Terça-feira, 27 de dezembro de 2011 - 07h13
Já nos últimos dias de 2011, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, voltou a dar uma entrevista bastante reveladora no programa "É Notícia" (Rede TV) de ontem à noite.
O jornalista Kennedy Alencar fez uma boa sabatina no ex-manda chuva da Rede Globo. Entre outras tantas questões, a sempre presente causa de sua saída da TV Globo que, segundo ele próprio, ajudara a colocar em pé.
"O doutor Roberto Marinho deixava toda a parte de conteúdo nas nossas mãos. Com a saída dele, forçada pela idade avançada, a política da casa tomou caminhos que não me convinham".
"Que caminhos?", perguntou o apresentador. "O pessoal da administração começou a ter pretensões artísticas e jornalísticas. Era impossível conviver com isso. Isso não dá certo." Confessou Boni. E reforçou: "depois de 31 anos de ter construído a TV Globo do nada, ter que me sentar numa reunião com leigos no assunto não me convinha. Então, para evitar um infarto, eu saí!", concluiu.
"E sobre a 'lenda' de que lhe pagaram um bolão para o senhor não ir para outra emissora, é verdade?", perguntou Kennedy. "De fato, fizemos um acordo de dois anos que logo depois foi renovado por mais dois anos", afirmou Boni. "Em algum momento o senhor achou que não devia ter feito?", instiga Kennedy. "Na semana seguinte eu já achava que não devia ter feito aquilo", responde rápido o diretor de televisão. "Por outro lado, eu tinha um amor tão grande pela TV Globo, como um filho, que achei melhor dar um tempo... foi confortável", completou.
Em seguida o jornalista pergunta por que não teria dado certo a sua ida para o SBT. Boni responde que acredita que, no último instante, Silvio Santos percebeu que perderia o controle da sua emissora. "Admiro muito o Silvio, mas não ia dar certo. São dois estilos diferentes", afirma Boni.
Se seria 'arrogância' ele exigir controle total quando trabalha? Nem um pouco."Eu exigir controle total é legítimo, pela minha experiência e pelo volume de acertos do meu currículo", responde com segurança o grande executivo de televisão.
Quanto à popularização da TV, Boni é mais uma vez bastante objetivo: "eu vejo isso como um tiro no pé. Tenho receio de que atendendo a isso a gente dê um passo para trás", explica ele. "E qual seria a sua receita para uma boa televisão", pergunta Kennedy. "Fazer o 'popular' bem feito", resume Boni. E desenvolve: "é muito fácil fazer duas coisas na televisão: o 'hermético' - muito bom, só que ninguém entende; e o 'popularesco' -- que te dá alguma audiência, só que nenhum anunciante quer comprar", declara um dos profissionais mais experientes da televisão brasileira.
O jornalista ainda levantou questões como a eventual parceria na campanha do ex-presidente Collor, os incêndios de 1969 nas TVs Record, Globo e Bandeirantes, e a estreia do grande comunicador Chacrinha, na TV Globo. O irreverente e genial apresentador resolveu fazer um concurso para eleger o "cachorro com maior número de pulgas", o que deixou o doutor Roberto Marinho nervosíssimo, segundo Boni.
No final do programa, um 'pinga fogo'. Entre outros diversos itens, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, respondeu: Filme: "Cinema Paradiso" --"quando assisto, rio e choro ao ponto de cair da cadeira do cinema", confidenciou o ex-todo poderoso da Rede Globo. Novela: "Irmãos Coragem"... "posso trocar?" --"Roque Santeiro", negociou Boni. Ator: Paulo Gracindo. Atriz: Regina Duarte. Cantor: Frank Sinatra. Cantora: Ella Fitzgerald. Ídolo: Roberto Carlos. Música: "Stella by Starlight" (Victor Young) --"prefixo do meu primeiro programa". Arrependimento: "ter saído da televisão". Sonho: "fazer uma nova televisão".
Natural de Porto Alegre, formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Veio para São Paulo e ingressou na Escola de Arte Dramática (USP), formando-se ator. Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Fez algumas colaborações para a Ilustrada e, sempre à convite, assinou a coluna Antena, da "Contigo". Nesse meio tempo, fez crítica de teatro para o "Jornal da Tarde" e na rádio Eldorado AM. Mais recentemente foi colunista da Folha.com, comentando o BBB11. Atualmente, além de atuar, cursa Filosofia.
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