Domingo, 12 de agosto de 2012 - 12h09
Um lema importante, em especial nos locais de trabalho, é que nada é tão ruim que não possa piorar, nem nada é tão bom que não possa melhorar. Ambas objetivam evitar a acomodação em qualquer condição. Deve-se solucionar as situações ruins e aperfeiçoar sempre as positivas. Nas relações interpessoais a interação deve ser a mais harmônica possível. Nessa mesma linha nada escapa das observações e valorações humanas, que em alguns momentos e sobre determinadas segmentos há exacerbação. Cantores populares são as vítimas prediletas desse tipo de linchamento. No momento estão no olho do furacão Michel Teló, com a música Ah se eu te pego!, Gustavo Lima, com Balada Boa e João Lucas e Manuel com a música aprovada por Neymar, tchu tcha tcha. Assim como a insolúvel questão sobrem quem nasceu primeiro, se a galinha ou o ovo, não é relevante saber se eles gravam aquilo que a população gosta ou se gravam o que vai cair no gosto do povo. De qualquer forma, a responsabilidade pelo suposto mau gosto não é de quem oferece o produto.
Essa crítica está se tornando generalizada à rede mundial de computadores, em especial às chamadas redes sociais. Há uma profusão de críticas ao conteúdo simplório, às tolices e até às muitas grosserias e pornografias contidas em algumas músicas ou ritmos. Mas como já dito anteriormente sobre a rede, o problema não está na ferramenta, mas ao mau uso dela. As redes sociais não passam de instrumento com inúmeros recursos de utilização e principalmente de informação. Culpá-las pelos malefícios advindos de má utilização é desviar de foco.
Ainda que toda tecnologia possibilite a má utilização, cabe ao cidadão de bem fazer prevalecer os fatores positivos. São muitos e incontestáveis os benefícios trazidos pelas redes sociais. Um é a comunicação instantânea entre as pessoas distantes, o que diminui a saudade e gera bem-estar. Outro seria o grande número de usuários devido à facilidade de manuseio, o que termina por inserir pessoas à leitura, mesmo superficial, mas que pode levar ao aprofundamento. E mais, a facilidade de circulação e de troca imediata de informações, além de as redes sociais se constituírem numa poderosa fonte de comunicação.
Entretanto, é indiscutível que poderia ser mais bem utilizada. Por exemplo, as pessoas deveriam se preocupar em escrever um pouco melhor, evitando erros gráficos de palavras simples, já que os mais complexos de sintaxe são inevitáveis para quase todos. Um equívoco corriqueiro é confundir o verbo na 3ª pessoa do plural no pretérito perfeito do modo Indicativo (andaram, correram, comeram, falaram) com o futuro (andarão, correrão, comerão e falarão). O fato de se destinarem a diálogos breves e a todo instante não justifica a falta de um aprimoramento constante. Até por que as escolas públicas e muitas particulares de ensino médio não capacitam seus alunos o suficiente a fazerem essa distinção com clareza. Mas aí vale pedir ajuda aos santos de busca como a São Google e Cadê bem como a outros. As pessoas andam de espírito muito armado e qualquer sugestão para um aprimoramento pode ser encarada como uma provocação.
Aqueles preocupados com a qualidade precisam disponibilizar temas com melhores conteúdos; deveriam lutar para desfazer o entendimento predominante de que as redes sociais têm por finalidade básica os vitrais ingênuos, a futilidade, o erro bobo da Língua Portuguesa e até as futricas e ofensas pessoais.
Também é evidente que existem riscos graves. São comuns as ameaças entre pessoas divorciadas, chantagens com imagens e vídeos de encontros amorosos anteriores; os namoros virtuais que resultam em grandes desilusões. Deve-se ignorar o mundo de bobagens que circulam na rede, que se fala no rádio, que se mostra na televisão aberta; como também - em menor grau - nos filmes, no teatro, nos shows e em qualquer atividade de entretenimento. Hoje, ninguém vive mais sem uma olhadinha diária no “face” e congêneres, daí só resta lutar pela predominância do bem.
Fonte: Pedro Cardoso da Costa
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