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O subserviente e estrondoso silêncio sindical


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Em 2014 – lembram? aquele ano em que levamos de 7x1 da Alemanha? – a então candidata a presidente Dilma Roussef, embalada pela inaptidão de uma parcela considerável do eleitorado em enxergar além do limite da visão, acusou adversários de estarem tramando contra o trabalhador.

De quebra ela usou um ditado comum entre crianças, anunciando aos quatro ventos, depois de fazer assertivas contra quem lhe fazia oposição, dizendo que “nem que a vaca tussa”, ela não iria fazer qualquer ação que atingisse direitos adquiridos pelo trabalhador.

Mal assumiu e aí a coisa mudou: primeiro foi a questão das pensões. Agora, praticamente de uma tacada, a vaca tossiu outras duas vezes, uma mandando para o ano que vem o pagamento do Pis-Pasep. Outra, essa agora de dar ao empresário o direito de negociar com os sindicatos sobre redução de salários, com uma parcela considerável da cobertura feita pelo dinheiro do trabalhador, o FAT.

Mas uma coisa que tem doído nos ouvidos não é a nossa presidente fazer o contrário do que anunciou, até porque, francamente, só quem acredita em Papai Noel é que votou nela, paciência, é do jogo da democracia, ainda mais num país em que uma parcela majoritária do eleitorado não se escusa em dizer ter “raiva” de política, do que se locupletam os maus políticos que são tantos que o ex-ministro Ciro Gomes até os enumerou, só dentro da Câmara Federal, e disse serem eles mais de 400.

No entanto, se há algo que anda estrondando mais do que trovões fortes nas – belas e horríveis – tempestades amazônicas, é o tumular silêncio dos sindicatos, das centrais sindicais que, mais do que nunca, admitiram as pechas que seus dirigentes tanto gostavam de epitetar adversários, “pelegos”, “carreiristas” e outros adjetivos desqualificativos.

Aparelhados por benesses do Poder, sindicatos e centrais sindicais, deixam claro, através de seus dirigentes, estarem a favor do que a caneta da presidente da República quiser, em posições tipicamente stalinistas, desde que mantenham suas sinecuras ainda que às custas do suor de quem paga impostos, de quem leva a pior parte de todo esse saco de maldades, o trabalhador que, para os sindicalistas, só serve para os perpetuar no poder.

E não se iludam: o “saco de maldades” vai continuar, porque o ministro Levy já anunciou um benefício para empresários, mais um, aliás, e sob o azimute traçado pelo Palácio do Planalto, foi aprovada a lei que dispensou 4 bilhões de reais que os clubes brasileiros deviam em impostos. Está bom, sejamos justos, não dispensou, apenas parcelou em 240 meses, ou 20 anos.

Considere-se dito!


Fonte: Jornal Alto  Madeira
 

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