estocolmo, enfim causando incomensuráveis prejuízos ao país com esse
contingente de escravos contemporâneos jogados ao banimento.
Talvez seja de olho nesse faturamento, que dizem que a Inglaterra,
pasme, está interessada em importar essa escravidão, a máquina
caça-níqueis da OAB. Está explicado porque o Congresso Nacional está
infestado de Projetos de Leis querendo estender esse pernicioso,
fraudulento, discriminatório, inconstitucional famigerado caça-níqueis
exame para todas as profissões.
Isso é vergonhoso, uma entidade de classe usurpar vergonhosamente
papel do Estado (MEC) para impor suas vontades, ou melhor reserva de
mercado, com o beneplácito das nossas autoridades omissas e covardes,
porque mesmo sabendo das atrocidades que tal excrecência vem causadas
ao país ainda aplaudem essa excrescência.
Não é preciso ser operador do direito para saber que não é da alçada
da OAB e de nenhum sindicato legislar sobre exercício profissional.
OAB não tem poder de regulamentar leis, não tem poder de legislar
sobre exercício profissional e não tem poder de avaliar ninguém nem
emitir selo. Desafio algum colega jurista de plantão justificar em que
artigo da Constituição Federal tem essa entidade amparo para
qualificar o advogado ou emitir selo da vergonha? Para que serve as
universidades¿
Não é por que a violência do trânsito está aumentando que o Presidente
da OAB e seus conselheiros doravante irão parar o seu carro para
exigir teste de bafômetro. Isso é papel dos agentes do trânsito. Da
mesma forma que não é papel da OAB avaliar ninguém isso é papel do
Estado MEC.
Justifico isso com argumentos jurídicos e não pregando o medo o terror
e a mentira. O art.209 da Constituição Federal diz que compete ao
poder público avaliar o ensino. OAB, segundo o ex-Presidente do STF,
Joaquim Barbosa, “é uma entidade privada”. Ela muda de cor de acordo a
conveniência para não prestar contas ao TCU e dizimando sonhos gerando
desemprego, ainda acha que está contribuindo com o belo quadro social.
Não é da alçada da OAB e de nenhum sindicato avaliar ninguém. A Lei nº
10.861, de 2004, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior, o Sinaes, não possui nenhum dispositivo permitindo
a interferência das corporações no processo avaliativo, este da
competência exclusiva do MEC para as IES que integram o sistema
federal de ensino.
Parem de pregar o medo, o terror e mentira. (Principais armas dos
tiranos).Há vinte anos OAB vem se aproveitando dos governos omissos e
corruptos para impor essa excrecência. Vendem-se dificuldades para
colher facilidades, triturando sonhos e diplomas, gerando fome,
desemprego (num país de desempregados). Até quando ó Catilina abusarás
da nossa paciência?(Cícero).
É uma inverdade afirmar que o Exame de Ordem protege o cidadão. A
propósito o Exame de Ordem por si só não qualifica, se assim fosse
não teríamos advogados na criminalidade. Lesões maiores à ordem, à
saúde, à segurança e à economia pública, estão sendo causadas, por
advogados inscritos na OAB, a exemplo do advogado do ex-goleiro Bruno
Fernandes, fumando crack em uma favela de Belo Horizonte conforme
vídeo disponível na internet, e tantos outros fatos de advogados
envolvidos em crimes bárbaros, bem como advogados repassando ordens de
celerados presos, para os ataques criminosos no Rio, ao ponto dos
principais matutinos do país estamparem em suas manchetes: Presidente
do TJRJ classifica advogados envolvidos nos crimes como ‘pior que
bandidos’
A OAB tem que se limitar a fiscalizar os seus inscritos e puni-los
exemplarmente, fato que não está acontecendo veja o que relatou a
REPORTAGEM DE CAPA DA REVISTA ÉPOCA Edição nº 297 de 26/01/2004 “O
crime organizado já tem diploma e anel de doutor. Com livre acesso às
prisões, advogados viram braço executivo das maiores quadrilhas do
país. O texto faz referência aos advogados que se encantaram com o
dinheiro farto e fácil de criminosos e resolveram usar a carteira da
OAB para misturar a advocacia com os negócios criminosos de seus
clientes”.
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/
Está insculpido em nossa Constituição Federal – CF art. 5º, inciso
XIII, “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. O
papel de qualificação é das universidades e não de sindicatos.De
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases – LDB – Lei 9.394/96 art. 48 da
LDB: os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando
registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida
por seu titular. Isso vale para os diplomados de medicina,
engenharia, arquitetura, psicologia,(…) enfim para todas as
profissões menos para advocacia?
“A palavra advogado é derivada do latim, advocatu. "Bacharel em
direito legalmente habilitado a advogar, i. e., a prestar assistência
profissional a terceiros em assunto jurídico, defendendo-lhes os
interesses, ou como consultor, ou como procurador em juízo”.
Estima-se que nos últimos vinte anos, OAB abocanhou com altas taxas
de inscrições R$ 220, enquanto que taxas do ENEM são apenas R$ 65,
cerca de quase R$ 1,0 BILHÃO DE REAIS, permissividade de tão larga
escala com ganhos privados sem compromissos sem retornos sociais, sem
transparências, sem propósitos, sem dar nada em contrapartida, livres
de prestar contas ao Tribunal de Contas da União – TCU.
Por que esse volume de recursos tosquiados dos bolsos dos escravos
da OAB, não são revertidos no reforço de suas qualificações? ao invés
de patrocinar jantares para figuras políticas peçonhentas
descompromissadas com a realidade nacional?
Como é possível o Estado (MEC), outorgar o grau de bacharel, o que
significa reconhecer que o cidadão está devidamente qualificado
(capacitado) para o exercício da profissão, cujo título universitário
habilita, em seguida aparece um sindicato inescrupuloso, afirmar que
o bacharel, com o diploma nas mãos chancelado pelo Estado (MEC), com o
Brasão da República, não está capacitado para exercer a advocacia?
Que poder é esse que afronta vergonhosamente a Constituição Federal, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos? Onde está a
responsabilidade da social da OAB? Que poder tem essa instituição de
usurpar o papel do Estado (MEC) e até do Congresso Nacional pois OAB
para calar nossas autoridades isentou desse exame caça-níqueis os
bacharéis em direito oriundos da Magistratura do Ministério Público
e os de Portugal? E com essas tenebrosas transações, aberrações e
discriminações tal excrescência é constitucional? Onde fica o
Princípio Constitucional da Igualdade ¿ A lei não é para todos¿
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, repudia a
discriminação, em quaisquer de suas formas, por atentar contra a
dignidade da pessoa humana e ferir de morte os direitos humanos.
Ensina-nos Martin Luther King na nossa sociedade privar o cidadão do
emprego equivale psicologicamente a assassiná-lo. Faço minhas as
palavras do então Presidente do TJDFT Desembargador Lécio Resende:
“Exame da OAB É uma exigência descabida. Restringe o direito de livre
exercício que o título universitário habilita”.
Há três anos, durante o lançamento do livro ‘Ilegalidade e
inconstitucionalidade do Exame de Ordem do corregedor do TRF da 5º
Região, Desembargador Vladimir Souza Carvalho, afirmou que exame da
OAB é um monstro criado pela OAB. Disse que nem mesmo a OAB sabe do
que ele se trata e que as provas, hoje, têm nível semelhante às
realizadas em concursos públicos para procuradores e juízes. “É uma
mentira que a aprovação de 10% dos estudantes mensure que o ensino
jurídico do país está ruim. Não é possível falar em didática com
decoreba”, completou Vladimir Carvalho.
Senhores omissos Deputados Federais e Senadores da República, Senhor
Procurador Geral da República, existem alternativas inteligentes e
humanitárias: tipo estágio supervisionado e/ou residência jurídica.
Aprendi na terra do meu saudoso conterrâneo Ruy Barbosa, que “A bove
majore discit arare minor” (O boi mais velho ensina o mais novo a
arar).
Um recado aos mercenários, qualidade de ensino se alcança, com a
melhoria das Universidades, suas instalações, equipamentos,
laboratórios, bibliotecas, valorização e capacitação dos seus
professores, inscritos nos quadros da OAB e não com exame
caça-níqueis, parque das enganações, (armadilhas humanas).
O que deve ser feito é exame periódico durante o curso, efetuando as
correções necessárias na grade curricular e não esperar o aluno se
formar fazendo malabarismo, pagando altas mensalidades, sacrificando
sua vida e vida dos seus familiares, enfim investindo tempo e
dinheiro, para depois dizerem que ele não está capacitado para exercer
a advocacia (…).
Vamos extirpar esse câncer, abolir a escravidão contemporânea da OAB,
o caça-níqueis Exame da OAB. São vinte anos usurpando papel do Estado
(MEC), não melhorou a qualidade do ensino, até porque não atacou as
causas da baixa qualidade do ensino, só atacou as consequências
visando unicamente as tetas, os bolsos desses escravos da OAB,
aflitos, desempregados, os quais não sabem a quem recorrer, porque o
sistema está todo dominado.
Ora, nobres colegas juristas que respeitam a Constituição Federal, se
para ser Ministro do Egrégio ST, não precisa ser advogado, basta o
cidadão ter mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta cinco anos
de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101 CF)?
Se para ocupar vagas nos Tribunais Superiores OAB se utiliza de
listas de apadrinhados da elite (Quinto dos apadrinhados)? Por quê
para ser advogado o bacharel tem que passar por essa cruel humilhação
e terrorismo?
A OAB precisa substituir o verbo arrecadar pelo verbo humanizar.
Precisa respeitar a Convenção nº 168 da Organização Internacional do
Trabalho – OIT relativa à Promoção do Emprego e à Proteção contra o
Desemprego, assinada em Genebra, em 1º de junho de 1988.
Destarte em respeito à Constituição, ao Direito ao trabalho e a
Declaração Universal dos Direitos Humanos torna-se imperioso e urgente
parar de pregar o medo, o terror e a mentira e vamos abolir do nosso
ordenamento jurídico o famigerado caça-níqueis Exame da OAB.
O fim dessa excrescência, exame da OAB significa: mais emprego, mais
renda, mais cidadania mais contribuições papa Previdência Social e
acima de tudo maior respeito à Declaração Universal dos Direitos
Humanos, um dos documentos básicos das Nações Unidas e foi assinado em
1948. Nela estão enumerados os direitos que todos os seres humanos
possuem. Está previsto Artigo XXIII -1 -Toda pessoa tem o direito ao
trabalho, à livre escolha de emprego, à justas e favoráveis condições
de trabalho e à proteção contra o desemprego.
Os documentos que o Brasil é um dos signatários, impõem a obrigação de
tomar medidas para garantir o exercício do direito ao trabalho como
meio de prover a própria vida e existência.
Se os advogados condenados nos maiores escândalo de corrupção de todos
os tempos, o lava-jato e p e t r o l ã o têm direito a reinserção
social, direito ao trabalho, porque os condenados ao desemprego pela
OAB, não têm direito ao trabalho?
Concluindo vamos respeitar os ensinamentos do PAPA FRANCISCO: JÁ NÃO
ESCRAVOS. MAS IRMÃOS.
Vasco Vasconcelos, escritor e jurista
Brasília-DF
E-mail:vasco.vasconcelos@
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